4 de setembro de 2010

Bruce aborda Clash e Cliff em 'London Calling'

lançado no exterior em 22 de junho de 2010, o excelente DVD (duplo) London Calling - Live in the Hyde Park, de Bruce Springsteen e E-Street Band, está sendo editado no Brasil pela Sony Music neste mês de setembro. Trata-se do registro integral do show feito pelo artista em 28 de junho de 2009 no festival Hard Rock Calling, em Londres. Na capital da Inglaterra, Bruce e sua fiel banda abriram o roteiro com London Calling, um dos clássicos do repertório do grupo punk britânico The Clash. O repertório - que oferece bom painel da obra do Boss, indo do emblemático álbum Born to Run (1975) até o recente Working on a Dream (2009) - também inclui covers dos cancioneiros do cantor jamaicano de reggae Jimmy Cliff (Trapped), de Eddie Floyd (Raise your Hand) e do grupo The Young Rascals (Good Lovin'). O DVD tem produção, edição e direção assinadas por Thom Zimmy e Chris Hilson (dois habituais colaboradores da videografia do artista). Já o áudio, exemplar, foi mixado por Bob Clearmountain. Também no formato de blu-ray.

Caixa de Lennon embala 13 gravações inéditas

Lançada dentro do projeto de reedições Gimme Some Truth, criado por Yoko Ono para festejar os 70 anos que John Lennon (1940 - 1980) completaria em 9 de outubro de 2010, a caixa de onze discos The John Lennon Signature Box (foto) inclui EP com seis singles e CD, Home Tapes, com 13 inéditos registros caseiros feitos pelo artista em sua fase solo. O box embala também edições remasterizadas dos oito álbuns oficiais da carreira solo de Lennon, sendo que Sometime in the New York City (1972) ressurge na forma de álbum duplo com as seis gravações ao vivo intituladas Live Jam. Eis os 13 inéditos registros demos que serão lançados comercialmente pela primeira vez no CD Home Tapes:
1. Mother
2. Love
3. God
4. I Found Out
5. Nobody Told Me
6. Honey Don't
7. One of The Boys
8. India, India
9. Serve Yourself
10. Isolation
11. Remember
12. Beautiful Boy (Darling Boy)
13. I Don't Wanna Be a Soldier, Mama, I Don’t Wanna Die

Sandra grava DVD com Elba, Gadú e Caetano

Sandra de Sá vai gravar o DVD do show Africanatividade - 30 Anos de Carreira no próximo sábado, 11 de setembro de 2010, em apresentação gratuita e ao ar livre na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (RJ). O registro ao vivo - que vai originar também especial de TV a ser exibido pelo Canal Brasil - terá participaçoes de Alcione, Caetano Veloso, Elba Ramalho, João Donato, Maria Gadú, MC Marcinho e de ritmistas das escolas de samba Mangueira e Caprichosos de Pilares. Sandra - vista em foto de Washington Possato - estreou o show no Canecão, no Rio de Janeiro, em maio.

DVD captura k.d. Lang com a BBC em Londres

Em 3 de fevereiro de 2008, dois dias antes do lançamento oficial de seu álbum de inéditas Watershed, k.d. Lang apresentou músicas do disco e alguns clássicos de seu fino cancioneiro em concerto realizado na Igreja de St. Luke's, em Londres, com a Orquestra da BBC. Este (classudo) concerto foi filmado e gerou o DVD k.d. Lang - Live in London, lançado em 2009 no exterior e ora editado no Brasil, em setembro de 2010, pela gravadora Coqueiro Verde. Com áudio DTS Digital 5.1 e legendas em português (nas falas da artista canadense), o DVD exibe roteiro de 20 números, em que Lang intercala os melhores temas de Watershed (como I Dream of Spring, Sunday, Coming Home e Je Fais la Planche) com números já recorrentes em suas apresentações, caso do cover de Hallelujah, o standard de Leonard Cohen. No exterior, k.d. Lang - Live in London já foi editado também no formato de blu-ray.

3 de setembro de 2010

Ivete regrava hits de Michael e de Lionel em NY

Ivete Sangalo revelou em entrevista coletiva dada em Nova York (EUA) nesta sexta-feira, 3 de setembro de 2010, que incluiu músicas dos repertórios de Michael Jackson (1958 - 2009) e de Lionel Richie no roteiro do show que apresenta na cidade norte-americana no sábado, 4 de setembro. A apresentação vai ser gravada para originar o CD, DVD e blu-ray Ivete Sangalo no Madison Square Garden - Multishow ao Vivo, nas lojas em dezembro com seis músicas inéditas. Mas a cantora - vista em foto de seu Flickr clicada durante entrevista de 30 de agosto - não revelou quais são as músicas escolhidas entre os sucessos de Michael e Lionel. Já a parceria com Nelly Furtado se chama Where It Begins. A canadense Nelly integra o time internacional de convidados ao lado da dupla porto-riquenha Wisin & Yandel, do colombiano Juanes, do brasileiro Seu Jorge e do argentino Diego Torres. Já o britânico James Morrison cancelou sua participação por conta da morte de familiar. Morrison não vai ser substituído.

Bethânia põe sentimentos do mundo na palavra

Resenha de Recital
Título: Bethânia e as Palavras - Leituras
Artista: Maria Bethânia (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Fashion Mall - Sala 1 (RJ)
Data: 2 de setembro de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz no Teatro Fashion Mall (RJ), de sexta-feira a domingo. De 3 de setembro até 12 de setembro de 2010

Invertendo a estrutura habitual dos roteiros de seus shows, nos quais a música é apresentada com eventuais declamações de poemas, Maria Bethânia volta aos palcos com recital em que a poesia é a senhora da cena e a música entra como o aperitivo que aguça e sublinha o sentido do que é dito/lido. Em cartaz no Rio de Janeiro até 12 de setembro de 2010, Bethânia e as Palavras - Leituras é um recital de estrutura simples que se engrandece em cena pela força e habilidade da intérprete com as palavras lidas ou cantadas. Sintomaticamente, Sentimentos do Mundo foi o nome do ciclo de conferências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que em 2009 originou este projeto que já transitou por Brasília (DF), Portugal e pelo próprio Rio de Janeiro (RJ) - em leituras na PUC e na Casa do Saber - e que agora retorna, com roteiro mais estruturado, à cena carioca já com o justo status de espetáculo. A grandeza dessa produção tão pequena - em que Bethânia divide o palco nu e escuro com o violonista Luiz Brasil e o percussionista Carlos César - vem da capacidade da intérprete de pôr nas palavras os sentimentos do mundo, despertando no público tamanha gama de emoções que o resultado foi dezenas de olhos marejados ao fim da pré-estreia feita em 2 de setembro para os convidados da cantora, jornalistas e alunos de escolas cariocas.
Em cerca de 1h10m, o roteiro costura quase 70 números, entre trechos de poemas, de músicas, de livros - aliás, a leitura de breve passagem de Grande Sertão: Veredas é um dos momentos de maior voltagem emocional - e de textos em prosa no qual Bethânia explica a origem e a natureza do recital. Na abertura, a percussão sutil de Carlos César abre caminho para que a intérprete entre em cena cantarolando, sem microfone, versos de Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil). Segue-se discurso em favor da educação e da poesia que deságua na declamação dos versos de Comida (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto). A partir daí, o curso do recital revolve águas já passadas em shows e discos da artista em ondas de emoção que vão delineando uma atmosfera toda especial. Lidas ou (en)cantadas, as palavras ganham vida e sentimentos na voz soberana da artista. Certa de que "o palco é um lugar de aprendizado", como diz em cena, a Abelha Rainha adoça corações com o mel de palavras que abordam com poesia até a dureza do cotidiano do sertão nordestino - mote da parte inicial do roteiro. Palavras que, na sequência, fazem o ouvinte viajar pelo universal mundo português de Fernando Pessoa (1888 - 1935) e seus heterônimos - um trecho instrumental de Os Argonautas (Caetano Veloso) assinala a entrada no território lusitano - e que, mais tarde, retornam à aldeia de Bethânia, Santo Amaro da Purificação (BA), a cidade do interior baiano onde, através de seu professor Nestor Oliveira, a artista travou seus primeiros contatos com o universo das palavras. Trecho de Ciclo - versos de Nestor que foram musicados pelo mano Caetano - sublimham a memória afetiva de tempos cantados em Genipapo Absoluto (Caetano Veloso), número musical de grande força no recital ao qual se segue outro instante divino, Poema do Menino Jesus, recitado na íntegra, como Bethânia fez em espetáculos antológicos como Rosa dos Ventos (1971) e Maricotinha (2001). Coisa de Deus!
Espetáculo de natureza interiorizada, Bethânia e as Palavras se exterioriza em Cálix Bento (Domínio público), número em que a artista puxa as palmas da plateia. Mas são as emoções de dentro que moldam o espetáculo a partir das sofisticadas costuras dos poemas com as músicas. Alinhar o trecho final de João Valentão (Dorival Caymmi) com alguns versos de Pátria Minha (Vinicius de Moraes) é exemplo desse refinamento que envolve a plateia numa espiral de sentimentos que vão se desenrolando à medida em que a intérprete lê poemas de Cacaso (Há uma Gota de Sangue no Cartão Postal...), Fausto Fawcett (Encontro ou Amor) e Paulo Leminski (Um Deus Também É um Vento...), autores bem menos recorrentes nos roteiros da artista. Nem o chato pito passado por Bethânia no violonista Luiz Brasil já ao fim da pré-estreia - por ele ter se esquecido de sublinhar com o violão os trechos de alguns poemas - empanou o brilho de momento sagrado em que a artista, dona da cena, reiterou o dom teatral de comunicar sentimentos armazenados desde os tempos em que vivia na sua aldeia santo-amarense. Sentimentos do mundo que atravessam fronteiras e, através da voz e da alma da luminosa intérprete, proporcionam uma inesquecível viagem ao universo interior de cada espectador.

Bethânia dedica palavras a Violeta e a Thereza

Maria Bethânia dedica o belo recital Bethânia e as Palavras - Leituras a Violeta Arraes (1926 - 2008) e a Thereza Aragão (???? - 1993), "mestras de minha vida", como a intérprete as definiu na pré-estreia do sarau poético e musical, que chegou na noite de 2 de setembro de 2010 ao palco do Teatro Fashion Mall, no Rio de Janeiro, onde vai ficar em cartaz até 12 de setembro, de sexta-feira a domingo. A dedicatória de Bethânia - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - encerra longo roteiro que costura trechos de músicas e poemas já ditos em cena pela intérprete. Eis o roteiro:
1. Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
2. Distribuição de Poesia (Jorge de Lima)
3. Texto de Apresentação (Maria Bethânia)
4. Comida (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto)
5. Yayá Massemba (Roberto Mendes e Capinam)
6. Mestre Não É... (Guimarães Rosa)
7. Poesia (Antonio Vieira)
8. Vou Danado pra Catende (Ascenso Ferreira)
9. Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar)
10. Trem de Ferro (Manuel Bandeira)
11. Cirandeiro (Domínio público)
12. Comboio Malandro (Antônio Jacinto)
13. Berimbau (Manuel Bandeira)
14. Dona do Dom (Chico César)
15. Seleção de textos de Patativa do Assaré
16. Último Pau-de-Arara (J. Guimarães e Venâncio Corumbá)
17. ABC do Sertão (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
18. Os Argonautas (Caetano Veloso)
19. "Nessa Vida em que Sou meu Sono..." (Álvaro de Campos)
20. Marinheiro sem Mar (Sophia de Mello Breyner Andersen)
21. Marinheiro Só (Domínio público. Adapt. de Caetano Veloso)
22. Poema de um Funcionário Cansado (Ramos Rosa)
23. Passagem das Horas (Álvaro de Campos)
24. "Mestre, meu Mestre Querido..." (Fernando Pessoa)
25. Estranha Forma de Vida (Amália Rodrigues)
26. "Apesar das ruínas e da morte" (Sophia de Mello Breyner Andersen)
27. O Sino da Minha Aldeia (Roberto Mendes e Fernando Pessoa)
28. "O Tejo É Mais Belo..." (Alberto Caeeiro)
29. "Lembro-me de Quando Era Criança..." (Fernando Pessoa)
30. Ciranda da Rosa Vermelha (Domínio público)
31. Aniversário (Álvaro de Campos)
32. Metamorfose da Casa (Eugênio de Andrade)
33. Chácara (Manuel Bandeira)
34. Ciclo (Caetano Veloso e Nestor de Oliveira)
35. Sala Sunyata (Waly Salomão)
36. Texto de Maria Bethânia II
37. "Eu Tenho uma Espécie de Sonhar Sempre..." (Fernando Pessoa)
38. Genipapo Absoluto (Caetano Veloso)
39. Poema do Menino Jesus (Alberto Caeeiro)
40. Cálix Bento (Domínio público)
41. Texto de Maria Bethânia III
42. Ladainha de Santo Amaro (Mabel Velloso)
43. Romaria (Renato Teixeira)
44. Para um Amigo (Ramos Rosa)
45. Texto de Maria Bethânia IV
46. Brincar de Pulsar (Fausto Fawcett)
47. Texto de Ferreira Gullar
48. Há uma Gota de Sangue no Cartão Postal (Cacaso)
49. Encontro ou Amor (Fausto Fawcett)
50. Um Deus Também É o Vento (Paulo Leminski)
51. Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) - trecho
52. Amor de Índio (Beto Guedes)
53. Quero Ser Tambor (Craveirinha)
54. Salve as Folhas (Gerônimo)
55. O Poeta Come Amendoim (Mário de Andrade)
56. De Papo pro Ar (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano)
57. Os Sapos (Manuel Bandeira)
58. Canto do Pajé (Heitor Villa-Lobos e C. Paula Barros)
59. "Mudei o meu Nome..." (Rui Cinati)
60. Texto de Maria Bethânia V
61. Citações de Rosiana (Guimarães Rosa)
62. Sonhei que Estava em Portugal (Moraes Moreira)
63. Língua (Caetano Veloso)
64. Pátria Minha (Vinicius de Moraes)
65. João Valentão (Dorival Caymmi)
66. "E Depois de uma Tarde..." (Clarice Lispector)
67. Dedicatória a Violeta Arraes e a Thereza Aragão

Nando revela vontade de gravar CD com Samuel

Parceiro de Samuel Rosa desde 1996, ano em que foi gravada a música É Uma Partida de Futebol, Nando Reis anunciou no Twitter sua vontade de gravar um disco em dupla com o vocalista e guitarrista do Skank - com quem Nando já compôs temas como Resposta (1998), Ali (2000), Dois Rios (2003 - com adesão de Lô Borges), Onde Estão? (2004), Eu e a Felicidade (2006), Ainda Gosto Dela (2008), Renascença (2008), De Repente (2010) e Presença (2010), entre outros. A vontade de Nando - visto no post em foto de Washington Possato - é que o disco com Samuel seja gravado com os músicos do Skank e com a banda Os Infernais. Enquanto o projeto do CD não se concretiza, Nando e Samuel Rosa aguardam a exibição, em novembro de 2010, do especial que já gravaram para o canal VH1. Feito dentro da série Estúdio VH1, o tal programa documenta justamente a parceria iniciada em 1996.

2 de setembro de 2010

Sai blu-ray de show de Hendrix em Woodstock

Dentro da série de reedições do catálogo de Jimi Hendrix (1942 - 1970) postas nas lojas neste ano de 2010, a Sony Music relança Jimi Hendrix Live at Woodstock nos formatos de DVD duplo e blu-ray. A única novidade é a edição do lendário show de 1969 em vídeo de alta definição, já que o DVD duplo apresenta, a rigor, o mesmo conteúdo da edição de 2005 posta no mercado pela Universal Music. Até o projeto gráfico é idêntico.

'Mean Old Man' junta Lewis a Clapton e a Keith

Uma das últimas lendas vivas do rock'n'roll da década de 50, prestes a completar 75 anos em 25 de setembro de 2010, Jerry Lee Lewis está de volta ao mercado fonográfico com Mean Old Man, álbum que agrega na ficha técnica nomes como Eric Clapton, Keith Richards, Slash, John Mayer, Willie Nelson e Sheryl Crow, entre outros músicos e cantores. Nas lojas dos Estados Unidos a partir de 7 de setembro, o CD marca a estreia do cantor e pianista norte-americano na gravadora Verve. O sucessor de Last Man Standing (2006) foi produzido Jim Keltner e Steve Bing. Com músicas como Rockin’ my Life Away, Mean Old Man vai chegar às lojas em edição standard com 10 faixas e numa Deluxe Edition que contabiliza 18 músicas. O CD também vai ser editado no Brasil.

Green Day anuncia a gravação de disco ao vivo

O trio norte-americano Green Day anunciou a gravação de um disco ao vivo. No último fim de semana, durante show em Denver (Colorado, EUA), o vocalista Billie Joe Armstrong revelou que o grupo estava fazendo um registro ao vivo. O roteiro do show incluiu a inédita Cigarettes and Valentines, que daria título a um álbum abortado pelo trio em 2003. É provável que tal música esteja no repertório dos shows que o Green Day vai fazer no Brasil entre Green Day fará shows no Brasil entre 13 e 20 de outubro de 2010. A miniturnê tem escalas em Porto Alegre (RS - dia 13), Rio de Janeiro (RJ - dia 15), Brasília (DF - dia 17) e São Paulo (SP - 20).

Parede grava ao vivo com Lenine e com Herbert

Pedro Luís e a Parede - vistos em foto de Guito Moreto - gravam DVD e CD ao vivo nesta quinta-feira, 2 de setembro de 2010, em show no Circo Voador, no Rio de Janeiro (RJ). Herbert Vianna e Lenine são os convidados do registro ao vivo. Herbert participa de Selvagem - música que em 1986 deu título ao terceiro álbum dos Paralamas do Sucesso - e de Chuva de Bala, tema de Pedro, de Astronauta Tupy (1997), o primeiro álbum da Plap, de cujo repertório o grupo também rebobina no DVD Caio no Suingue, Miséria no Japão e Navilouca. O roteiro do show inclui músicas de todos os discos da banda, inclusive do último, Ponto Enredo (2008), produzido por Lenine. A direção da filmagem fica a cargo de Gabriela Gastal e Gabriela Figueiredo, da Samba Filmes. Nos extras, o DVD vai exibir entrevistas com os músicos da Parede e depoimentos de parceiros amigos - já captados no estúdio da Plap.

1 de setembro de 2010

'Beijo Bandido' de Ney chega irretocável ao DVD

Resenha de Show - Gravação de DVD
Título: Beijo Bandido
Artista: Ney Matogrosso (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ)
Data: 31 de agosto de 2010
Cotação: * * * * *
Antes mesmo de ganhar cenário e o status de espetáculo oficial na carreira de Ney Matogrosso nos palcos, Beijo Bandido já chegou irretocável à cena na virada de 2008 para 2009 (clique aqui para ler a resenha da estreia carioca do recital, em janeiro de 2009, e aqui para ler a resenha da estreia paulista, já com cenário). E foi assim, irretocável, que Beijo Bandido chegou ao DVD, captado com toda a pompa e circunstância na noite de 31 de agosto de 2010, em apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) restrita a convidados. Feita sem repetições, fato incomum na filmagem de DVDs, a gravação ao vivo atestou a forma vocal de Ney, esplêndida, ainda mais se levados em conta os 69 anos completados pelo cantor em 1º de agosto. Em tom camerístico, dado pelos arranjos estupendos do pianista Leandro Braga, o cantor recorreu ao seu habitual domínio cênico para seduzir a plateia de amigos, artistas e voluntários do Morhan, instituição beneficente de combate à hanseníase (causa abraçada por Ney nos últimos anos). Amigos ou não, todos se deixaram seduzir pelos arroubos dramáticos de Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha) - motivo para justa ovação ao fim do número, o mais aplaudido da gravação - e pelas sutis ironias de Nada por mim (Herbert Vianna e Paula Toller), entre outras músicas. Senhor da cena, Ney alternou melancolia (A Distância, Roberto e Erasmo Carlos), sensualidade (A Cor do Desejo, Junior Almeida e Ricardo Guima), suingue (Incinero, salsa de Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar), calor (As Ilhas, Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro) e folhetim (Tango pra Teresa, Jair Amorim e Evaldo Gouveia) com soberania vocal. No bis, Ney ainda reincorporou ao show duas músicas que faziam parte do roteiro original - Poema dos Olhos da Amada (Vinicius de Moraes) e o belo Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim) - mas que tinham sido suprimidas do repertório do CD de estúdio que registra Beijo Bandido. Sem falar no arremate com Fala, o sucesso do Secos & Molhados que nunca havia feito parte do roteiro do concerto. Hábil pescador de pérolas, com ou sem fantasia, Ney Matogrosso exibiu no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro toda a nobreza de seu canto.

Ney inclui 'Fala' na gravação de 'Beijo Bandido'

Música lançada pelo trio Secos & Molhados em 1973, em seu primeiro álbum, Fala ganha novo registro de Ney Matogrosso no momento em que é revivida na voz de Gottsha na trilha sonora da novela Ti Ti Ti. Fala foi a surpresa do roteiro do show feito pelo cantor no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ), na noite de 31 de agosto de 2010, para a gravação do DVD do show Beijo Bandido. Ney - visto neste post em fotos de Mauro Ferreira - cantou Fala ao fim do segundo bis. A pulsação das cordas no magnífico arranjo do pianista Leandro Braga remeteu a algumas orquestrações da fase adulta da música dos Beatles e deu novo colorido ao tema de João Ricardo e de Luhli, fechando a gravação.

Arranjos sinfônicos revitalizam os hits de Sting

Resenha de CD
Título: Symphonicities
Artista: Sting
Gravadora: Deutsche
Grammophon
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Sem recorrer aos clichês do rock sinfônico, Sting revitaliza doze temas de seu cancioneiro - alternando músicas gravadas na época em que integrava o trio inglês The Police com sucessos da carreira solo - em disco gravado em estúdio com três sinfônicas (The Royal Philharmonic Concert Orchestra, The London Players e The New York Chamber Consort). O disco pode até ser efeito de falta do que fazer, mas o fato é que Symphonicities - cujo título remete ao nome do quinto e último álbum de estúdio do Police, Synchronicity (1983) - tem pegada. O êxito é perceptível já na faixa de abertura, Next to You (1978), cujo tom roqueiro foi bem transposto para o universo sinfônico. A orquestra conduzida por Rob Mathes - produtor do álbum ao lado do próprio Sting - dá frescor a temas como Every Little Thing She Does Is Magic (1981), When We Dance (1994) e The End of the Game (1999). É fato que nem uma sinfônica pode fazer muito para renovar uma música já tão batida como Roxanne (1978). Em contrapartida, o resultado de temas como You Will Be my Ain True Love (2003) - faixa de tom folk e clima meio medieval (tão ao gosto de Sting) - é bem harmonioso. Em boa parte, os arranjos orquestrais são criativos. Symphonicities cumpre seu papel de unir o universo clássico - no qual Sting tem estado eventualmente imerso nos últimos anos - com o mundo pop. Tal ideia não é nova, mas deu outro bom fruto.

Vibrante, Gogol se conecta a Rubin e ao Brasil

Resenha de CD
Título: Trans-Continental
Hustle
Artista: Gogol Bordello
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

Com seu quinto bom álbum de estúdio, Trans-Continental Hustle, o inusitado coletivo Gogol Bordello sai da trilha indie e passa a transitar pelo mainstream. Trata-se do primeiro CD editado por gravadora multinacional, a Sony Music. A mudança de status se completa com a convocação do produtor Rick Rubin, piloto de discos de grupos de rock como Red Hot Chili Peppers. As conexões de Gogol com Rubin e com o Brasil - a vivência do líder do grupo, Eugene Hutz, em território nacional inspirou as faixas Uma Menina e In the Meantime in Pernambuco, ambas com clima de Carnaval gringo - mantiveram a vibração do som multiétnico desse coletivo que harmoniza na formação integrantes russos, ucranianos, etíopes, norte-americanos, escoceses e equatorianos. O espírito cigano do Gogol é preservado em faixas empolgantes como Pala Tute e My Companjera. Outras músicas - caso de Immigranjada (We Comin' Rougher) - enfatizam a vertente punk deste som cheio de energia. Entre temas de menor voltagem rítmica, como Sun Is on my Side, Trans-Continental Hustle apresenta músicas mais vibrantes como Rebellious Love e Break the Spell - tudo com o polimento de Rick Rubin. E o fato é que o coquetel multiétnico do Gogol Bordello resulta especialmente saboroso no disco, sucessor do confuso Super Taranta! (2007).

D2 e Du Peixe abraçam a luta diária do Ponto

Com a arte da (expressiva) capa assinada pela dupla de grafiteiros paulistas Os Gêmeos, o terceiro álbum do grupo carioca Ponto de Equilíbrio, Dia Após Dia Lutando, conta com adesões de Marcelo D2 e de Jorge Du Peixe. O rapper carioca participa de Malandragem às Avessas (A Resposta do Poeta), tema composto pelo percussionista Marcelo Campos com seu irmão Marcos Campos. Já a vocalista da Nação Zumbi é convidado e parceiro do vocalista Hélio Bentes em Reggae de Terreiro (Ciência do Quintal). Fiel à ideologia Rastafari, o disco do Ponto de Equilíbrio tem também intervenções do jamaicano Don Carlos (em Stay Alive, música do guitarrista André Sampaio) e do quarteto vocal The Congos. Também da Jamaica, o quarteto é co-autor (ao lado do baterista Lucas Kastrup) e convidado da música Novo Dia. Detalhe gráfico: além da arte da capa, Os Gêmeos assinam as belas gravuras dispostas no encarte e nas capas internas do disco. Luxo!

31 de agosto de 2010

Raquel Becker aguça CD 'Sentidos' com Vercillo

Cantora gaúcha radicada em Brasília (DF) desde os quatro anos, Raquel Becker se prepara para lançar seu segundo disco, Sentidos. O sucessor de O Melhor Lugar (2008) foi gravado no Midas Estúdio, em São Paulo (SP), com produção de Lampadinha. Arranjado por Paulo Calasans, o repertório quase todo autoral inclui nove músicas inéditas assinadas por Raquel Becker com seus parceiros Zeppa, Alexandre Mendes e André Bertran. Jorge Vercillo participa da regravação de Você É Tudo, música de sua autoria, lançada pelo autor em seu álbum Livre (2005). Já o cantor e baixista Rodrigo Santos faz dueto com Raquel em Sentido do Vento. O disco vai ser editado em setembro.

Ney grava DVD de 'Beijo' com a banda alterada

Ney Matogrosso grava nesta terça-feira, 31 de agosto de 2010, o DVD do show Beijo Bandido no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ), em apresentação restrita a fãs-clubes e a convidados do cantor. A novidade é o que registro ao vivo vai ser feito com alteração no quarteto que acompanha Ney em cena. Alexandre Casado (violino, bandolim e pandeiro) assume na banda o posto que era de Ricardo Amado desde a estreia do show, em dezembro de 2008. Já o roteiro é essencialmente o mesmo, embora três das quatro músicas do bis - a salsa Incinero (Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar), Poema dos Olhos da Amada (Vinicius de Moraes) e Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim) - estejam ganhando a rigor seu primeiro registro, pois não entraram na gravação de estúdio do concerto, já lançada pela EMI Music, em CD, em outubro de 2009.

Parceria de Vercillo e Venturini gera 'Telepatia'

Iniciada com Fênix, bela música lançada por Jorge Vercillo no CD Elo (2002), a parceria de Vercillo com Flávio Venturini (foto) já tem um segundo título, Telepatia, gravado pela artista brasiliense Greice Ive num CD previsto para ser editado em outubro de 2010.

Scorpions gravam show em festival na Paraíba

O grupo Scorpions decidiu filmar com câmeras de alta definição o show brasileiro que vai fazer em 11 de setembro de 2010, no estádio Almeidão, em João Pessoa (PB), dentro da programação do Sun Rock Music Festival. É que o DVD / blu-ray com o registro da Get Your Sting and Blackout World Tour 2010 incluirá trechos de shows feitos pelo grupo ao redor do Mundo - embora o show principal vá ser gravado na Alemanha, terra natal da banda.

Nenhum de Nós finaliza 'Contos de Água e Fogo'

Enquanto faz os últimos shows da turnê A Céu Aberto, o grupo Nenhum de Nós prepara o lançamento de seu 14º álbum, Contos de Água e Fogo. O primeiro single, Outono Outubro, foi lançado neste mês de agosto de 2010 pelo quinteto (visto no post em foto de François Dorleans). Gravado a partir de 28 de junho no estúdio Submarino Amarelo em Porto Alegre (RS), com produção dividida entre Ray Z e a banda gaúcha, o disco abre parcerias do Nenhum de Nós com o carioca Leoni, Fábio Cascadura (da banda baiana Cascadura), o argentino Pablo Uranga e o músico uruguaio Sócio, produtor de duas faixas. Primavera no Coração, Corrente, Último Beijo e Melhor e Diferente são algumas músicas do disco do grupo.

30 de agosto de 2010

Sobra do CD de D2 na trilha de Tropa de Elite 2

Sobra do CD Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva, nas lojas em setembro de 2010 pela EMI Music, a regravação de Candidato Caô Caô (Pedro Butina e Walter Meninão, 1988) integra a trilha sonora do filme Tropa de Elite 2. Em fase final de produção pela mesma EMI, a trilha chega às lojas em outubro com fonogramas de Paralamas do Sucesso (Calibre), da dupla MC Leonardo & Junior (o funk Tá Tudo Errado) e do grupo Tihuana, que, além de figurar na trilha com a inédita Comboio do Terror, regravou o tema que dá nome ao filme. O CD do primeiro Tropa vendeu bem, totalizando cerca de 30 mil cópias - de acordo com a EMI Music.

Rita Lee lança na rede clipe caseiro de Ti Ti Ti

Rita Lee lança em seu site oficial o clipe da versão 2010 de Ti Ti Ti. Gravada originalmente pela artista em seu álbum Saúde, de 1981, a parceria de Rita com Roberto de Carvalho foi regravada este ano para ser o tema de abertura do remake da novela Ti Ti Ti, no ar às 19h pela Rede Globo. Gravado em casa, com direção e imagens do próprio Roberto de Carvalho, o clipe tem edição e arte assinadas por Daniel Todeschi. Além de ser exibido no site oficial de Rita Lee, o animado vídeo já entrou em rotação no YouTube.

Richie cativa cariocas ao reativar usina de hits

Resenha de Show
Título: Brazilian Tour 2010
Artista: Lionel Richie (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Arena (RJ)
Data: 29 de agosto de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Injustamente jogado na vala comum da música kitsch por conta do alto teor de glicose de suas baladas, o repertório de Lionel Richie é a trilha sonora de toda uma geração que, ao longo dos anos 70, dançou ao som do soul e do r & b funkeado do grupo The Commodores e depois - já na década de 80 - curtiu as baladas e a diluição pop desse som da Motown quando o artista partiu em carreira solo. Aos 61 anos de vida e 42 de carreira, Richie reativou sua poderosa usina de hits na noite de 29 de agosto de 2010 ao subir ao palco da HSBC Arena para fazer seu primeiro show no Rio de Janeiro (RJ). Com vitalidade e simpatia, o cantor não deu sinais de decadência. Ao contrário: Richie se mostrou em perfeita forma vocal e, com ajuda de afiada banda que garantiu a pressão do som, ele cativou os fãs cariocas que encheram a Arena para ouvir os hits de Richie. E eles, os hits, se fizeram presentes em sua quase totalidade (Truly foi uma das poucas ausências sentidas no roteiro ágil que contabilizou 20 músicas em menos de uma hora e meia).
Com direito a telões de alta definição, Richie fez show azeitado, coeso e sedutor. Hello - uma de suas baladas mais conhecidas - abriu o roteiro na forma de vinheta, mixada com o bate-estaca eletrônico de Everybody Dance Now (música da banda C & C Music Factory). Mas Richie em pessoa somente deu o ar da graça a partir da dançante All Around the World. E logo veio o primeiro hit, Easy, do repertório dos Commodores. De início, a música foi tocada com fidelidade ao arranjo da gravação original - como, aliás, todos os sucessos alinhados no show - mas, na sequência, ganhou suingue inusitado. Após dois temas menores de sua usina de hits, Ballerina Girl e Running with the Night (número de alta voltagem no qual o cantor pôs a plateia de pé), Richie dispensou a banda e se sentou ao piano para, com banais dotes de tecladista, entoar as baladas Still, Oh No e Stuck on You. Incentivado pela vibração do artista, o público se deixou levar pelo romantismo das baladas e pela irresistível batida pop de temas como You Are, fazendo coro e uma corrente de boa energia que deu leveza e aura especial ao primeiro show carioca do artista. Galante, Richie cortejou as mulheres da plateia - e foi cortejado por elas - ao solicitar o coro feminino em Three Times a Lady e, mais tarde, ao pedir que elas cantassem a parte de Diana Ross na balada Endless Love. "Quem precisa de Diana?", gracejou, ao ser prontamente atendido. Ao fim de Dancing on the Ceiling e em outros momentos do show, Richie chegou a bater palmas para o público. O afago no ego dos fãs foi justo. Foi a sintonia entre público e artista que valorizou o show, cujo roteiro abriu generosos espaços para o repertório do Commodores - Fancy Dancer, Lady (You Bring me Up), Sail on - e culminou com o funkaço Brick House, revivido à moda da Motown. No primeiro bis, vieram as inevitáveis Hello - com direito à projeção de um globo espelhado no telão - e All Night Long. No segundo, Richie improvisou o trecho inicial de We Are the World, em memória do amigo e parceiro Michael Jackson (1958 - 2009). E acabou-se o que foi doce. Compositor talentoso, ainda não valorizado na medida de sua importância, Lionel Richie saiu definitamente do palco da HSBC Arena, prometendo retornar ao Rio de Janeiro em 2011 para reencontrar seu público ávido por ouvir seus hits all night long. Tomara que ele cumpra a promessa!

Milton revive parceria de Tunai e Márcio Borges

Parceria de Tunai com Márcio Borges, lançada por Simone em 1986 no álbum Amor e Paixão, Raras Maneiras faz parte do repertório do próximo disco de Milton Nascimento, ... E a Gente Sonhando. A faixa-título deste álbum em que Milton se junta a cantores e músicos da cidade mineira de Três Pontas também é uma regravação - no caso, de tema lançado em 1965, em registro instrumental, pelo Tempo Trio - mas ...E a Gente Sonhando tem repertório majoritariamente inédito. O disco já está no forno.

29 de agosto de 2010

Azul ganha mais cor do que Vermelho em cena

Resenha de Show
Título: Azul e Vermelho
Artista: Nina Becker (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Arena do Espaço Sesc - Copacabana (RJ)
Data: 28 de agosto de 2010

Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Sesc Pompéia (SP) - em 14 e 15 de outubro

Por ter sido gravado em CD de tons intencionalmente desbotados, o repertório de Azul ganha mais cor no palco. No show em que Nina Becker lança seus dois simultâneos primeiros discos fora da Orquestra Imperial, Azul e Vermelho, o cancioneiro de Azul sofre a transmutação mais visível por ser encorpado em cena pelo quarteto formado por Gabriel Bubu (guitarra), Bartolo (também na guitarra), Eduardo Manso (baixo) e Thomas Harres (bateria). Ao menos na Arena do Espaço Sesc, onde o show fez sua estreia nacional em 27 e 28 de agosto de 2010, ótima sequência com quatro temas de Azul fez desabrochar a beleza oculta de Flor Vermelha (Nuno Ramos e Romulo Fróes), Não Tema (Renato Martins), Ela Adora (Nina Becker, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Dans Ton Île (Domenico Lancellotti e Zoy Anastassakis). Contudo, ainda que as tonalidades azuis sejam mais sedutoras em cena, o show é fiel ao som alternativo dos discos. Paradoxalmente, o bloco inicial com músicas de Vermelho - em tese, o CD quente - é a sequência mais fria do show, embora seja nesse bloco inicial que Nina trilhe, bem climática, os belos caminhos melódicos da Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran), situada no roteiro entre De um Amor em Paz (Domenico Lancellotti com Délcio Carvalho) e Toc Toc (Rubinho Jacobina). Em qualquer tom, o show vai desvendando aos poucos as sutilezas do canto íntimo da artista. Que surpreende ao entoar um tema de Jimi Hendrix (1942 - 1970) - May This Be Love (Waterfall) - número em que o quarteto esboça sonoridade mais pesada. Em seguida, a adesão especialíssima de Nelson Jacobina na guitarra dá colorido todo especial ao Samba Jambo e a Lágrimas Negras, dois temas da lavra de Jacobina com Jorge Mautner. Aliás, Mautner é parceiro do guitarrista Bartolo em Supermercado do Amor, sucesso do repertório da Orquestra Imperial a que a vocalista recorre para insinuar, já no fim do show, clima carnavalesco. Não por acaso, Supermercado do Amor é alocado no roteiro entre duas músicas do CD Vermelho - Volte Sempre (Renato Martins) e Superluxo (Nervoso e Nina Becker) - que se alinham com as cores da folia no que pode ser considerado o bloco mais pop do show. No bis, uma surpreendente incursão pelo repertório do efêmero grupo Obina Shock - com Vida, hit radiofônico de 1986 - insinua que, em cena, o Carnaval pop de Nina Becker não deverá ter um fim tão radical...

Nina irmana Hendrix, Jobim e Obina em show

Belo tema de Jimi Hendrix (1942 - 1970), lançado pelo trio Jimi Hendrix Experience no álbum Are You Experienced? (1967), May This Be Love (Waterfall) é uma das boas surpresas do roteiro do show em que Nina Becker canta os repertórios de seus dois primeiros discos individuais, Azul e Vermelho, lançados neste mês de agosto de 2010 pela gravadora YB Music. O show estreou no Rio de Janeiro (RJ) neste fim de semana em duas apresentações na Arena do Espaço Sesc, em Copacabana, agendadas para 27 e 28 de agosto. Além do tema de Jimi Hendrix, Nina incluiu no roteiro Estrada do Sol - uma das parcerias de Tom Jobim (1927 - 1994) com Dolores Duran (1930 - 1959) - e Vida (Maria Juçá e Roger Kedyh), o único sucesso do efêmero grupo dos anos 80 Obina Shock. No bis, a artista cantou inédita, Package to Live, composta em inglês. Eis o roteiro seguido por Nina Becker - vista no post em foto de Rodrigo Amaral - na apresentação chique de 28 de agosto:

1. De um Amor em Paz (Domenico Lancellotti e Délcio Carvalho)
2. Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran)
3. Toc Toc (Rubinho Jacobina)
4. Tropical Poliéster (Nina Becker, Marcelo Callado, Ricardo Dias Gomes, Gabriel Bubu e Gustavo Benjão)
5. Madrugada Branca (Nina Becker e Gustavo Benjão)
6. Lá e Cá (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Bartolo)
7. Não Tema (Renato Martins)
8. Ela Adora (Nina Becker, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes)
9. Dans Ton Île (Domenico Lancellotti e Zoy Anastassakis)

10. Flor Vermelha (Nuno Ramos e Romulo Fróes)
11. May This Be Love (Waterfall) (Jimi Hendrix)
12. Samba Jambo (Jorge Mautner e Nelson Jacobina)
- com participação de Nelson Jacobina na guitarra
13. Lágrimas Negras (Jorge Mautner e Nelson Jacobina)
- com participação de Nelson Jacobina na guitarra
14. Volte Sempre (Renato Martins)
15. Supermercado do Amor (Jorge Mautner e Bartolo)
16. Superluxo (Nervoso e Nina Becker)
Bis:
17. Medo (Nina Becker)
18. Package to Live
19. Vida (Maria Juçá e Roger Kedyh)

Jacobina dá colorido especial ao show de Nina

Nelson Jacobina foi o convidado especial da estreia nacional do show em que Nina Becker - vista com o artista na foto de Rodrigo Amaral - apresenta os repertórios de Azul e Vermelho, discos lançados neste mês de agosto de 2010 pela gravadora YB Music. Convocado pela cantora para pisar na arena do Espaço Sesc em Copacabana (RJ), onde o show estreou em 27 e 28 de agosto, Jacobina tocou guitarra no Samba Jambo e em Lágrimas Negras, parcerias suas com Jorge Mautner gravadas por Nina nos dois CDs que inauguram sua discografia solo. Ele deu um colorido ao show.

'É com Esse' não reedita graça de 'Sassaricando'

Resenha de Musical
Título: É com Esse que Eu Vou
Concepção, pesquisa e roteiro: Rosa Maria Araújo
e Sérgio Cabral
Direção: Cláudio Botelho
Direção musical e arranjos: Luís Filipe de Lima
Elenco: Soraya Ravenle, Marcos Sacramento, Alfredo

Del-Penho, Makley Matos, Lilian Valeska, Pedro Paulo
Malta e Beatriz Faria
Foto: Canivello Comunicação / Leonardo Aversa
Cotação: * * *
Um espetáculo de Charles Möeller & Cláudio Botelho
Em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro -
RJ, de quinta-feira a domingo até 10 de outubro de 2010

Apesar de seguir a bela fórmula de Sassaricando e de ter sido formatado praticamente com a mesma equipe técnica, o (bom) musical É com Esse que Eu Vou não reedita a atmosfera de encantamento do espetáculo sobre as marchinhas, grande sucesso do teatro carioca em 2007. O desfile dos 83 sambas pesquisados por Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral - dispostos em dois atos, oito blocos e no dispensável prólogo - evolui eventualmente com graça, mas a teatralidade resulta mais rala e menos graciosa do que a de Sassaricando. Com a dupla Charles Möeller & Cláudio Botelho menos inspirada do que de costume na construção de uma dramaturgia a partir da seleção irretocável dos sambas, o espetáculo se sustenta mais no talento dos atores. Por ser também atriz, Soraya Ravenle se destaca no (excelente) elenco por uma dramaticidade mais natural que valoriza seus números. Sem falar que, como cantora, ela vive seu auge. O solo de Soraya em Amor de Carnaval (Zé Kétti, 1968) beira o sublime. Marcos Sacramento também reitera em cena sua habilidade vocal. Sua interpretação de Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro, 1942) - um dos números de maior graça, aliás, pela teatralidade obtida por Möeller & Botelho na cena - é um dos melhores momentos de É com Esse que Eu Vou. Menos expressivos como cantores, mas sempre corretos, Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta deixam boa impressão ao longo das duas horas de espetáculo, sendo que suas hilárias intervenções no bloco Orgia x Trabalho ganharam justos aplausos em cena aberta na estreia para convidados. Já Lilian Valeska - solista competente de sambas como Quero Morrer no Carnaval (Luís Antonio e Eurico Campos, 1961) e A Mulher que É Mulher (Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, 1954) - não mostra em É com Esse que Eu Vou todo o brilho vocal já exibido em outros musicais cariocas. Valeska não protagoniza um número realmente memorável, assim como o vivaz Makley Matos e a surpreendente Beatriz Faria, segura ao solar sambas como Não Tenho Lágrimas (Max Bulhões e Milton de Oliveira, 1937). Pai de Beatriz, Paulinho da Viola é o narrador do texto do vídeo O Morro e o Asfalto, alocado entre o segundo e o terceiro bloco. Aliás, por falar em blocos, o sexto e o sétimo, Feminismo x Machismo e Briga x Paz, quase se confundem em cena pelos conceitos e sambas de temática similar. No todo, É com Esse que Eu Vou tem lá seus encantos pelo apuro da produção, pelo repertório e pelo elenco - vibrante ao unir vozes nos números finais - mas o fato é que, mesmo seguindo a receita que deu tão certo no ótimo Sassaricando, o atual musical focado nos sambas de Carnaval não é especialmente cativante como faz supor a sua ficha técnica...

Box com disco de 1978 inclui inéditas de Bruce

A gravadora Columbia revelou o formato e o material adicional da Deluxe Edition de Darkness on the Edge of Town, álbum lançado originalmente por Bruce Springsteen em 1978. O disco volta ao catálogo reembalado em box que inclui três CDs, três DVDs (ou três blu-rays) e livro. O luxuoso combo sextuplo vai chegar às lojas dos Estados Unidos a partir de 16 de novembro de 2010. O primeiro CD do pacote é a versão remasterizada do álbum original. Os outros dois CDs, intitulados The Promise, apresentam 21 músicas raras ou mesmo inéditas. Já os três vídeos exibem documentários sobre o disco e números de shows de 1976, 1978 e 2009 em que Springsteen aborda o repertório de Darkness on the Edge of Town. Eis o conteúdo dos discos e vídeos da caixa:

CD 1
REMASTERED DARKNESS ON THE EDGE OF TOWN
1. Badlands
2. Adam Raised a Cain
3. Something in the Night
4. Candy's Room
5. Racing in the Street
6. The Promised Land
7. Factory
8. Streets of Fire
9. Prove It All Night
10. Darkness on the Edge of Town

CD 2
THE PROMISE 1
1. Racing in the Street ('78)
2. Gotta Get That Feeling
3. Outside Looking In
4. Someday (We'll Be Together)
5. One Way Street
6. Because the Night
7. Wrong Side of the Street
8. The Brokenhearted
9. Rendezvous
10. Candy's Boy

CD 3
THE PROMISE 2
1. Save my Love
2. Ain't Good Enough for You
3. Fire
4. Spanish Eyes
5. It's a Shame
6. Come on (Let's Go Tonight)
7. Talk to me
8. The Little Things (My Baby Does)
9. Breakaway
10. The Promise
11. City of Light

DVD 1
THE PROMISE: THE MAKING OF DARKNESS ON THE EDGE OF TOWN

DVD 2
DARKNESS ON THE EDGE OF TOWN (PARAMOUNT THEATER, ASBURY PARK, NJ, 2009)
1. Badlands
2. Adam Raised a Cain
3. Something in the Night
4. Candy's Room
5. Racing in the Street
6. The Promised Land
7. Factory
8. Streets of Fire
9. Prove It All Night
10. Darkness on the Edge of Town

THRILL HILL VAULT (1976-1978)
1. Save my Love (Holmdel, NJ 76)

2. Candy's Boy (Holmdel, NJ 76)
3. Something in the Night (Red Bank, NJ 76)
4. Don't Look Back (NYC 78)
5. Ain't Good Enough for You (NYC 78)
6. The Promise (NYC 78)
7. Candy's Room Demo (NYC 78)
8. Badlands (Phoenix 78)
9. The Promised Land (Phoenix 78)
10. Prove It All Night (Phoenix 78)
11. Born to Run (Phoenix 78)
12. Rosalita (Come Out Tonight) (Phoenix 78)

DVD 3
HOUSTON '78 BOOTLEG: HOUSE CUT
1. Badlands
2. Streets of Fire
3. It's Hard To Be a Saint in the City
4. Darkness on the Edge of Town
5. Spirit in the Night
6. Independence Day
7. The Promised Land
8. Prove It All Night
9. Racing in the Street
10. Thunder Road
11. Jungleland
12. The Ties That Bind
13. Santa Claus Is Comin' to Town
14. The Fever
15. Fire
16. Candy's Room
17. Because the Night
18. Point Blank
19. She's the One
20. Backstreets
21. Rosalita (Come Out Tonight)
22. Born to Run
23. Detroit Medley
24. Tenth Avenue Freeze-Out
25. You Can't Sit Down
26. Quarter to Three