26 de setembro de 2009

Erasmo celebra vício jovial no show 'Rock'n'Roll'

Resenha de Show
Título: Rock'n'Roll
Artista: Erasmo Carlos (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 25 de setembro de 2009
Cotação: * * * * *

Foi com a voz e imagem intencionalmente distorcidas que Erasmo Carlos apareceu, através do telão, no palco da casa carioca Vivo Rio, onde estreou a turnê nacional de seu show Rock'n'Roll na noite de sexta-feira, 25 de setembro de 2009. Como se fosse um dependente químico, o Tremendão dá um depoimento hilário para no fim confessar que seu vício irrecuperável é o rock'n'roll, celebrado no álbum de inéditas lançado em maio. Por essa genial abertura, o espectador já intui que o show vai ser uma festa de arromba. E é mesmo. Jovial como o CD que o inspirou, o show Rock'n'Roll junta Erasmo a músicos da nova geração. Nada menos do que três integrantes da banda - Pedro Loppez (baixo), Luiz Loppez (guitarra) e Alan Fontenele (bateria) - são oriundos do grupo Filhos da Judith, atuante na cena indie carioca. Eles injetam sangue novo numa banda que destaca previsivelmente as guitarras, tocadas em alto e bom som por Luiz, Billy Brandão e pelo pré-histórico Dadi, momentaneamente fora do seu ofício de baixista. No bis, Erasmo ainda convocou Liminha, produtor do disco, para subir ao palco e encorpar a banda como guitarrista em Cover - número valorizado pela inusitada invasão do palco por sósias de ícones do rock e da cultura pop como Elvis Presley (1935 - 1977), Marylin Monroe (1926 - 1962) e Roberto Carlos - e em Festa de Arromba, que termina num duelo de guitarras que evoca o espírito do bom e velho rock'n'roll que ainda anima Erasmo. Dez!

Aos 68 anos, Erasmo Carlos poucas vezes soou tão jovem em cena. Há todo um cuidado no show - desde as projeções até as hilariantes tiradas cênicas da abertura e dos covers - que faz de Rock'n'Roll o melhor espetáculo apresentado pelo artista nos últimos 20 anos. É fato que algumas músicas do disco novo, caso de Jogo Sujo, não renderam tudo o que poderiam na estreia. Chuva Ácida - para citar mais um exemplo - também caiu sem impacto no roteiro. São números que certamente ficarão mais azeitados e ajustados quando o show for para a estrada com seu repertório que engloba (quase) todos os grandes sucessos da carreira do cantor. Na intenção de contentar o público, Erasmo tocou somente metade das 12 músicas do álbum Rock'n'Roll, ignorando petardos como Um Beijo É um Tiro, parceria sua com Nando Reis. Mas é justamente essa preocupação com a satisfação popular que faz com o que o show tenha um mágico clima de celebração. Tanto que, nos refrãos de Sentado à Beira do Caminho e É Preciso Saber Viver, o cantor direciona o microfone para a platéia para que o público cante com ele num coro forte e popular.

"Rock'n'Roll não é somente rebeldia e contestação. É amor também", ressalta Erasmo, quase se justificando por cantar Mulher e Minha Superstar, sucessos radiofônicos que deram novo impulso à sua carreira no início dos anos 80. Conceitos à parte, entre músicas novas e velhas, Erasmo fez a festa. Os efeitos dos teclados de José Lourenço deram outra pele ao Negro Gato em constraste com a placidez bossa-novista do número seguinte, Noturno Carioca, parceria de Erasmo com Nelson Motta. Mais tarde, o peso das guitarras encorpa o Panorama Ecológico - tema pioneiro na defesa das causas ambientais - e dá tom heavy a Quero que Vá Tudo para o Inferno, o avassalador sucesso de Roberto Carlos em 1965, atualmente renegado pelo Rei por manias e por convicções religiosas. Os ótimos arranjos valorizam e renovam as músicas. Rock'n'Roll reitera a certeza de que Uma Guitarra É uma Mulher é, aliás, uma das grandes faixas do CD homônimo do show. E de que os sucessos das velhas tardes de domingo - Lobo Mau, Minha Fama de Mau, Vem Quente que Eu Estou Fervendo - continuam jovens como esse tremendo roqueiro quase setentão que, sem pudores, continua devotado aos vícios de sua juventude.

Hit renegado pelo 'Rei' no roteiro de Rock'n'Roll

Música que consolidou o sucesso e a carreira de Roberto Carlos na década de 60, mas há anos renegada pelo Rei, Quero que Vá Tudo pro Inferno foi a melhor surpresa do roteiro do novo show de Erasmo Carlos, Rock'n'Roll, cuja turnê nacional estreou na noite de ontem, 25 de setembro de 2009, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). O renegado hit de 1965 ressurgiu num arranjo heavy e se impôs como um dos grandes momentos do show. Eis o roteiro apresentado por Erasmo Carlos (em foto de Mauro Ferreira) na (consagradora) estreia nacional do tremendo show Rock'n'Roll:

1. Jogo Sujo (Erasmo Carlos)
2. Sou uma Criança, Não Entendo Nada
(Erasmo Carlos e Ghiaroni)
3. Mesmo que Seja Eu (Roberto e Erasmo Carlos)
4. Mulher (Erasmo Carlos e Narinha)
/ Minha Superstar (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
5. Chuva Ácida (Erasmo Carlos e Nelson Motta)
6. Negro Gato (Getúlio Cortes)
7. Noturno Carioca (Erasmo Carlos e Nelson Motta)
8. Gatinha Manhosa (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
9. Sentado à Beira do Caminho (Roberto e Erasmo Carlos)
10. Panorama Ecológico (Roberto e Erasmo Carlos)
11. É Preciso Saber Viver (Roberto e Erasmo Carlos)
12. Desabafo / Olha / Proposta / Os seus Botões / Detalhes /
Café da Manhã / Cavalgada / Eu te Amo, te Amo, te Amo
(Roberto e Erasmo Carlos)
13. Olhar de Mangá (Erasmo Carlos)
14. A Guitarra É uma Mulher (Erasmo Carlos e Chico Amaral)
15. Quero que Vá Tudo pro Inferno (Roberto e Erasmo Carlos)
16. Lobo Mau (The Wanderer)
(Ernest Mareska em versão de Hamilton Di Giorgio)
17. Minha Fama de Mau (Roberto e Erasmo Carlos)
18. Vem Quente que Eu Estou Fervendo
(Carlos Imperial e Eduardo Araújo)
19. É Proibido Fumar (Roberto e Erasmo Carlos)
Bis:
20. Cover (Erasmo Carlos)
21. Festa de Arromba (Roberto e Erasmo Carlos)

Erasmo evoca 'Gonzagão' para festejar Roberto

Erasmo Carlos parafraseou a letra de um dos muitos clássicos do repertório de Luiz Gonzaga (1912 - 1989) - Boiadeiro, de autoria de Armando Cavalcanti e Klecius Caldas - para celebrar a longa parceria profissional e pessoal com Roberto Carlos. "Minha amizade por ele é pequenina, é miudinha, é quase nada, mas não há outra mais bonita no lugar", sentenciou terno o Tremendão, se apropriando dos versos finais de Boiadeiro, antes de prestar seu tributo aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos no momento mais intimista do show Rock'n'Roll, cuja turnê nacional estreou na noite de ontem, 25 de setembro de 2009, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). Na companhia solitária dos teclados de seu maestro José Lourenço, Erasmo (em foto de Mauro Ferreira) emendou num belo pot-pourri trechos de Desabafo, Olha, Café da Manhã, Os seus Botões, Detalhes, Cavalgada e Eu te Amo, te Amo, te Amo. Sucessos do Rei que também levam a assinatura de seu amigo de fé irmão camarada. E que renderam um singelo tributo.

'Cover' de Roberto aparece no palco de Erasmo

Parece Roberto Carlos, mas não é. O sósia do Rei foi uma das surpresas da estreia nacional do novo show de Erasmo Carlos, Rock'n'Roll, na noite de ontem, 25 de setembro de 2009, na casa carioca Vivo Rio. Ele entrou em cena no bis, quando o Tremendão cantava Cover, uma das músicas inéditas do ótimo CD Rock'n'Roll. Pela incrível semelhança com o cantor, o sósia de Roberto (em foto de Mauro Ferreira) roubou a cena ao dividir o palco com covers de Elvis Presley (1935 - 1977), Charles Chaplin (1889 - 1977) e Marylin Monroe (1926 - 1962). E ainda distribuiu flores para o público, ao fim do número, repetindo o gesto feito por Roberto Carlos em seus shows. Tremenda sacada de Erasmo!!!!

Netinho põe Vercillo, Saulo e D'Black na 'Caixa'

Netinho inicia neste sábado, 26 de setembro de 2009, o registro ao vivo do CD e DVD A Caixa Mágica. A gravação acontece em show realizado pelo cantor na área verde do hotel Parque dos Coqueiros, em Aracaju (SE). No domingo, 27 de setembro, o artista conclui a captação de imagens sem a presença do público. Participam da gravação Jorge Vercillo (em Himalaia), D'Black (em Pedindo pra Voltar), Saulo Fernandes (Paixão Não Tem Cura), Alinne Rosa (em A Vida É Festa) e Tomate (Impossível). Entre inéditas e regravações, o repertório embaralha baladas (Cor de Vênus e Onde Você se Esconde, parceria de Netinho com Ivete Sangalo) e axés como Extrapolou e Erê, apostas do artista para o Carnaval baiano de 2010. A Caixa Mágica comemora os 20 anos de carreira de Netinho - projetado como vocalista da Banda Beijo.

25 de setembro de 2009

'Amália' desfia um folhetinesco rosário de penas

Resenha de filme
Título: Amália
Direção: Carlos Coelho
da Silva
Elenco: Sandra Barata
Belo, Carla Chambel,
Ricardo Carriço e
Ricardo Pereira, entre
outros atores
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Festival
do Rio (Sessões entre
26 e 28 de setembro de
2009)

"É a vida que carrega as tristezas. Não sou eu...", diz Amália Rodrigues (1920 - 1999) a uma certa altura da vida para Ricardo Espírito Santo, o homem que resolve amar tarde mais. A cena está em Amália, o controvertido filme de Carlos Coelho da Silva sobre a trajetória da maior cantora portuguesa. Voz máxima do fado, Amália desfiou um rosário de penas - como explicitou na letra de Foi Deus - ao cantar um repertório que atravessou as fronteiras lusitanas porque Amália colocava a alma na voz. O filme de Coelho - ora em cartaz no Brasil em cinco sessões agendadas dentro da programação da edição de 2009 do Festival do Rio - rebobina esse rosário de penas em tom folhetinesco, com jeito mais de televisão do que de cinema propriamente dito. Contudo, funciona e sustenta o interesse do espectador ao longo dos 127 minutos de sua projeção porque a vida de Amália daria mesmo um filme. Ou uma minissérie. Moça pobre, amargou jovem a perda de uma das irmãs (Aninhas, vivida por Beatriz Costa) e teve que se casar forçada com um guitarrista aventureiro, Francisco da Cruz (José Fidalgo), enquanto se transformava aos poucos na maior voz do fado. Com sua narrativa iniciada em Nova York (EUA), em 1984, ano em que Amália considera a possibilidade do suicídio por conta do diagnóstico de um tumor do cérebro, o filme se desenvolve num grande flashback. Apesar de um certo vaivém no tempo, os acontecimentos que marcaram a vida de Amália são narrados de forma quase cronológica. Não há dúvidas de que Amália, o filme, foi produzido (com luxo) para atrair grandes e conservadoras platéias. Mas o faz com certa dignidade. Em parte porque a história em si é boa e plena de reviravoltas à moda de um folhetim. Em parte porque a atriz escolhida para encarnar Amália Rodrigues na tela, Sandra Barata Belo, tenha atuação convincente sem atingir o caráter mediúnico de uma interpretação como a de Marion Cotillard em Piaf - para citar somente o exemplo recente de um filme que parece ter inspirado a produção de Amália. A diva do fado é retratada com doses altas de generosidade, como se a intérprete fosse a heroína de uma novela. O que de certa forma ela é nesse filme folhetinesco que, aliás, inclui no elenco um ator português popularizado em novelas brasileiras, Ricardo Pereira, que faz bem o papel de galã ao encarnar o playboy Eduardo Pitta Ricciardi, umas das paixões de Amália. Enfim, para quem não se importa de ir ao cinema para assistir a um filme de tom novelesco, Amália oferece satisfação garantida. Sobretudo quando se ouve na tela grande a voz imortal da igualmente grande dama do fado. A intérprete que carregou para sua música todas as tristezas da vida.

'Paraíso' pop de Sanz inclui duo com Alicia Keys

Nas lojas pela Warner Music, a partir de 10 de novembro de 2009, o oitavo CD de estúdio de Alejandro Sanz, Paraíso Express, traz dueto do cantor com Alicia Keys em Looking for Paradise. Eleita o primeiro single do álbum, a faixa já está em rotação na internet e tem um clipe. Pilotado por Tommy Torres, um produtor de Porto Rico, o disco foi gravado nos Estados Unidos em vários estúdios de Miami e Hollywood. Além de Looking for Paradise, o autoral repertório inclui outras nove músicas da lavra de Alejandro Sanz, que fez o seu Paraíso Express inspirado pelo pop rock britânico.

Show de Pedro Mariano deixa a festa para o bis

Resenha de Show
Título: Incondicional
Artista: Pedro Mariano (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 24 de setembro de 2009
Cotação: * * *
"Vamos dançar?", propôs Pedro Mariano, ao retornar para o bis do show que marcou a estreia da turnê Incondicional no Rio de Janeiro, onde o show aportou no Canecão na noite de quinta-feira, 24 de setembro de 2009. Claro que o público aceitou de imediato a proposta e, com algumas pessoas aglomeradas em pé na beira do palco, o cantor emendou Tá Tudo Bem (Maurício Gaetani e João Andrade) com Livre pra Viver (Cláudio Zoli e Bernardo Vilhena) e terminou seu show em um tom vibrante, no ritmo do funk-soul nacional. Contudo, o bis festivo não traduz fielmente o clima da apresentação, pontuada pelas falas bem-humoradas do artista. Incondicional - show calcado no bom disco homônimo que foi abortado pela EMI Music em 2004 e que acabou lançado somente este ano como produto inaugural do selo de Mariano, Nau - tem reduzido apelo popular, apesar de incluir um ou outro hit do artista no roteiro. Casos de Voz no Ouvido (tema que deu título ao segundo álbum do intérprete) e de Tem Dó, o samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes que Mariano trouxe para o universo da balada pop. Com muitas caras, bocas e gestuais que por vezes empanam o brilho de seu canto sempre correto, Mariano desfia roteiro que prioriza as músicas do disco Incondicional, como Quase Amor (Jorge Vercilo) e Procura (Daniel Carlomagno). O tom pop do álbum chega ao palco com arranjos suingantes que costuram levadas de funk e soul. Mas a verdade é que o roteiro carece de maior sedução. Até o bis quase redentor, o show deixa a sensação de que Mariano se diverte mais com seus músicos - ótimos - do que o próprio público. Tanto que, independentemente do som azeitado que rola no palco, o que se ouve são adjetivos insistentes de "lindo!" e "gostoso!" - gritados por uma parte do público feminino que enxerga em Mariano a figura de um galã da música. Para esse público, pouco importa se a canção é de Lenine (A Medida da Paixão) ou de Samuel Rosa (Simplesmente, balada composta com Chico Amaral). Até o set mais descompromissado e intimista - chamado por Mariano em cena de "momento bagunça" - soa comportado demais e esmaece os tons de Colorida e Bela, uma das melhores músicas de Jair Oliveira. Nesse bloco, Mariano se divide entre o canto e o toque da bateria, apresentando músicas como Estrela de Papel (Edu Tedeschi). Mais tarde, já com a banda de volta à disposição original, Mariano se limita a cantar músicas como A Casa da Dor (Jair Oliveira) - anunciada em cena como um "jazz" - e Nau (Max de Castro e Daniel Carlomagno) antes de fechar o show com Três Moedas (Frejat, George Israel e Mauro Santa Cecília) e de fazer, enfim, a festa no bis alegre que quase o redimiu.

Coletânea festeja 10 anos de carreira de Britney

Entre altos e baixos, Britney Spears (foto) está completando neste ano de 2009 uma década em atividade no já circense mercado fonográfico. Para lembrar a data, a estrela vai lançar em 24 de novembro a coletânea The Singles Collection, a ser editada em formato de CD simples (com a reunião de 17 singles) e de box que embala 29 singles com suas respectivas capas originais e traz DVD com todos os clipes de Britney, dispostos em ordem cronológica. Em ambos os formatos, a compilação apresenta a inédita 3, faixa produzida com a colaboração de Max Martin, autor do primeiro sucesso de Britney, ... Baby One More Time, lançado em 1999.

24 de setembro de 2009

Bethânia põe Orquestra Portátil em 'Encanteria'

Nas lojas a partir de 5 de outubro, Encanteria - o álbum que Maria Bethânia lança simultaneamente com Tua - conta com a participação da Orquestra Portátil de Música na faixa-título e no samba Feita na Bahia. A orquestra é formada por alunos da Escola Portátil de Música, do Instituto Casa do Choro. E, já que o assunto é Encanteria, o close de Bethânia na capa do álbum que celebra a festa da fé é de autoria de fotógrafo Murillo Meirelles enquanto a imagem terna da capa do disco Tua é de autoria de Beti Niemeyer.

'Nego' enfatiza contribuição judaica com poesia

Resenha de CD
Título: Nego
Artista: Vários
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Nego é um disco que procura enfatizar a rica influência da cultura negra na música criada por compositores judeus que se estabeleceram nos Estados Unidos a partir dos anos 20. Tendo em comum a origem judaica, autores como Irving Berlin, Richard Rodgers, Lorenz Hart, Jerome Kern e a dupla George Gershwin & Ira Gershwin produziram joias da canção norte-americana cuja beleza perene as fazem reluzir através do tempo. Nego apresenta versões em português de Carlos Rennó para 14 dessas pérolas, arranjadas por Jaques Morelenbaum, que assina a produção do CD ao lado de Rennó e de Moogie Canazio. A interpretação coube a nomes como Maria Rita, Emílio Santiago, Erasmo Carlos, Seu Jorge, João Bosco, Olivia Hime, Zélia Duncan e Gal Costa, que abre o disco com Meu Romance. Ouvida também em dueto de Gal com um comportado Carlinhos Brown, a fiel versão de My Romance (Richard Rodgers e Lorenz Hart) é uma das que soam realmente naturais. Rennó tem habilidade para criar letras em português que preservam a qualidade poética dos versos originais. O problema é que elas nem sempre soam bem quando cantadas. É o caso de Sábio Rio, faixa defendida por João Bosco. Poucas vezes o Ol' Man River (Jerome Kern e Oscar Hammerstein) seguiu por correnteza tão fraca. Contudo, Nego se apresenta bem interessante no todo. Inclusive pela opção de arranjar algumas versões com toques brasileiros. Exemplo é a faixa-título, versão de Lover (Richard Rodgers e Lorenz Hart), entoada por Paula Morelenbaum no ritmo do samba. Erasmo Carlos também esfria Verão (Summertime - George Gershwin, Ira Gershwin e Dubose Heyward) no mesmo clima de Bossa Nova que tempera Tão Fundo É o Mar (How Deep Is the Ocean - Irving Berlin), faixa defendida por Moreno Veloso em registro vocal incrivelmente similar ao do pai Caetano Veloso. Fruta Estranha (Strange Fruit - Lewis Allan) é a versão de sabor mais original pelo apropriado tom de estranhamento criado pelo arranjo e respeitado pela interpretação de Seu Jorge. Encantada (Bewitched, Bothered e Bewildered - Richard Rogers e Lorenz Hart) é das versões mais habilmente engenhosas do disco. A letra, quilométrica, é valorizada pelo canto irretocável de Maria Rita. Já Mais Além do Arco-Íris (Over the Rainbow - Harold Arlen e E.Y. Harburg) perde boa parte de suas belas cores no registro de Zélia Duncan (não por culpa da cantora, mas pelo tom da faixa). Merece também citação, por ser inusitado, o encontro de Elba Ramalho e Dominguinhos com João Donato em Tenho um Xodó por Ti (I've Got a Crush on You - George Gershwin e Ira Gershwin). Assim como a sofisticação do canto de Luciana Souza em O Homem que Partiu (The Man That Got Away - Harold Arlen e Ira Gershwin). Enfim, independentemente da origem ou raça dos compositores, todas as músicas reunidas em Nego são páginas expressivas da canção norte-americana. E isso é o que interessa - afinal de contas.

Charlie Brown lança álbum e ingressa na Day 1

Ao mesmo tempo em que estreia na multi Sony Music com o disco Camisa 10 Joga Bola até na Chuva, lançado esta semana, o grupo paulista Charlie Brown Jr. ingressa na Day 1 Entertainment, a empresa de gerenciamento de shows vinculada à gravadora. Coube a Rick Bonadio produzir as 13 inéditas que compõem o repertório do décimo CD de estúdio da banda de Santos (SP). Dona do meu Pensamento, Viver Dias de Sol, Comigo Ninguém Tira Onda, Puro-Sangue, Os Cortes e Só os Loucos Sabem são algumas músicas do disco, quase todas compostas por Chorão - o cantor e líder do quarteto - em parceria com o guitarrista Thiago Castanho.

Bio romanceada reconta saga trágica de Callas

Mais do que uma ópera, a vida de Maria Callas (1923 - 1977) daria até uma novela. Por ora, originou um romance popular. O jornalista Alfonso Signorini revive a existência tumultuada do soprano de origem grega em nova biografia dessa estrela de óperas tão trágicas quanto ela. Orgulhosa Demais, Frágil Demais - A Vida de Maria Callas é biografia de estilo romanceado e de tom quase folhetinesco. Tanto que já vai virar filme, atualmente em fase de pré-produção. Ora lançado no Brasil pela editora Record, o livro foi escrito a partir de correspondências e documentos tidos como inéditos. A rigor, ele pouco ou nada acrescenta às biografias anteriores de Callas, cuja trajetória atinge seu ponto de maior dramaticidade quando o amante da estrela da ópera - o milionário magnata Aristóteles Onassis (1906 - 1975) - a deixa para casar com Jacqueline Kennedy (1929 - 1994). Ao ser abandonada, Callas entra em progressivo processo de depressão e reclusão que se agrava com a morte de Onassis. A trama tem seu triste capítulo final em 16 de setembro de 1977, quando a cantora sai de cena para entrar para a história da ópera por conta das várias célebres encenações protagonizadas por ela nos palcos do mundo a partir dos anos 40.

Blitz lança inéditas criadas com Erasmo e Leoni

Nas lojas esta semana, produzido por Alexandre Griva e editado pela CD Promo, o primeiro álbum de inéditas da Blitz em 12 anos, Eskute Blitz, apresenta parcerias de Evandro Mesquita - líder e mentor da banda que mostrou no verão de 1982 que o pop rock brasileiro podia ser um bom negócio para as gravadoras - com nomes como Erasmo Carlos, Fernanda Takai, John Ulhoa e Leoni. Erasmo é parceiro de Evandro e de Ralph Canetti em O Garoto Sonha. O casal do Pato Fu é co-autor de Zero Absoluto. Já Leoni colabora na pop Corações na Calça Jeans e no reggae Voo Cego. Outras inéditas de Eskute Blitz são Vida Mansa, Sacanagem e Nuvens. Parceria de Evandro com Rogério Meanda, o guitarrista que integra a atual formação da Blitz, Baseado em Clarice faz alusões jocosas ao universo da escritora Clarice Lispector (1920 - 1977). O último álbum de inéditas da Blitz - Línguas - é de 1997.

23 de setembro de 2009

Lee foca Woodstock com ternura e estereótipos

Resenha de filme
Título: Aconteceu em
Woodstock (Taking
Woodstock, EUA, 2009)
Diretor: Ang Lee
Elenco: Demetri Martin,
Imelda Staunton, Henry
Goodman, Jonathan
Groff e Eugene Levy,
entre outros atores
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Festival do
Rio (sessões entre 25 de
setembro e 7 de outubro
de 2009)

Filme que abre a edição de 2009 do Festival do Rio na noite de quinta-feira, 24 de setembro, Aconteceu em Woodstock expõe a visão terna do cineasta Ang Lee sobre aqueles três históricos dias de paz & amor do verão norte-americano de 1969. Não é um filme sobre o festival, mas sobre a transformação causada por Woodstock na vida pessoal de Elliot Tiber, judeu oprimido pela mãe e pela cultura repressiva da interiorana Catskills. Tal como o livro homônimo que o inspirou, o filme tem narrativa centrada na figura de Elliot. Mas o tempo é o do cinema - e nisso reside todo o mérito ou o defeito do filme, dependendo do ponto de vista do espectador. Lee não aprofunda os conflitos existenciais de Elliot em relação à homossexualidade e à sensação que o corrói de estar desperdiçando a juventude ao (tentar) administrar um hotel barato controlado com mão de ferro por sua dominadora mãe. Lee minimiza tais anseios - detalhados no livro - num tom próximo da comédia. A mãe (Imelda Staunton, ótima) é perfilada de forma quase caricatural para extrair do espectador o riso que brota também quando é enfocado o grupo de teatro liderado por Devon (Dan Fogler). O filme também reitera estereótipos associados aos hippies, ainda visto equivocamente por muitos como um bando de malucos viajandões. Feitas as ressalvas, contudo, é justo reconhecer que Aconteceu em Woodstock seduz o espectador ao transportá-lo para um tempo em que ainda havia ideais. Algumas imagens - como as cenas coloridas que retratam a primeira viagem de ácido de Elliot - são belas. E, no todo, o filme envolve o espectador por evocar de forma satisfatória - ainda que periférica - toda a magia lendária de Woodstock, símbolo da liberdade dos que viviam sob a repressão.

A capa de 'Partimpim Dois', na loja em outubro

Eis a capa de Dois, o segundo álbum de Adriana Partimpim, o heterônimo idealizado por Adriana Calcanhotto para assinar seus projetos infantis. O disco vai estar nas lojas nos primeiros dias de outubro de 2009 e, como o antecessor de 2004, tem repertório diversificado, de origem não necessariamente infantil. A conferir!!

Disco de Maisa fabrica fofura e espontaneidade

Resenha de CD
Título: Tudo que me
Vem na Cabeça
Artista: Maisa
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

Maisa é a fofa apresentadora infantil do SBT que cativou o público dessa emissora de tom populista por conta de sua espontaneidade. Para faturar com a popularidade da estrelinha da TV, a Universal Music contratou Maisa para tentar estender seu sucesso ao disco. Tudo que me Vem na Cabeça explora a imagem espontânea da garota, traço realçado já no título do disco. E o fato é que o CD - já nas lojas para tentar fisgar os pais que vão presentear seus filhos no Dia das Crianças - se escora numa fofura fabricada. Ô, Tio! - faixa em que Maisa dá lições tecnológicas ao tio Roger Moreira - é um dos poucos momentos realmente legais. Mas que não legitimam um disco para crianças que parece ter vergonha de ser infantil. Qual a razão de fazer Maisa gravar um xote como Eu Só Quero um Xodó, cujo tom choroso é típico do universo afetivo adulto? Pior ainda é a inclusão de Ciúme, o delicioso tema pop do primeiro álbum do Ultraje a Rigor. Mesmo adaptada, a letra de Ciúme soa totalmente inadequada à voz de uma garotinha que, por mais precoce que seja, certamente não vivencia os dilemas juvenis retratados nos versos de Roger. Da mesma forma, o dueto com Ivete Sangalo em Flor do Reggae - embora bonitinho - também parece somente se justificar pelo fato de a popularidade da cantora baiana ajudar a impulsionar, em tese, as vendas do CD. Talvez a opção por esses sucessos radiofônicos seja uma maneira de disfarçar o caráter insosso dos temas infantis compostos por nomes como Maurício Gaetani, autor de Pipoca Pula e de Tempo de Mudar (música com toques ambientais que junta Maisa a Eliana). Aos pais criteriosos, um conselho: é melhor esperar pelo segundo disco de Adriana Partimpim, em breve na loja. Partimpim tem sensibilidade infantil.

Targino canta com Elba em seu segundo DVD

Um dos compositores de Esperando na Janela, música que fez sucesso nacional em 2000 ao ser propagada na trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles na voz de Gilberto Gil, Targino Gondim lança seu segundo DVD. Simplesmente Assim exibe show gravado ao vivo em 19 de março de 2009, no Centro de Cultura João Gilberto - localizado em Juazeiro (BA) - durante a primeira edição do Festival Internacional da Sanfona. O destaque do roteiro de 18 músicas é a participação dupla de Elba Ramalho em Boato Ribeirinho (Nilton Freitas, Wilson Freitas e Wilson Duarte) e em Deixe Estar (parceria de Targino Gondim com Tenilson Del Rey e Gersinho). Nos extras, Targino recebe o colega sanfoneiro Dominguinhos para tocar Numa Sala de Reboco, tema do repertório de Luiz Gonzaga. O registro ao vivo do show está sendo editado também em CD, via gravadora Atração Fonográfica.

Matisyahu propaga fé à luz de (muita) produção

Resenha de CD
Título: Light
Artista: Matisyahu
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

Em 2006, o nome incomum de Matisyahu foi recorrente em todo e qualquer balanço do ano fonográfico. Sim, foi quase inevitável falar (bem) do judeu nascido nos Estados Unidos com o nome de Mattew Paul Miller. É que, em 2006, Matisyahu surpreendeu o universo musical ao lançar vibrante álbum, Youth, em que propagou as crenças e a fé do povo judaico no ritmo do reggae e do rap. Embora já fosse a rigor o terceiro título da discografia do artista, Youth foi seu primeiro CD a ter visibilidade, tendo passado como seu álbum de estreia. Por isso, Light chega ao mercado via Sony Music como uma espécie de segundo disco de Matisyahu. Gravado entre os Estados Unidos e a Jamaica, com a colaboração do duo Sly & Robbie em algumas faixas, Light tem produção de David Kahne e se revela diferente logo na primeira das 13 músicas, o dancehall Smash Lies. A diferença reside sobretudo na produção, bem mais encorpada e ajustada às leis do mercado. Ao fim da última faixa, a chorosa canção Silence (o instante mais radicalmente acústico de um álbum que também dispensa aparatos tecnológicos no quase folk I Will Be the Light), fica a sensação de que Matisyahu não precisava recorrer a tanta produção porque sua música está muito calcada na força de suas letras. Mas, no todo, a impressão é boa. Mesmo irregular, a safra de inéditas burilada a partir de 2008 apresenta pérolas como One Day - que expressa a esperança num mundo melhor - e On Nature. O reggae ainda está presente no som de Matisyahu, a exemplo de Motivate, mas o leque rítmico de Light é mais aberto do que o de Youth. Embora o CD anterior seja mais inspirado. Matisyahu não vai estar no balanço de 2009...

22 de setembro de 2009

Joss Stone lança CD Colour me Free em outubro

Quarto álbum de estúdio de Joss Stone, Colour me Free vai ser lançado em 20 de outubro de 2009 pela Virgin Records, gravadora vinculada à EMI Music. De início, o CD físico vai estar disponível para venda exclusivamente na rede de lojas Target, dos Estados Unidos, enquanto a versão digital poderá ser comprada apenas no iTunes. A partir de 2 de novembro, o disco - produzido pela própria Joss em parceria com os compositores Jonathan Shorten e Conner Reeves - ganha distribuição mundial. Colour me Free foi composto e gravado no Mama's Stones, casa de shows gerenciada pela mãe de Joss em Wellington, na Inglaterra. Free me é o primeiro single extraído do repertório que mistura pop, soul, r&b, funk, rap e gospel. Eis as músicas do álbum, gravado num clima de jam session com a adesão de nomes como o rapper Nas, o guitarrista Jeff Beck e o saxofonista David Sanborn:
* Free me
* Could Have Been You
* Parallel Lines - com Jeff Beck and Sheila E.
* Lady
* 4 and 20
* Big Ol' Game - com Raphael Saadiq
* Governmentalist - com Nas
* Incredible
* You Got the Love
* I Believe It to my Soul - com David Sanborn
* Stalemate - com Jamie Hartman
* Girlfriend on Demand

Ney inclui 'Cor do Desejo' no CD 'Beijo Bandido'

Nas lojas em outubro de 2009, pela EMI Music, o CD com o registro de estúdio do show Beijo Bandido - estreado por Ney Matogrosso no fim de dezembro de 2008 em Santos (SP) - apresenta músicas que não faziam parte do repertório do espetáculo. Uma delas é A Cor do Desejo, parceria de Júnior Almeida e Ricardo Guima, gravada por Júnior em 2006 no disco Limiar do Tempo. Ao roteiro original, Ney também acrescentou Nada por mim, canção de Herbert Vianna e Paula Toller lançada por Marina Lima em 1985 no álbum Todas. O repertório inclui De Cigarro em Cigarro (Luiz Bonfá), A Bela e a Fera (Chico Buarque e Edu Lobo) e Invento (Vitor Ramil), faixa que originou o título Beijo Bandido.

Trilha de 'Caras & Bocas' projeta voz de Rosana

Vinte e três anos após gravar versão em português de Lovin' You, intitulada O Dom do Nosso Amor e incluída em seu segundo álbum (Coração Selvagem, 1986), Rosana tem sua voz projetada em todo o Brasil com a mesma música através da novela Caras & Bocas. Só que no original em inglês. A maior parte do público que cantou os sucessos da cantora na década de 80 - entre eles, Nem Um Toque e O Amor e o Poder, lançados naquele disco de 1986 - certamente nem desconfia que é dela a voz ouvida na regravação de Lovin' You, o tema que embala as cenas românticas do casal central da trama, Dafne (Flávia Alessandra) e Gabriel (Malvino Salvador). Lovin' You foi hit mundial em 1975 na voz da cantora norte-americana Minnie Riperton (1947 - 1979). Rosana regravou a música com o nome artístico de Rosanah Fiengo. Detalhe: ela reproduz os agudos atingidos por Riperton no célebre registro original de Lovin' You. A boa trilha internacional da novela Caras & Bocas acaba de ser editada em disco pela gravadora Som Livre.

Gil grava DVD em São Paulo com inéditas e hits

Gilberto Gil vai fazer novo registro ao vivo de show. A gravação está agendada para as próximas segunda e terça-feiras, 28 e 29 de setembro de 2009, no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP). Com direção de Andrucha Waddington, o show vai ter o formato de voz-e-violão. Como de praxe em gravações do gênero, o roteiro inclui algumas músicas inéditas entre sucessos do repertório do artista. A nova gravação ao vivo de Gil será editada em CD e DVD.

Adriana e Fábio vivem Dalva e Herivelto na TV

A foto acima - já difundida pela equipe de divulgação da TV Globo - é a primeira imagem oficial dos atores Adriana Esteves e Fábio Assunção nas peles de Dalva de Oliveira (1917 - 1972) e de Herivelto Martins (1912 - 1992). No embalo do sucesso da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, exibida em janeiro de 2009 com expressivos índices de audiência, a emissora carioca encomendou à escritora Maria Adelaide Amaral um texto sobre o turbulento relacionamente afetivo e musical da cantora de Bandeira Branca com o compositor de Caminhemos. Adriana vai ser dublada nas cenas de canto. A minissérie Dalva & Herivelto vai ao ar em 2010 e tem tudo para promover o revival da cantora.

Os produtores do Rappa no caminho do Stereo

Grupo da cena indie carioca, formado em 2005, Stereo Moog chega ao segundo CD, Caminho Aberto, lançado quatro anos depois de seu álbum de estreia, Pra Frente É que se Anda (2005). O disco foi produzido por Tom Sabóia e Ricardo Vidal, a dupla que pilotou o último álbum do grupo O Rappa, 7 Vezes (2008). No repertório, o Stereo Moog apresenta parcerias com Bernardo Vilhena (Histórias pra Gente Lembrar), Vinny (Toda Noite Merece um Carnaval) e Mauro Sta. Cecília (Grito no Escuro). Caminho Aberto inclui faixa-bônus, Stereo, assinada pelo DJ Marcelinho da Lua. O Stereo foi fundado pelo vocalista Chris Duk.

21 de setembro de 2009

Trilha de 'Lua Nova' tem remix inédito do Muse

Nas lojas a partir de 20 de outubro de 2009, o CD com a trilha sonora do filme New Moon (Lua Nova, na tradução literal para o português) inclui um remix inédito e exclusivo de I Belong to You, música do recém-lançado álbum do Muse, The Resistance. O Muse foi uma das bandas que inspirou a escritora Stephanie Meyer na criação da saga dos vampiros, iniciada nos cinemas no filme Crepúsculo. Sequência deste longa-metragem, New Moon agrega na trilha sonora fonogramas de Thom Yorke (Hearing Damage) e The Killers (A White Demon Love Song). O primeiro single é Meet me on the Equinox, da banda Death Cab for Cutie. Eis a relação completa das músicas da trilha sonora, divulgada hoje - 21 de setembro - em todo o mundo pela gravadora Warner Music:
* Meet me on the Equinox - Death Cab for Cutie
* Friends - Band of Skulls
* Hearing Damage - Thom Yorke
* Possibility - Lykke Li

* A White Demon Love Song - The Killers
* Satellite Heart - Anya Marina
* I Belong to You (New Moon Remix) - Muse

* Rosyln - Bon Iver & St. Vincent
* Done All Wrong - Black Rebel Motorcycle Club
* Monsters - Hurricane Bells
* The Violet Hour - Sea Wolf
* Shooting the Moon - Ok Go
* Slow Life - Grizzly Bear
* No Sound but the Wind - Editors
* New Moon (The Meadow) - Alexandre Desplat

Amy cria selo e o inaugura com CD de afilhada

Amy Winehouse anunciou nesta segunda-feira, 21 de setembro de 2009, a criação de seu próprio selo, Lioness Records, por ora vinculado à gravadora Island. O produto inaugural do selo vai ser o CD de Dionne Bromfield, uma afilhada de Amy. Introducing Dionne Bromfield é o título do álbum de estreia da garota, de 13 anos. O nome do selo, Lioness, alude ao colar com a imagem de uma leoa com que Amy foi presenteada por uma avó sua, Cynthia.

Killers edita DVD com registro de show londrino

O grupo The Killers vai lançar em 9 de novembro de 2009 um DVD com o registro de 22 números captados nos shows realizados pela banda em 5 e 6 de julho no Royal Albert Hall, em Londres, na Inglaterra. Como bônus, o DVD Live From Royal Albert Hall vai apresentar cinco takes extraídos de recentes apresentações do quarteto em festivais. A gravação ao vivo dos shows de Londres também vai ser editada em CD. Eis a seleção perpetuada no vídeo:
1. Human
2. This Is your Life
3. Somebody Told me
4. For Reasons Unknown
5. The World We Live in
6. Joyride
7. I Can't Stay
8. Bling (Confessions of a King)
9. Shadowplay
10. Smile Like You Mean It
11. Losing Touch
12. Spaceman
13. A Dustland Fairytale
14. Sam's Town
15. Read my Mind
16. Mr. Brightside
17. All These Things That I've Done
18. Sweet Talk
19. This River Is Wild
20. Bones
21. Jenny Was a Friend of Mine
22. When You Were Young

Bonus Festival Performances:
1. Tranquilize (Oxegen Festival 2009)
2. Human (Hyde Park 2009)
3. Mr Brightside (Hyde Park 2009)
4. Smile Like You Mean It (V Festival 2009)
5. When You Were Young (V Festival 2009)

Geral de Azevedo em DVD expõe beleza de obra

Resenha de DVD
Título: Uma Geral
do Azevedo
Artista: Geraldo
Azevedo
Gravadora: Geração
Cotação: * * * 1/2

Como já anuncia seu título bem-sacado, Uma Geral do Azevedo, o primeiro DVD solo do parceiro de Fausto Nilo em Dona da Minha Cabeça cumpre a função de dar uma geral na coerente obra autoral de Geraldo Azevedo. Obra cuja beleza é ressaltada com a reunião dos sucessos do artista no roteiro do show gravado ao vivo em 14 de novembro de 2008 no Circo Voador (RJ). A imagem do público cantando - sozinho - os versos de Dia Branco atesta por si só a empatia do cancioneiro de Geraldo. Por mais que os registros ao vivo de belas músicas como Caravana e Você se Lembra? não reeditem o requinte do estúdio, o DVD soa bacana. Duas inéditas - o xote É Minha Vida e o frevo É o Frevo É Brasil - disputam em vão a atenção com clássicos como Canta Coração (outro hit que ganha o coro popular) e Táxi Lunar. Embora convencional, a filmagem capta a interação de artista e público sob a direção musical do próprio Azevedo, especialmente feliz no arranjo de Bicho de Sete Cabeças. A longa introdução instrumental - em que a flauta de César Michiles dialoga agitada com a percussão e a guitarra (a cargo de Esdras Mariano) - ajuda a preparar o clima para a letra. Já Menina do Lido ganha o reforço afetivo de três dos cinco filhos de Geraldo (Clarice, Tiago e Lucas), sendo que o restante da prole - formado pelas filhas Lara Velho e Gabriela Azevedo - atuou na produção executiva do sedutor DVD.

Filme foca guitarras-mulheres de ícones do rock

Resenha de Filme
Título: It Might
Get Loud (Estados
Unidos, 2008)
Direção: Davis
Guggenheim
Elenco: Jack White,
Jimmy Page e The Edge
Cotação: * * *
Em cartaz no Festival
do Rio (Sessões entre
28 de setembro e
2 de outubro de 2009)

"Parece uma escultura. Ela é como uma mulher. A gente a acaricia como uma mulher". A definição de Jimmy Page sobre sua guitarra - dada logo nos primeiros minutos de It Might Get Loud (A Todo Volume, na tradução brasileira) - indica os caminhos percorridos pelo filme de Davis Guggenheim, que estreia no Brasil dentro da vastíssima programação da edição de 2009 do Festival do Rio. A guitarra parece ser mesmo uma mulher - como sentencia o título de uma das músicas inéditas gravadas por Erasmo Carlos em seu recente CD Rock'n'Roll - e Guggenheim fez um filme sobre a relação afetuosa de três ícones do rock de estilos e gerações diferentes - Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (White Stripes, Racounteurs, The Dead Weather) - com suas guitarras-mulheres. Uma reunião dos três bons guitarristas, promovida em janeiro de 2008, estimula a exposição dos acordes dessa relação. Mas o filme - cuja narrativa tem um tom mais contemplativo e sereno, distante do tom endiabrado dos solos de guitarra - não se restringe a essa reunião. O diretor acompanha cada um dos três guitarristas em suas próprias cidades e na visita de locais que atiçam a memória afetiva dos músicos. Caso da sala de aula onde o U2 fez seus primeiros ensaios. "A tecnologia tirou todo mundo do foco", defende The Edge, num tom meio queixoso. Entre trechos de vários números musicais, como In my Time of Dying (tema do repertório de Led Zeppelin tocado pelos três guitarristas), o filme salpica imagens de arquivo dos músicos que provocam humor no espectador pelos próprios efeitos do tempo. Como a cena de um programa de calouros em que um então garoto, apresentado como James Page, diz para a posteridade que vai seguir a carreira de biológo... Se Page recorda a influência que o skiffle exerceu sobre os garotos nos anos 50, Jack White reafirma sua devoção ao blues e revela truques do White Stripes. No todo, It Might Get Loud seduz, mas os papos técnicos sinalizam que se trata de filme indicado somente para amantes devotados de guitarras-mulheres.

Ivan registra novo tempo da parceria com Vitor

Começada em 1974 com Abre-Alas, interrompida no fim dos anos 90 e retomada em 2004 com Voar (música gravada por Simone no CD Baiana da Gema), a parceria de Ivan Lins (foto) com Vitor Martins está a todo vapor. Ivan - que não incluiu nenhum tema feito com Vitor no repertório de seu último grande disco de inéditas (Acariocando, 2006) - registra o novo tempo da parceria no álbum que vai lançar no Brasil no início de 2010 via Biscoito Fino.

20 de setembro de 2009

Show mostra que Boaventura é 'Bublé brasileiro'

Resenha de Show
Título: Songs 4 U
Artista: Daniel Boaventura (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de setembro de 2009
Cotação: * * * *

Ao sair do palco do Teatro Rival, após terminar o bis com Hello, Detroit (tema de Berry Gordy e Willie Hutchison associado à voz saudosa de Sammy Davis Jr.), Daniel Boaventura deixa o público extasiado. O público que, verdade seja dita, ele já tinha nas mãos desde Fly me to the Moon, o primeiro número do ótimo show de lançamento de Songs 4 U, o CD que marca a estreia no mercado fonográfico deste ator que já soltou a voz em montagens nacionais de musicais como Chicago e My Fair Lady. E que agora esboça promissora carreira de cantor com o aval da Sony Music. O show passou pelo Rio de Janeiro (RJ) neste fim de semana com casas cheias. Se continuar merecendo o investimento da gravadora, Boaventura tem tudo para se tornar uma espécie de Michael Bublé brasileiro. Tal como o astro canadense, que também é ator e cantor, Boaventura tem bela estampa, carisma, voz e intimidade com os standards estrangeiros que formam o repertório do disco.

Para quem não associa o nome de Daniel Boaventura à sua voz, ele é o intérprete do registro sensual de I'm in the Mood for Love (Jimmy McHugh e Dorothy Fields, 1935) que embalava as cenas românticas do casal Maya e Raj na recém-terminada novela Caminho das Índias. No palco, o cantor amplia as qualidades já demonstradas no disco. O show é superior ao CD pela atmosfera quente e pela produção caprichada. Um septeto afiadíssimo - que engloba caloroso trio de metais - soa como uma big-band no palco do Teatro Rival. A iluminação esplendorosa e o figurino chique do artista reforçam a sensação de que se está diante de um crooner apto a atrair públicos ainda maiores do que as centenas de pessoas que ocuparam as mesas do Rival. Diante desse público, que não economiza nos gritos de "lindo! lindo!", Boaventura se revela de início nervoso. Mas vai se soltando e exibindo desenvoltura. Seguro em cena como cantor, ele precisa apenas dosar as caras e bocas que - por vezes - disputam a atenção com seu canto sedutor.

Conta a favor de Boaventura o fato de que - como Bublé - ele não limita seu repertório aos standards da primeira metade do século 20 (a era de ouro da canção norte-americana) e do cancioneiro da Broadway. Convivem no roteiro tanto uma balada pop como The Captain of Her Heart - lançada em 1985 pelo passageiro duo suíço Doble e revivida por Boaventura no show em número no qual ele se aventura a tocar sax - quanto uma canção lacrimosa como If, escrita por David Gates e popularizada pelo grupo Bread em 1971. Sem falar em Wake Up Call (da lavra do grupo norte-americano de rock Maroon 5) e em You're so Vain, o clássico de Carly Simon que ganha pegada no registro de Boaventura e se impõe como um dos números mais intensos do show. Cujo roteiro extrapola a fina seleção do disco, englobando pérolas como Unchain my Heart, You've Lost That Lovin' Feeling (mixada com Summer Nights, o tema da trilha sonora do filme Grease) e Love Is in the Air, um número em que a temperatura subiu entre as senhoras da platéia.

"Eu canto em musicais e sou heterossexual", gracejou Boaventura, para êxtase do público majoritariamente feminino que se deixava atrair tanto pela voz como pela estampa do artista. A fala irônica foi dita antes do momento voz-e-teclados (no caso, pilotados por Ricardo Leão) do show, quando Boaventura, já então totalmente à vontade, emenda Send in the Clowns - o clássico composto por Stephen Sondheim para o musical A Little Night Music, de 1973 - como The Windmills of your Mind, tema do filme The Thomas Crown Affair (1968), assinado por Michael Legrand em parceria com Alan Bergman e Marilyn Bergman. Enfim, apesar de algumas eventuais carregadas no tom da interpretação, típicas de atores que cantam, o artista se revela um crooner hábil a ocupar vaga ainda não preenchida no mercado musical brasileiro.

Cantoras em ascensão na trilha de 'Viver a Vida'

No ar pela TV Globo desde a última segunda-feira, 14 de setembro de 2009, a novela Viver a Vida reúne na trilha sonora gravações de jovens cantoras brasileiras que estão em ascensão no mercado fonográfico brasileiro. Alvo da admiração de Jayme Monjardim, o diretor que a descobriu e a projetou (vagamente) na minissérie Maysa - Quando Fala o Coração, Maria Gadú (foto) figura na seleção musical com Shimbalaiê, tema de seu primeiro CD, recém-lançado pela Som Livre. Aposta da Sony Music, Ana Cañas está na trilha com Esconderijo, bela balada de seu segundo roqueiro CD (Hein?), editado neste ano de 2009. Já Roberta Sá está presente com Mais Alguém, canção lançada em 2007 em seu segundo CD, Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, e rebobinada no DVD Pra se Ter Alegria - Ao Vivo no Rio, na loja desde agosto.

Relação de Paulinho com Sony vai para Justiça

Azedaram, para valer, as relações profissionais de Paulinho da Viola com a Sony Music. A ponto de o caso ter ido parar na Justiça, mais especificamente na 2ª Câmara Cível do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro. É que a gravadora acusa o cantor (à direita em foto de Thiago Prado Néris, da equipe de divulgação da TV Globo) de ter desrespeitado cláusula crucial do contrato assinado com a companhia ao não lhe repassar parte da renda de seis apresentações do show Acústico MTV, feitas na casa Canecão, no Rio de Janeiro (RJ), entre 10 e 19 de julho de 2009. A companhia tem direito à parte da renda porque desde 2007 administra a carreira e a agenda de shows do artista através da Day 1, empresa vinculada à Sony Music. Consta que Paulinho teria inclusive recebido um adiantamento de R$ 400 mil da companhia para viabilizar a volta do show ao Rio. Por ora, a Justiça deu ganho de causa à gravadora e determinou o bloqueio de 20% da renda da temporada de Paulinho no Canecão - além de ter sentenciado que o artista não pode assinar novos contratos de shows sem a devida intermediação da Day 1. O último trabalho fonográfico de Paulinho da Viola foi um CD e um DVD gravados ao vivo na série Acústico MTV, editados pela Sony Music em 2007.

Coletânea revive anos iniciais de Liza na Capitol

Foi na Capitol Records que Liza Minelli - então com apenas 18 anos - estreou no mercado fonográfico em 1964. A boa coletânea dupla Finest - The Capitol Years revive esses anos iniciais da filha de Judy Garland (1922 - 1969). Editada no Brasil pela EMI Music, a compilação reúne o conteúdo integral dos três primeiros álbuns de estúdio da artista - Liza! Liza! (1964), It Amazes me (1965) e There Is a Time (1966) - e traz para o formato digital Did I Hurt your Feelings? e Imprevu, músicas lançadas originalmente no formato de single. Há também três takes da gravação ao vivo que originou o álbum Live at the London Palladium, dividido por Liza em 1965 com sua mãe Judy Garland. Dessas três faixas, duas - os registros ao vivo de Maybe This Time (canção da trilha de Cabaret) e If I Were in your Shoes - nunca haviam sido lançadas em disco. Por fim, há três fonogramas da trilha do filme New York, New York. Entre eles, The Man I Love e a música-título. Há texto no encarte do CD.