5 de julho de 2008

CD de 'Mamma Mia!' chega ao Brasil em agosto

Com lançamento programado, nos Estados Unidos, para a próxima terça-feira, 8 de julho de 2008, o CD com a trilha sonora do filme Mamma Mia! - a vitoriosa adaptação cinematográfica do musical de teatro inspirado nos sucessos do quarteto sueco ABBA - também já tem data para chegar às lojas do Brasil: 5 de agosto, dez dias antes da entrada do filme em circuito nacional. O álbum rebobina 17 hits do grupo nas vozes do elenco do filme, encabeçado por Meryl Streep e Pierce Brosnan. Eis as faixas da trilha, gravadas pelos músicos originais que tocavam com o ABBA nos anos 70, década áurea do quarteto:
1. Honey Honey
2. Money, Money, Money
3. Mamma Mia
4. Dancing Queen
5. Our Last Summer
6. Lay All your Love on me
7. Super Trouper
8. Gimme! Gimme! Gimme!
9. The Name of the Game
10. Voulez-Vous
11. SOS
12. Does your Mother Know?
13. Slipping through my Fingers
14. The Winner Takes It All
15. When All Is Said and Done
16. Take a Chance on me
17. I Have a Dream

Coletânea reúne gravações dispersas de Alcione

Quatro anos depois da edição do CD Alcione e Amigos, coletânea da BMG que reuniu 14 duetos da Marrom, a Som Livre põe nas lojas similar compilação da cantora. Desta vez, na série Raridades. Há faixas recorrentes nas duas seleções - casos dos duetos de Alcione com Ana Carolina (Violão e Voz) e com Roberto Ribeiro (Mel pra minha Dor) - e os registros não são tão raros como apregoa o título da coletânea, mas Alcione Raridades tem o mérito de agrupar 14 fonogramas gravados pela artista fora de sua discografia oficial - em sua maioria, como convidada dos CDs de artistas como Michael Sullivan e Exaltasamba. Eis as faixas:
1. A Loba
2. Estranha Loucura - com Michael Sullivan
3. Black Is Beaufiful - com Sandra de Sá e Luciana Mello
4. Não Tem Saída - com Belo
5. Parabéns pra Você - com Fundo de Quintal
6. Flor de Lis - com Emílio Santiago
7. É Demais - com Exaltasamba
8. Réu Confesso
9. Violão e Voz - com Ana Carolina
10. Mel pra minha Dor - com Roberto Ribeiro
11. Coisa Feita
12. Onde o Céu É Mais Azul
13. Louco (Ela É seu Mundo) - com Nelson Gonçalves
14. Wave

Rod Digital lança no Brasil CDs de selo francês

Fab4ever - CD de 2006 em que o DJ francês Emmanuel Santarromana insere batidas eletrônicas em 12 músicas do cancioneiro dos Beatles - é um dos títulos do primeiro lote de lançamentos que a gravadora Rob Digital edita no mercado brasileiro. A empresa carioca assinou contrato que lhe dá licença para lançar no Brasil discos do cultuado selo francês Pschent, voltado para a música eletrônica. O primeiro lote inclui também os álbuns Living on the Edge (Stéphane Pompougnac), Puzzle (Bruno from Ibiza) e Indiamond (Albert de Paname e Raghunath Manet). Uma festa no Cais do Oriente (RJ), em 11 de julho, vai badalar a boa parceria.

Avril lança em 5 de agosto DVD da 'Damn Tour'

The Best Damn Tour - Live in Toronto, o próximo DVD de Avril Lavigne, tem lançamento programado para o dia 5 de agosto nos Estados Unidos. Captado em 7 de abril de 2008 no Canadá, onde vai ser editado em 22 de julho, o DVD traz o registro ao vivo do show de lançamento do álbum The Best Damn Thing, o terceiro de estúdio da artista, editado em 2007. Ao longo de 75 minutos, a cantora apresenta 20 números filmados pelo diretor Wayne Isham com câmeras de alta definição. O roteiro abre com Girlfriend (música reapresentada no bis em versão remixada por Dr. Luke) e fecha com Sk8er Boi, hit do primeiro trabalho de Avril. No meio, há músicas como Complicated, Losing Grip, My Happy Ending, Hot e Don't Tell me.

4 de julho de 2008

Trovador Solitário exuma pré-história de Russo

A morte precoce de Renato Russo (1960 - 1996), aos 36 anos, em outubro de 1996, acentuou o caráter mítico de sua música e personalidade. Além de ter provocado, desde então, a exumação periódica e contínua de sua obra. Com lançamento agendado para 13 de julho, Dia Mundial do Rock, o CD O Trovador Solitário vem se juntar a uma série de lançamentos póstumos que já inclui O Último Solo (1997), Presente (2003), o tributo Renato Russo - Uma Celebração (2005) e o DVD Entrevistas MTV (2006). Contudo, de todos os títulos póstumos, O Trovador Solitário é o que tem maior valor histórico e documental por revelar inéditas gravações acústicas registradas por Russo em fita cassete, em 1982, entre o fim da banda Aborto Elétrico (1978 - 1982) e a formação da Legião Urbana (1982 - 1996). Encontradas em Brasília (DF) pela irmã do cantor, Carmen Manfredini, as fitas foram digitalizadas sob a supervisão do pesquisador musical Marcelo Fróes - que administra o acervo de Russo com aval da família do artista - para edição em CD por seu selo Discobertas, que é distribuído pela gravadora carioca Coqueiro Verde. O disco reproduz fotos, desenhos e manuscritos de Russo no farto encarte.
Com 11 faixas, o disco apresenta registros de aura lendária, a rigor muito mais falados do que propriamente ouvidos. E nem poderia ser diferente, já que as poucas cópias da fita circularam somente entre os amigos mais próximos de Russo quando ele morava em Brasília e vivia toda a agitação roqueira da Capital Federal. Ao sair do Aborto Elétrico, Russo encarnou durante algum tempo a figura do Trovador Solitário em palcos brasilienses. Com sua voz e seu violão, ele cantava, em estilo folk, adaptações de músicas do repertório punk do Aborto Elétrico e apresentava temas que ainda seriam conhecidos em todo o Brasil ao serem incorporados ao cancioneiro da Legião - criada logo depois destes shows solitários.
Das músicas do CD O Trovador Solitário, duas permaneceram inéditas na voz de Russo. Trata-se de Veraneio Vascaína e de Anúncio de Refrigerante - hits undergrounds do Aborto Elétrico que foram parar em álbuns do Capital Inicial, em 1986 e em 2005, respectivamente. Outras duas, Dado Viciado (que nada alude a Dado Villa-Lobos, embora seu título faça supor o contrário) e Marcianos Invandem a Terra, acabaram lançadas em Uma Outra Estação (1997), o primeiro disco póstumo da Legião Urbana. Para legionários órfãos, a propósito, o álbum permite conhecer sucessos do grupo em suas versões iniciais. Eduardo e Mônica, Eu Sei (que então se chamava 18 e 21), Geração Coca-Cola e Faroeste Caboclo aparecem no disco sob a ótica solitária do sedutor trovador, então uma espécie de Bob Dylan do Cerrado.
Completam o disco Boomerang Blues - música que já aparecia no CD Presente (2003) e que fora lançada pelo Barão Vermelho - e, como bônus, demo de Que País É Este? (de 1978) e o cover ao vivo de Summertime (George e Ira Gershwin) feito por Russo em 1984 com Cida Moreira, cantora que iniciou sua carreira em Brasília. O Trovador Solitário exuma a pré-história de Renato Russo. Ao cair nas mãos de Jorge Davidson, então diretor artístico da gravadora EMI-Odeon, a fita com essas gravações de 1982 faria brotar o interesse do executivo pelo trovador. E aí, então, iniciou-se uma das mais bem-sucedidas Histórias do rock made in Brasil...

Toller lança o primeiro clipe do álbum 'SóNós'

A imagem acima - captada pela fotógrafa Márcia Moreira quando Paula Toller gravava faixa de seu segundo disco solo com Donavon Frankenreiter - faz parte do clipe da música All Over, parceria de Toller com o artista e surfista norte-americano, o produtor galês Paul Ralphes e o pianista carioca Caio Fonseca. Lançado esta semana, o clipe é o primeiro do álbum Só Nós e mistura imagens da gravação do dueto de Toller e Frankenreiter com cenas de esportes alternativos e takes do making of da capa do CD. O material foi incrementado com técnicas de animação pela produtora Comparsas, que inseriu ilustrações e aquarelas sobre as imagens originais. Para ver o clipe da canção All Over, clique aqui.

Daniela e Vercillo gravam com Cheiro de Amor

Daniela Mercury roubou a cena na gravação do DVD da banda Cheiro de Amor, na noite de quarta-feira, 2 de julho de 2008, em Salvador (BA). A cantora reviveu Uma Noite e 1/2 - música de Renato Rockett que foi hit de Marina Lima em 1987 - em dueto sensual com a vocalista Alinne Rosa que culminou com um beijo na boca. A foto de divulgação de Fred Pontes capta bem o clima de sedução que deu o tom do número. Além de Daniela, a Cheiro de Amor recebeu Jorge Vercillo em Fácil de Entender. Mas a forte chuva que desabou sobre a capital baiana atrapalhou a gravação, que vai ser complementada na próxima quinta-feira, 11 de julho, com a participação de Durval Lelys em Poeira Cristalina. A banda Cheiro de Amor registrou as inéditas Dias de Sol e Pensa em mim.

Yamandu lança no Brasil a sua sessão de Tokyo

Yamandu Costa está promovendo, no Brasil, o CD Tokyo Session, editado em 2006 no Japão. Gravado em Tokyo em 2005, após turnê feita pelo violonista naquele país, o disco tem dez músicas e ganha edição brasileira via Tratore. Na sessão de Tokyo, o músico foi acompanhado por Edu Ribeiro (bateria) e Thiago Espírito Santo (baixo). Eis as faixas do CD, que terá distribuição nacional:
1. Lamentos do Morro
2. Simpatia
3. Meiga
4. Modinha
5. Manhã de Carnaval
6. What are You Doing the Rest of your Life?
7. Radamés y Pelé
8. Tempo Feliz
9. Maneco
10. El Negro del Blanco

3 de julho de 2008

Falta o espírito gregário ao 'Clube da Luluzinha'

Resenha de CD
Título: Flores do
Clube da Esquina
Artista: Vários
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2

Bem que Maria Rita, sondada para regravar Dos Cruces, pulou fora deste Clube da Luluzinha. A idéia, arriscada, era regravar músicas do álbum duplo Clube da Esquina, lançado por Milton Nascimento e Lô Borges em 1972. Título emblemático e até lendário da discografia de Milton, o álbum funcionou como uma carta de princípios de um movimento imaginário, pouco formal, mas enraizado no espírito gregário que fundamentou o clube e pôs a música das Geraes no mapa do Brasil. Sons mineiros se entrelaçavam com jazz, rock, MPB e o espírito dos Beatles (já dissolvidos na ocasião) - sustentados pela música poderosa de Milton Nascimento, compositor sem precedentes na história da música brasileira por conta de suas harmonias inventivas e do sopro de modernidade que sua obra exalava em direção diversa de todos os caminhos tomados na MPB, até então.
Escalado para a missão impossível de evocar a importância do Clube da Esquina através de regravações, Guto Graça Mello teria recusado de início a proposta. Contudo, convencido pela EMI Music, acabou aceitando o desafio com a idéia de inverter a proporção homem-mulher da ficha técnica do disco original - urdido com vozes quase que totalmente masculinas (a exceção era Alaíde Costa, convidada para um dueto com Milton no samba Me Deixa em Paz, de Monsueto). Mello formou então seu Clube da Luluzinha: convidou cantoras para reviver o repertório do álbum de 1972. Vozes que ainda não tinham voz quando o clube se abriu.
Sem o espírito gregário que norteou o disco original, as 12 cantoras presentes neste Flores do Clube da Esquina partiram caminhos diversos e individualistas com resultados irregulares. Ivete Sangalo temperou Cravo e Canela com a pulsação afro-pop-baiana que lhe cai bem e - justiça seja feita - a gravação representa até upgrade em seu repertório cada vez mais populista. Em vez de se juntar à banda arregimentada para gravar o CD, Roberta Sá recrutou o produtor Rodrigo Campello para arranjar Tudo que Você Podia Ser, mas a cantora não rende tudo que pode na faixa. Meg Stock deu acento roqueiro a Nada Será como Antes enquanto Marina de la Riva acertou com interpretação estilosa de Dos Cruces que vai num crescendo (a faixa dura quase sete minutos) e sobressai no CD. Na contramão da intensidade de Riva, Vanessa da Mata procurou acompanhar em tom suave o toque do piano de João Donato em Um Girassol da Cor do seu Cabelo. Já Luiza Possi procurou abordagem mais comportada de Paisagem na Janela. Por sua vez, Marjorie Estiano pegou O Trem Azul em equivocada estação adolescente. É a faixa mais constrangedora deste tributo...
Pautados por excessos de teclados, os arranjos - justiça seja feita - não ajudam as cantoras. O samba Me Deixa em Paz -revivido por Teresa Cristina com Seu Jorge (bissexta presença masculina no Clube da Luluzinha) em encontro idealizado para remeter ao dueto de Milton com Alaíde Costa - poderia soar mais sedutor com orquestração que explorasse mais o suingue do tema. Da mesma forma, Shirle de Moraes também parece não ter usado sua plena capacidade ao gravar San Vicente. Mais bonito fez Mariana Baltar, que cantou Cais com correção elegante em arranjo que persegue - assumidamente - a (imbatível) orquestração da gravação original.
Milton Nascimento - que, em princípio, não participaria do projeto - acabou indo ao estúdio para gravar vocais para duas faixas. Não por acaso, as faixas das duas cantoras radicadas em Minas Gerais. Com Marina Machado, Milton embarcou na Nuvem Cigana. Com a amapaense-mineira Fernanda Takai (que já precisa dosar suas participações em tributos e discos alheios para não cansar sua imagem), o compositor provou de novo Um Gosto de Sol em registro climático que, sim, soa bonito e fecha bem o disco.
Mesmo equilibrando erros e acertos, Flores do Clube da Esquina jamais atinge sua intenção de evocar a importância do álbum antológico de 1972. Os caminhos são outros. As esquinas são outras e mais solitárias. Já não há o espírito coletivo de antes. Nada foi como antes. E nada será como antes. Bem fez Maria Rita ao recusar a sua carteirinha de sócia desse Clube da Luluzinha...

De sabor variado, doces cariocas são gostosos

Resenha de CD
Título: Doces Cariocas
Artista: Vários
Gravadora: Abacateiro
Cotação: * * * *

A idéia foi criar um disco no espírito coletivo dos Novos Baianos e do Clube da Esquina. Doces Cariocas é coletivo que agrupa artistas - quase todos radicados no Rio de Janeiro (RJ) - como Alexia Bomtempo, Alvinho Lancellotti, Dadi, Domenico Lancellotti, Pierre Aderne, Rogê, Silvia Machete e Wilson Simoninha. Nomes que uniram forças para registrar em CD um repertório saboroso. Vale destacar na safra de inéditas o samba Quanto Tempo - gravado por Alexia Bomtempo com Pierre Aderne - e a balada Feito à Mão, que junta as vozes de Aderne e Simoninha. Há também músicas de pegada nordestina como O Que Será que te Excita? e Blackbird e Asa Branca, que procura erguer a ponte entre Luiz Gonzaga (1913 - 1989) e Beatles (1959 - 1970). Entre curiosidades como a Valsa do Vestido, entoada por Silvia Machete com Domenico, o disco desce bem. Apesar do clima comunitário que rege o CD, um problema individual de Alexia Bomtempo - já perceptível em seu primeiro álbum solo, Astrolábio, produzido por Dadi - salta aos ouvidos, em especial na delicada canção Chuvisco: a semelhança de seu canto com o de Marisa Monte. Nada, porém, que atenue o sabor dos doces cariocas que já brotam do selo-cooperativa Abacateiro.

'Álbum Vermelho' do Weezer é editado no Brasil

Já lançado nos Estados Unidos em 3 de junho, o sexto CD do grupo Weezer (logo conhecido como The Red Album por causa da cor de sua feia capa) ganha edição brasileira neste mês de julho de 2008. Puxado pela faixa Pork and Beans, o álbum Weezer apresenta 11 músicas (inéditas) produzidas por Jacknife Lee, Rick Rubin e pela própria banda. Eis as 11 faixas do disco que chega ao mercado nacional (já na próxima semana) pela gravadora Universal Music:
1. Troublemaker
2. The Greatest Man that Ever Lived
(Variations on a Shaker Hymn)
3. Pork and Beans
4. Heart Songs
5. Everybody Get Dangerous
6. Dreamin'
7. Thought I Knew
8. Cold Dark World
9. Automatic
10. The Angel and the One
11. The Weight

Caldato produz CD de Mallu com o som dos 60

Projetada e popularizada através da internet, Mallu Magalhães - a cantora de 15 anos que faz música folk - vai entrar em estúdio em 14 de julho para gravar seu primeiro CD. Caberá a Mario Caldato Jr. produzir o álbum, que vai ser lançado de forma independente pelo selo Agência de Música. A intenção da artista é que seu disco tenha um som típico dos anos 60 - década áurea do folk. Para tal, equipamentos analógicos e microfones da época estão sendo instalados no estúdio carioca AR para a captação da atmosfera pretendida pela jovem intérprete, que costuma compor em inglês.

2 de julho de 2008

Fina Flor estréia com Nei no mercado de DVDs

A gravadora indie Fina Flor, sediada no Rio de Janeiro, estréia no mercado de DVDs - numa colaboração com o Instituto Itáu Cultural - com a edição de um vídeo de Nei Lopes. O DVD foi gravado em show feito pelo compositor em 2006 dentro da série Toca Brasil. O roteiro faz retrospecto da bela obra do autor de Tempo de Dondon, incluindo parcerias de Nei Lopes com Wilson Moreira (Gostoso Veneno, Senhora Liberdade, Morrendo de Saudade), Zeca Pagodinho (Cavaco e Sapato), Dudu Nobre (Pega Geral), Efson (Bololô e Firme e Forte) e Magnu Souzá e Maurílio, do Quinteto em Branco e Preto (Primo do Jazz, Xequerê, Divinas Pastoras). Nos extras, há making of com depoimentos de nomes sobre Alcione e Haroldo Costa sobre a obra de Nei Lopes. E há o Samba de Irajá na voz de Camila Costa, em registro dividido com o violão de Ruy Quaresma.

Zé Nogueira faz carta de amor à obra de Guinga

Resenha de CD
Título: Carta de Pedra
- A Música de Guinga
Artista: Zé Nogueira
Quinteto
Gravadora: Selo MP,B
/ Universal Music
Cotação: * * * *

Zé Nogueira faz tanta questão de expressar sua admiração pela obra de Guinga que já inspirou tema do compositor e amigo, Choro pro Zé, obviamente incluído entre as 12 belas músicas deste álbum instrumental em que o saxofonista mergulha nas harmonias complexas do cancioneiro carioca e delirante do autor de valsas como Exasperada e Carta de Pedra, a faixa-título deste tributo amoroso de Nogueira, líder do quinteto formado também por Jorge Helder (baixo), Jota Moraes (vibrafone), Jurim Moreira (bateria) e Ricardo Silveira (guitarra). O disco exibe eventuais tonalidades jazzísticas sem abusar da liberdade do improviso. A música de Guinga permanece inteira em Carta de Pedra, desde a primeira faixa (a jobiniana Pra Quem Quiser me Visitar) à última (o inédito Choro na Noite). A propósito, Nogueira apresenta no CD quatro inéditas do compositor. Além do Choro na Noite, o disco revela o blues Pisando em Falso, a modinha Moça Lua e a valsa Graffiando Vento. Novidades que valorizam ainda mais esta carta de amor escrita em forma de fina música por quem entende (de) Guinga, com a autoridade de ser figura repetida na discografia do compositor desde o histórico álbum Simples e Absurdo (1991).

Multishow premia gosto discutível de fãs-clubes

Foram muitos os afagos nos egos dos fãs, a "galera aí de cima", como disseram alguns premiados em alusão ao fato de muitos fãs terem sido alojados nas galerias simples do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco e cenário carioca da cerimônia de entrega do 15º Prêmio Multishow, realizada na noite de 1º de julho de 2008. Tantos discursos de exaltação aos fãs tiveram sua razão de ser em premiação previsível que, pela 15ª vez, armou seu circo pretensamente democrático para premiar, através de votação popular, o gosto discutível dos fãs-clubes. Foi assim que Di Ferrero, vocalista do grupo NX Zero, se sagrou Melhor Cantor. Foi assim também que Ivete Sangalo faturou os troféus de Melhor Cantora e de Melhor DVD, por Ivete no Maracanã - projeto, aliás, que tem o selo do Multishow e, como tal, foi bastante propagado pelo canal que realiza a premiação. "Amo vocês", bajulou Ivete, se dirigindo aos fãs, pouco antes de a cerimônia ser encerrada com justa homenagem a Lulu Santos, com medley de sucessos do compositor, revividos nas vozes de Frejat, Gabriel O Pensador, Samuel Rosa e Rogério Flausino, entre outros cantores.
Com apresentação esperta do ator Lázaro Ramos, que decorou o texto e dispensou a cola, a cerimônia transcorreu ágil e, como sempre, foi prestigiada pelos indicados, pois trata-se, afinal, da premiação de um canal que vem ganhando peso na indústria fonográfica nos últimos anos. Apenas o grupo Charlie Brown Jr. não estava na platéia para subir ao palco do Municipal e receber o troféu de Melhor Clipe pelo (belo) vídeo da música Pontes Indestrutíveis. Maria Rita estava e viu seu álbum Samba Meu ser anunciado como vencedor da categoria Melhor CD. Ana Carolina (em foto de Leo Dresch, da Agência MT) também estava lá e fez média com seus fãs - prática tradicional no prêmio. "Estou aqui graças a vocês", disse Ana, no palco, ao receber o prêmio de Melhor Show por Dois Quartos, cujo registro ao vivo também foi - aliás - editado com o selo do canal que promove a premiação.
E haja paciência para aturar o gosto e o empenho de fãs na votação realizada via internet e celular. Se NX Zero foi o Melhor Grupo, Strike foi a Revelação. Já o troféu de Melhor Instrumentista foi parar nas mãos desconhecidas de Radamés Venâncio, tecladista de Ivete Sangalo. Mais coerente foi a vitória de Boa Sorte, o hit de Vanessa da Mata e Ben Harper, na categoria Melhor Música. Afinal, tal música foi líder de execuções em 2007.
No todo, os encontros de artistas de diversos estilos e gerações - nos números musicais e nas apresentações dos indicados - ainda dão um certo charme ao Prêmio Multishow. Mas não o redime de legitimar mau gosto de fã. Pelo menos, Pitty nada levou dessa vez.

Ivete se sagra campeã no 15º Prêmio Multishow

A expressão de felicidade de Ivete Sangalo - captada pelas lentes do fotógrafo Murillo Tinoco, da Agência MT - expressa o seu contentamento por ter faturado dois dos dez troféus do 15º Prêmio Multishow em cerimônia que aconteceu na noite de 1º de julho de 2008, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). Somente o grupo NX Zero, que também levou para casa dois prêmios, fez frente à cantora baiana. Embora o tecladista da banda de Ivete, Radamés Venâncio, tenha sido escolhido o Melhor Instrumentista. Eis os dez vencedores do 15º Prêmio Multishow:
1. Melhor Clipe: Pontes Indestrutíveis (Charlie Brown Jr.)
2. Melhor CD: Samba Meu (Maria Rita)
3. Melhor Show: Dois Quartos (Ana Carolina)
4. Melhor Instrumentista - Radamés Venâncio (tecladista)
5. Melhor Grupo: NX Zero
6. Melhor Música: Boa Sorte (Vanessa da Mata e Ben Harper)
7. Melhor DVD: Ivete no Maracanã - Multishow ao Vivo
8. Revelação: Strike
9. Melhor Cantor: Di Ferrero
10. Melhor Cantora: Ivete Sangalo

1 de julho de 2008

Música de 2002 puxa o disco ao vivo do Capital

Embora o Capital Inicial tenha incluído duas inéditas (Dançando com a Lua e Passos Falsos, parcerias de Dinho Ouro Preto com Alvin L.) no roteiro do megashow que gravou ao vivo na Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF), em 21 de abril, a gravadora Sony BMG elegeu uma música de 2002, Algum Dia, para puxar o CD e DVD Multishow ao Vivo - Capital Inicial em Brasília. De autoria de Pit Passarel (irmão do guitarrista do grupo, Yves Passarel), Algum Dia foi gravada originalmente pelo grupo no (bom) álbum Rosas e Vinho Tinto, editado em 2002.
Com direção de Rodrigo Carelli, o especial gravado na Capital Federal vai ao ar pelo canal Multishow em 13 de julho, Dia Mundial do Rock. O CD chega às lojas nos próximos dias e, na seqüência, a Sony BMG põe nas lojas o DVD com o registro integral do show no qual o Capital Inicial visita mais uma vez o repertório da conterrânea e contemporânea Legião Urbana (Por Enquanto, do primeiro disco da banda de Renato Russo) e faz sua primeira incursão pela seara de outro grupo projetado inicialmente em Brasília (Raimundos - evocados com o cover de Mulher de Fases).

Turnê do Blue Man Group rende DVD com CD

Entre junho e julho de 2007, o trio Blue Man Group veio ao Brasil com o espetáculo How to Be a Megastar, em que esboça uma crítica do circo pop armado para fabricar estrelas. Um ano depois, a Warner Music lança no Brasil o registro da turnê. How to Be a Megastar Live! chega às lojas em kit de DVD + CD. O CD rebobina 19 dos 21 números do DVD e apresenta uma versão de estúdio de I Feel Love. Já o DVD traz nos extras o especial de TV Inside the Tube. A edição custa, em média, R$ 60.

DVD captura três momentos de Mayer em cena

Nas lojas da Europa e dos Estados Unidos nesta terça-feira, 1º de julho de 2008, o DVD Where the Light Is - John Mayer Live in Los Angeles captura três momentos bem distintos de Mayer em cena, ainda que as câmeras - conduzidas pelo diretor Danny Clinch - tenham filmado apenas um show do artista, realizado em 8 de dezembro de 2007 no Nokia Theatre, em Los Angeles (EUA). Ao longo dos 22 números do roteiro, o cantor apresenta bloco acústico, se junta ao John Mayer Trio na seqüência e finaliza o show com a banda. Eis o repertório do DVD:
Bloco Acústico
1. Neon
2. Stop This Train
3. In your Atmosphere
4. Daughters
5. Free Fallin'
Com John Mayer Trio
6. Everyday I Have the Blues
7. Wait Until Tomorrow
8. Who Did You Think I Was?
9. Come When I Call
10. Good Love Is on the Way
11. Out of my Mind
12. Vultures
13. Bold as Love

Com a banda
14. Waiting on the World to Change
15. Slow Dancing in a Burning Room
16. Why Georgia
17. The Heart of Love
18. I Don't Need No Doctor
19. Gravity
20. I Don't Trust Myself (with Loving You)
21. Belief
22. I'm Gonna Find Another You

Último álbum de Ferrer ganha edição brasileira

Último álbum do cantor cubano Ibrahim Ferrer (1927 - 2005), lançado em 2007, dois anos depois da morte do intérprete, Mi Sueño ganha tardia edição brasileira pela gravadora MCD. O lançamento nacional de Mi Sueño e a reedição de Flor de Amor (álbum gravado por Omara Portuondo em 2004, já lançado no Brasil pela major Warner Music) marcam o início da parceria da companhia paulista MCD com a gravadora inglesa World Circuit. Em breve, a MCD promete nova reedição do álbum coletivo Buena Vista Social Club (1997) - com sua arte gráfica original.

30 de junho de 2008

Grace Jones retorna ao disco depois de 19 anos

Depois de Thelma Houston (em agosto de 2007) e de Donna Summer (em maio deste ano de 2008), mais uma diva da disco music volta ao mercado fonográfico. Grace Jones vai lançar em 29 de outubro Hurricane - o seu primeiro álbum de inéditas em 19 anos. O sucessor de Bulletproof Heart (1989) foi produzido pela própria Grace em parceria com Ivor Gest. O disco conta com intervenções de Brian Eno e da dupla Sly and Robbie. Que venha logo o furacão!

Contratações movimentam mercado fonográfico

Tradicionalmente apática na primeira metade do ano, a indústria fonográfica brasileira começa a dar sinais de movimentação com o objetivo de enfrentar o segundo semestre de 2008. Algumas contratações foram anunciadas nos últimos dias. Marcelo D2 assinou com a EMI Music depois de ter construído sua obra fonográfica, dentro e fora do grupo Planet Hemp, na gravadora atualmente denominada Sony BMG. O lançamento do primeiro CD do rapper na EMI está previsto para novembro. Lenine, que editava seus discos pela BMG (o último já saiu pela Sony BMG), vai ter seu sexto disco solo - Labiata, gravado com patrocínio do projeto Natura Musical - distribuído pela Universal Music. Já Tom Zé (foto), que retomou sua carreira fonográfica no Brasil através da Trama, já faz parte do elenco da Biscoito Fino, por onde vai lançar no segundo semestre o álbum Bossa Nova na História (em Quadrinhos) - Quase para Adultos, que conta com a participação de Fernanda Takai. Ainda na seara indie, a Deckdisc contratou o cantor Gustavo Lins. Algumas luzes em túnel sem fim.

Cordel prepara quarto CD com Carlos Miranda

O Cordel do Fogo Encantado quis repetir sua parceria com Carlos Eduardo Miranda. O grupo pernambucano já trabalha em São Paulo (SP), sob a batuta de Miranda, na produção de seu quarto álbum, previsto para o fim de 2008. Miranda pilotou o disco anterior da banda, Transfiguração (2006), em que a música do Cordel adquiriu sotaque mais pop. O novo CD vem se juntar a uma discografia coesa que já ostenta títulos como Cordel do Fogo Encantado (2001) e O Palhaço no Circo sem Futuro (ou a Trajetória da Terra), de 2002. O repertório não foi divulgado...

Reunião de Paralamas e Titãs sai em CD e DVD

Previsto inicialmente para abril pela EMI Music, o lançamento do CD e DVD com o registro da turnê 25 Anos de Rock - que reuniu Paralamas do Sucesso e Titãs em série de shows feitos em capitais como Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP) - aconteceu, de fato, neste mês de junho de 2008. Paralamas e Titãs - Juntos e ao Vivo traz a gravação feita em 26 de janeiro de 2008 na Marina da Glória, na apresentação carioca da turnê. Das 29 músicas tocadas no roteiro do show, o DVD perpetua 21 - vários números em que as duas bandas fizeram sozinhas foram limados da seleção final - e, nos extras, traz O Pulso e takes de ensaios das músicas Comida e Meu Erro. Além de uma edição especial do matador duelo de baterias travado por Charles Gavin e João Barone em Cabeça Dinossauro.

29 de junho de 2008

CD nacional de A Favorita tem apenas 12 faixas

Com apenas 12 faixas, número abaixo do padrão estabelecido para trilhas de novelas na era do CD, o disco com a seleção nacional da novela A Favorita vai chegar às lojas no início de julho pela gravadora Som Livre (mais tarde, a companhia vai lançar um segundo CD com as músicas sertanejas tocadas na história). Entre as surpresas da trilha principal, há a regravação por Zé Renato de O Tempo Vai Apagar, parceria de Paulo César Barros com Getúlio Cortes, lançada por Roberto Carlos no LP O Inimitável (1968). O registro de Zé Renato ainda não tocou na trama. Eis as 12 músicas relacionadas na lista divulgada pela assessoria da gravadora Som Livre - com os respectivos compositores e intérpretes dos temas:

1. É o que me Interessa (Lenine e Dudu Falcão) - Lenine
2. Amado (Vanessa da Mata e Marcelo Jeneci) - Vanessa da Mata
3. Sou Dela (Nando Reis) - Nando Reis
4. Não Vou me Adaptar (Arnaldo Antunes) - Arnaldo Antunes,
com participação de Nando Reis
5. Quantas Vidas Você Tem? (Moska) - Moska
6. Fala (João Ricardo e Lulhi) - Ritchie
7. Tudo Passa (Túlio Deck, Rick Bonadio, Di Ferrero) - Túlio Dek
8. Pa' Bailar (Gustavo Santaolalla, Juan Campodonico, B Tagle
Lara e A Tagle Lara) - Bajofondo
9. Mulher sem Razão (Cazuza, Bebel Gilberto e Dé Palmeira) -
Adriana Calcanhotto
10. Morena dos Olhos d'Água (Chico Buarque) - Chico Buarque
11. O Tempo Vai Apagar (Paulo César Barros e Getúlio Cortes) -
Zé Renato
12. Me Abrace (Abrazame) (Mario Alberto Dominguez Zarzar -
Versão de. Wanessa Camargo) – Camila e Wanessa Camargo

Filme mantém o beatle 'esquecido' na sombra

Resenha de DVD
Título: Stuart Sutcliffe
- O Beatle que foi
Esquecido
Direção: Steve Cole
Gravadora: Coqueiro
Verde
Cotação: * * *

Produzido por Chris Hunt em 2005 para a rede de TV BBC, com o exagerado título de Stuart Sutcliffe, The Lost Beatle, este documentário sobre o baixista da pré-história dos Beatles ganha edição brasileira em DVD via gravadora Coqueiro Verde. O filme é bom, mas podia ser muito melhor. A impressão que fica ao fim de seus 58 minutos é a de que o diretor Steve Cole não investigou a fundo a história do jovem britânico que se dividiu entre a pintura (atividade na qual parecia talentoso) e a música (sem jamais dominar o baixo) em sua curta existência. Stucliffe (1940 - 1962) adquiriu aura lendária por ter morrido aos 21 anos, vítima de hemorragia cerebral. Se seus danos cerebrais têm origem controversa, como anuncia o texto escrito para a contracapa do DVD, o direto se eximiu de investigar a suposta polêmica. Stuart Sutcliffe - O Beatle que Foi Esquecido patina na total superficialidade e ainda mantém seu mitológico personagem na sombra. Nem os depoimentos da irmã de Stuart, Pauline Sutcliffe, e da namorada do artista, Astrid Kirchherr, jogam uma real luz sobre os conflitos de Sutcliffe. Ainda assim, para quem não conhece a pré-história dos Beatles, relatada de forma definitiva na recente biografia não-autorizada de Bob Spitz, o filme vai soar interessante. Em 1959, convidado por John Lennon, seu colega de escola, Sutcliffe aceitou assumir o baixo dos Beatles e participou da temporada de shows em Hamburgo, Alemanha, que começou a moldar o grupo para a fama. Sutcliffe logo sairia do conjunto - para tristeza de Lennon e alívio de Paul McCartney, nada tolerante com as limitações musicais do colega - para se dedicar à pintura. Mas os primeiros sintomas de uma lesão cerebral abreviariam seus sonhos e logo lhe tirariam a vida, em 1962. Para beatlemaníacos, o filme de Steve Cole dificilmente vai acrescentar algum dado relevante na trajetória. Stuart Sutcliffe - O Beatle que Foi Esquecido é mais indicado para quem nada sabe sobre a pré-história dos Fab Four. Que na época de Stucliffe, aliás, eram cinco - com Pete Best ainda no posto de baterista que logo seria de Ringo Starr. Se você já conhece a pré-história dos Beatles, esqueça este filme, idealizado para faturar com a (resistente) Beatlemania.

MGMT saúda prazer juvenil em CD espetacular

Resenha de CD
Título: Oracular
Spectacular
Artista: MGMT
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * * * *

É sintomático que a faixa mais contagiante deste primeiro álbum do duo MGMT se chame The Youth. A dupla formada nos Estados Unidos em 2002 pelos estudantes universitários Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser celebra os prazeres juvenis - incluindo sexo e drogas no coquetel hedonista - neste primeiro grande álbum. Oracular Spectacular confirma o que o EP Time to Pretend, editado em 2005, já sinalizara: o som do The Management - ou MGMT, como adotado oficialmente pela dupla, para simplicar - é muito sedutor. E esse som consiste de um pop rock urdido com textura psicodélica e bem dosadas batidas eletrônicas. A vida pode ser bela e inconseqüente quando se tem 20 e poucos anos (ou nem isso). Músicas como Time to Pretend, Kids (outro destaque do repertório) e Future Reflections mostram que, para estes dois talentosos músicos, a festa está apenas começando. Resta saber se o encanto do som do MGMT vai passar como a juventude de Andrew e Ben. E se os dois vão saber crescer.

Summer retorna à cena bem na foto e na pista

Resenha de CD
Título: Crayons
Artista: Donna Summer
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

Rainha da disco music nos anos 70, década em que fez - sob a fina batuta do produtor Giorgio Moroder - gravações que resistem bem à era eletrônica, caso sobretudo de I Feel Love, Donna Summer consegue ficar bem na pista e na foto (literalmente retocada em excesso) neste seu primeiro álbum de estúdio em 17 anos. Desta vez, sem saudosismo de sua fase áurea. Embora Fame (The Game) remete aos bons tempos da discoteca e de Summer. "A rainha está de volta", anuncia a cantora já no título de uma das boas faixas do CD, The Queen Is Back. Mas Crayons, cuja música-título tem intervenção de Ziigy Marley, procura - e consegue - atualizar o som de Summer, fazendo a transitar por batidas pop contemporâneas de dance e r & b. A primeira metade do disco é excelente. Temas como Stamp your Feet e Mr. Music têm pegada forte, capaz de esquentar uma pista. Mas o fato é que, na segunda metade, cai o nível do repertório autoral, formatado por um time de produtores que já pilotou gravações de Lilly Allen, P!nk e Rihanna. Seja como for, Crayons tem seu valor por expor Summer fora do circuito nostálgico de seu passado de glória. Suas boas músicas redimem a diva de evocar o país natal da Bossa Nova em Drivin' Down Brazil ao som de pseudo-samba temperado com molho de salsa! Mas o CD não devolverá a Donna o reino perdido...