10 de maio de 2008

Caçador, Fábio tenta seduzir caças em especial

Resenha de CD / DVD
Título: Fábio Jr. & Elas
Artista: Fábio Jr.
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

É sintomático que o registro do especial gravado por Fábio Jr. em 1998 para a Rede Record - ora editado, dez anos depois, em CD e em DVD vendidos separadamente - abra com o dueto do artista com Sandra de Sá em Caça e Caçador. Então em ótima forma vocal e ainda no embalo do sucesso de seu álbum A Lua Sabe Quem Eu Sou (1996), Sandra turbina a música com seu canto caloroso. Mais do que um bom registro, Caça e Caçador parece resumir o espírito do programa em que Fábio recebeu cantoras de diversos estilos e gerações para a gravação de duetos. Eterno sedutor, ele - tal qual um caçador - cobiça suas caças, elas, as cantoras convidadas para o especial. Todo um jogo de sedução pontua os encontros de Fábio com intérpretes como Elba Ramalho (à vontade em Ai que Saudade d'Ocê), Patrícia Coelho (então uma promessa de cantora, inexpressiva em Enrosca) e Fafá de Belém (fora do tom em Sem Limites para Sonhar, a música originalmente gravada por Fábio em 1986 com Bonnie Tyler). Sedução expressada nos cacos inseridos nas letras e nos olhares.
Nem todas fazem o jogo do sedutor. Ao reviver Mentiras com seu violão, Adriana Calcanhotto passa a impressão de estar distante do universo do artista, mesmo cantando música de sua autoria, privilégio de poucas, como Paula Toller, que também parece bater ponto no dueto com Fábio em Nada por mim, a canção que fez com Herbert Vianna, lançada por Marina Lima em 1985. Presença mais surpreendente do elenco, Joyce soa apenas correta em Compromisso. Já a camaleoa Zélia Duncan - então às voltas com o universo roqueiro de seu álbum Acesso (1998) - injeta vitalidade em Eu me Rendo (Sérgio Sá), música pop do tempo em que Fábio Jr. ainda não sucumbira às fórmulas dos hitmakers de gravadoras.
Como uma entidade, capaz de intimidar até mesmo o anfitrião caçador, Elza Soares marca presença nos contracantos e nos vocais de Seu Melhor Amigo. Sobra em Elza a exuberância vocal que inexiste em Fernanda Abreu, insossa na interpretação de Na Canção, hit de Vinicius Cantuária. Da mesma forma que sobra em Vânia Bastos (Sorri, a pungente versão de Braguinha para Smile) a luminosidade que Joanna já tinha perdido naquele ano de 1998 (no seu habitual tom adocicado, ela defende mal Quando Gira o Mundo). Por sua vez, Leila Pinheiro toca piano e divide com Fábio os vocais de Sentado à Beira do Caminho, o sucesso de Erasmo Carlos que a cantora havia regravado naquele ano num de seus melhores álbuns, Na Ponta da Língua. Leila está bem na foto...
Fábio Jr. & Elas não é o registro integral do especial exibido pela TV Record em dezembro de 1998. Cantoras como Fernanda Takai, Simone e Wanderléa não autorizaram a edição de suas respectivas participações no CD e no DVD. Mas o fato é que o programa resiste bem ao tempo e não tem o tom banal que caracteriza boa parte da discografia de Fábio Jr. a partir de 1984.

Alexia estréia bem com toque elegante de Dadi

Resenha de CD
Título: Astrolábio
Artista: Alexia
Bomtempo
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

A rigor, Alexia Bomtempo não é uma intérprete brasileira. Nasceu nos Estados Unidos, filha da cantora e compositora norte-americana Monica Nagle, e morou lá até a adolescência. Mas, a despeito de fechar com regravação de My Cherie Amour, hit de Stevie Wonder, Astrolábio - o primeiro CD de Alexia - gravita em torno de referências brasileiras. De Bossa Nova - evocada na releitura trivial de Roxanne, clássico do trio britânico The Police - e da Tropicália. Mas sobretudo de Dadi, o produtor do disco. Co-autor de oito das 13 faixas, algumas compostas em parceria com Pierre Aderne e a própria Alexia, Dadi imprimiu toque elegante na estréia fonográfica da cantora e, de certa forma, é seu universo particular que dá o tom do álbum. Seja por conta do delicioso registro de O Leãozinho - a canção que um embevecido Caetano Veloso fez inspirado na figura jovialde Dadi, nos anos 70 - ou por causa de Farol da Barra, parceria do mesmo Caetano com Galvão que deu título, também na década de 70, a um álbum dos Novos Baianos, o grupo pós-tropicalista que revelou Dadi. Ou ainda por conta da predominância do produtor na autoria do repertório. Seja como for, Alexia Bomtempo deixa boa impressão nesta estréia. Apesar de tantas referências musicais de outras eras, Astrolábio é disco pautado por suavidade contemporânea. A mesma leveza que dá o tom do canto afinado de Alexia. O timbre lembra ligeiramente o de Marisa Monte, mas isso não impede que Alexia Bomtempo crie um universo particular a partir do mundo musical de Dadi. 2 Perdidos, parceria do Leãozinho com Arnaldo Antunes, ganha seu registro mais sedutor. Das inéditas, as melodiosas Pra Dormir até Mais Tarde e Nuvem d'Água parecem até vocacionadas para as paradas. Se os astros que regem o arisco mercado fonográfico conspirarem a favor, Alexia Bomtempo poderá se tornar mais uma estrela na ilimitada constelação da música brasileira com o CD Astrolábio.

Mundo Livre edita coletânea que alude ao Clash

Com quase 25 anos de estrada, se contabilizados os primeiros shows feitos em 1984, o grupo pernambucano Mundo Livre S/A - que ganhou projeção nacional na década de 90, na linha de frente do movimento Mangue Beat - edita criteriosa primeira coletânea. Com capa assinada por Jorge Du Peixe (integrante da banda-irmã, a Nação Zumbi) e Valentina Trajano, Combat Samba alude no título ao álbum mais miscigenado do grupo inglês The Clash, Combat Rock, editado em 1982. A seleção das faixas foi feita pelo produtor Carlos Eduardo Miranda, que pilotou a única gravação inédita da compilação, Estela (A Fumaça do Pajé Miti Subitxxi), registrada em março de 2008 no estúdio Muzak, no Recife (PE). A letra foi inspirada na notícia de que amostras de sangue de crianças de tribos indígenas de Rondônia estavam sendo comercializadas via internet. No encarte, Fred Zeroquatro comenta cada uma das 14 músicas. A (boa) edição faz jus à banda.

Ziggy Marley persegue a religião do pai em DVD

Nem a proeza de ter sido laureado em 2007 com um Grammy de Melhor Álbum de Reggae por Love Is my Religion tirou Ziggy Marley da sombra de seu pai, Bob. Neste DVD, captado em Los Angeles (EUA) em dezembro de 2007, já no fim da turnê promocional do segundo disco do artista sem a banda The Melody Makers, Ziggy mostra que (per)segue a religião de seu genitor ao inserir estrategicamente no roteiro clássicos de Bob como Rastaman Vibration, Concrete Jungle, Is This Love? e Jammin'. A turnê passou pelo Brasil em 2006. Lançado em fevereiro no exterior, o DVD Love Is my Religion Live chega neste mês de maio ao mercado brasileiro pela gravadora Deckdisc. Não por acaso, um adesivo posicionado na capa nas cores da bandeira jamaicana chama a atenção para o fato de o DVD de Ziggy incluir grandes sucessos de Marley, o Bob.

9 de maio de 2008

Estrelas revivem temas de novela no 'Barzinho'

Marjorie Estiano - cujo segundo disco passou em brancas nuvens por conta da dedicação da artista à novela Duas Caras - retoma a carreira de cantora com participação na gravação da quarta edição do projeto Um Barzinho, um Violão. Na gravação, agendada para segunda e terça-feira, 12 e 13 de maio de 2008, no Morro da Urca (RJ), 24 estrelas do pop e da MPB vão reviver músicas lançadas em trilhas sonoras de novelas exibidas pela Rede Globo na década de 70. Marjorie, por exemplo, vai cantar Broto Legal, sucesso de Celly Campello na virada dos anos 50 para os 60 que voltou às paradas em 1976 por conta da novela Estúpido Cupido. O projeto Um Barzinho, um Violão - Novelas Anos 70 é produzido por Max Pierre e tem direção musical de Guto Graça Mello. O CD e o DVD captados ao vivo nos dois dias de gravação serão lançados no segundo semestre via Universal Music. Está sendo prevista também uma edição em Blu-Ray - o DVD de alta definição - até o fim do ano. Eis as músicas e os intérpretes agendados para os dois dias de gravação do CD e DVD:
Gravação de 12 de maio:
Caetano Veloso – Moça (Wando)
Casuarina – Meu Drama (Silas de Oliveira e Joaquim Ilarindo)
Elba Ramalho - Pombo Correio (Moraes Moreira)
Herbert Vianna – Capitão de Indústria (Marcos e Paulo Sérgio Valle)
Jorge Aragão – Pecado Capital (Paulinho da Viola)
Jorge Vercillo – Fascinação (versão de Armando Louzada)
Luiza Possi – Teletema (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar)
Marjorie Estiano – Broto Legal (versão de Renato Corte Real)
Mauricio Manieri – Coleção (Cassiano e Paulo Zdanowski)
Moinho – Meu Pai Oxalá (Toquinho e Vinicius de Moraes)
Papas da Língua – Pensando Nela (Dom Beto)
Zeca Pagodinho – Martin Cererê (Zé Catimba)

Gravação de 13 de maio:
Celso Fonseca – Enrosca (Guilherme Lamounier)
Diogo Nogueira – Você Abusou (Antonio Carlos e Jocafi)
Dudu Nobre – Malandragem Dela (Tom e Dito)
Fernanda Takai – Pavão Misterioso (Ednardo)
Isabella Taviani – Um Jeito Estúpido de te Amar (Isolda e Milton Carlos)
Lobão – Como Vovó já Dizia (Raul Seixas/Paulo Coelho)
Margareth Menezes – Filho da Bahia (Walter Queiroz)
Marina Elali – Eu Preciso te Esquecer (Mauro Motta e Robson Jorge)
Paula Toller – Sonhos (Peninha)
Pedro Mariano – Beijo Partido (Toninho Horta)
Tunai – Nuvem Passageira (Hermes Aquino)
Zélia Duncan – Paralelas (Belchior)

Takai na 'Ciranda' com mesma música de Nara

Versão estilosa de Nilo Sérgio para I'm Looking over a Four-Leaf Clover, tema de Mort Dixon e Harry Woods, Trevo de Quatro Folhas pode ser ouvida na trilha da nova novela das 18h da Rede Globo, Ciranda de Pedra, na regravação feita por Fernanda Takai (à direita em foto de Fabiana Figueiredo) para o álbum Onde Brilhem os Olhos Seus, em que aborda o repertório de Nara Leão (1942 - 1989). A curiosidade é que na primeira adaptação televisiva do livro de Lygia Fagundes Telles, exibida pela mesma Rede Globo em 1981, a mesma música constava da trilha sonora da adaptação do autor Teixeira Filho no registro original de Nara.
Passada em 1958, a trama da nova versão de Ciranda de Pedra inclui na sua trilha sonora gravações de Gal Costa (E Daí? - Proibição Inútil e Ilegal, mais uma faixa do disco Todas as Coisas e Eu selecionada para trilha de novela global), Gilberto Gil (Chiclete com Banana, sucesso de Gordurinha, propagado na voz de Jackson do Pandeiro), Luiz Melodia (Lá Vem a Bonitona) e Elis Regina (Redescobrir), Adriana Calcanhotto (Três, música de tom mais contemporâneo, fora de sintonia com o tempo da história). Obviamente, a seleção revive standards da Bossa Nova.

CD duplo 'Zé Ramalho da Paraíba' está no forno

Já está saindo do forno para as lojas o CD duplo Zé Ramalho da Paraíba, que inaugura o selo Discobertas e apresenta ao público gravações inéditas extraídas de fitas cassetes em que Zé Ramalho registrou shows feitos nos anos 70. A capa do álbum (à direita) foi criada pela designer Romana Fabrício numa parceria com Daniel Araújo. Aberto pelo pesquisador musical Marcelo Fróes, o selo Discobertas é distribuído pela gravadora Coqueiro Verde. Ramalho licenciou as gravações de seu acervo pessoal para Fróes.

Lauper apresenta 12 inéditas em seu 12º álbum

Cyndi Lauper - que nos anos 80 chegou a ser encarada como uma possível rival de Madonna - não teve a mesma sorte profissional da Material Girl, mas continua em regular atividade no meio fonográfico. Depois de classudo álbum de covers de standards (At Last, 2003) e de revisitar o seu próprio repertório ao lado de convidados (The Body Acoustic, 2005), a cantora se prepara para lançar, em 27 de maio, o seu primeiro disco de músicas inéditas desde Shine, trabalho obscuro de 2004. Bring Ya to the Brink é o 12º álbum da artista e reúne 12 músicas. Eis, na ordem, as faixas do disco que vai tentar recolocar Lauper na pista:
1. High and Mighty
2. Into the Nightlife
3. Rocking Chair
4. Echo
5. Lyfe
6. Same Ol' Story
7. Raging Storm
8. Lay me Down
9. Give It up
10. Set your Heart
11. Grab a Hold
12. Rain on me

8 de maio de 2008

Ao vivo, Rufus está mais para Elton do que Judy

Resenha de show
Título: Release the Stars Tour
Artista: Rufus Wainwright
Local: Sala Cecília Meirelles (RJ)
Data: 7 de maio de 2008
Cotação: * * * *
Turnê de Rufus Wainwright pelo Brasil:
São Paulo (SP) - 9 de maio, Via Funchal
Belo Horizonte (MG) - 11 de maio, Freegells Hall
Brasília (DF) - 13 de maio, Auditório Planalto
Rufus Wainwright dá pinta em cena, mas - no palco - quando senta no piano para desfiar suas canções de assumido espírito gay, está mais para Elton John do que para Judy Garland. É fato que baixou a Judy no cantor e compositor americano em números como If Love Were All e Over the Rainbown, o standard que encerrou o primeiro bis do show realizado por Rufus para o entusiasmado público que compareceu à sala Cecília Meirelles para conferir a apresentação do artista em solo carioca. Contudo, Rufus nunca foi over em cena. Foi, sim, ligeiramente exótico - como fez questão de mostrar ao entrar em cena com sombrero mexicano na cabeça!!!!!

Falante e gaiato, o cantor fez piada com seus erros – ao piano, ele se atrapalhou com a parte instrumental da belíssima Nobody's Off the Hook, um dos números, aliás, em que é difícil não lembrar de Elton John – e dedicou o show a Caetano Veloso pelo fato de o compositor baiano ter adiado o show Obra em Progresso, cuja data da estréia coincidia com a do único show feito por Rufus no Rio de Janeiro em sua miniturnê pelo Brasil. Gracinhas à parte, a música de Rufus é para ser levada a sério. Já no segundo número, Maker Makes, o astro destilou puro sentimento em tema que soa com a força de um hino gospel. Sua música tem (fina) exuberância.

Na primeira parte do show, Rufus se acompanhou ao piano em canções como Grey Garden e Beauty Mark. A partir do quarto número, Sanssouci, que teve seu ritmo marcado com palmas pela platéia, o artista se alternou no piano e nos violões. Ele acreditou estar tirando um “som brasileiro” ao se acompanhar ao violão em músicas como Peach Trees. Mas, na sua viagem pela América do Sul, ele somente conseguiu aportar na Argentina porque Matinne Idol tem leves contornos de tango. Quem chegou mais perto do Brasil foi sua mãe, a pianista Kate Mc Garrigue, que lançou mão de um esforçado português para entoar Manhã de Carnaval, o clássico universal de Luiz Bonfá e Antonio Maria pelo qual se apaixonou ao ver o filme Orfeu Negro uma “dúzia de vezes”, como contou em cena. O número, simpático, foi muito aplaudido.

Mesmo errando, Rufus parece se garantir mais ao piano. Ao violão, ele pode até se sentir a própria Judy Garland, mas o fato é, em números como Gay Messiah, seu timbre vocal evoca John Denver, aquele falecido cantor que entoava Sunshine on my Shoulders. Nada que desmereça Rufus... O show foi excelente, beirando o sublime em números como Going to a Town. Ora mais densa (como em Zebulon), ora mais light (como em California), a performance familiar de Rufus – aberta por sua irmã, Martha Wainwright, sedutora ao apresentar repertório próprio que destacou When the Day Is Short – cativou o público que foi conferir ao vivo hits como Hallelujah (da lavra de Leonard Cohen, mas já associado ao repertório do astro) e Cigarettes & Chocolate Milk, estrategicamente reservados para o fim. Rufus Wainwright deu a esperada e habitual pinta, mas deu também um ótimo show.

Com Edu, Zizi ergue ponte para falar com Deus

De todos os artistas convidados por Zizi Possi para participar da série Cantos e Contos, apresentada pela artista às terças-feiras na casa Tom Jazz (SP), Edu Lobo é o que tem mais experiência em dividir o palco com a cantora, que batizou dois de seus mais festejados álbuns, Sobre Todas as Coisas (1992) e Valsa Brasileira (1994), com músicas compostas por Edu em parceria com Chico Buarque . Na noite de terça-feira, 6 de maio de 2008, Zizi e Edu (em foto de Ronaldo Aguiar) reviveram essa parceria harmoniosa no nono dos 12 shows previstos no projeto. "A obra de Edu é pedra fundamental na revelação de minha identidade. Melhor dizendo, na construção da minha ponte para falar com Deus", conceitua Zizi em seu blog. Eis o roteiro do (inédito) show:

1. Trenzinho Caipira - Zizi Possi
2. As Rosas Não Falam - Zizi Possi
3. Tudo se Transformou - Zizi Possi
4. Valsa Brasileira - Zizi Possi
5. Linda Flor / Sentado à Beira do Caminho - Zizi Possi
6. Escurinho / Meu Pandeiro - Zizi Possi
7. Rebento - Zizi Possi
8. Meia Noite - Zizi Possi
9. Sobre Todas as Coisas - Zizi Possi
10. O Grande Circo Místico - Zizi Possi
11. Fotografia - Edu Lobo e Zizi Possi
12. Pra Dizer Adeus - Edu Lobo e Zizi Possi
13. Lábia - Zizi Possi
14. Canto Triste - Edu Lobo
15. Beatriz - Zizi Possi
16. Vento Bravo - Edu Lobo
17. Bala com Bala - Edu Lobo e Zizi Possi
18. A Mulher de Cada Porto - Edu Lobo e Zizi Possi
19. Trenzinho Caipira - Edu Lobo e Zizi Possi
Bis:
20. Upa Neguinho - Edu Lobo e Zizi Possi

Gereba traz Quixote para o universo nordestino

Dom Quixote de la Mancha - o Cavaleiro da Triste Figura - anda cavalgando pelo sertão nordestino, montado na boa música do compositor baiano Gereba. Transpor a obra-prima do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547 - 1616) é a idéia desenvolvida por Gereba em seu primeiro álbum em seis anos. Dom Quixote Xote Xote (Pôr do Som / Brazilmúsica!) reconta a saga de Cervantes através de parcerias de Gereba com poetas como Abel Silva (Um Sonho Feliz) e José Carlos Capinan (No Segredo dos Azuis), entre outras músicas. Ritmos como coco, xote e galope pontuam a história. O álbum conta com intervenções do ator Paulo Betti (na faixa de abertura, Nos Campos de Montiel / Dom Quixote em Cordel) e das crianças do Projeto Guri (coro e palmas no galope No Trote do Rocinante). Coincidentemente, a idéia de recontar a saga de Cervantes em tom nordestino foi desenvolvida também na peça Dom Quixote de Lugar Nenhum, escrita por Ruy Guerra e estrelada pelo ator Edson Celulari, com a direção de Ernesto Piccolo. A estréia foi em 2007.

Instigante, Wado faz festa em mundo particular

Resenha de CD
Título: Terceiro Mundo
Festivo
Artista: Wado
Gravadora: Edição
Independente
Cotação: * * * 1/2

Wado é um bom compositor catarinense - hoje radicado em Maceió, Alagoas - que tem mostrado inteligência e inspiração acima da média da cena indie. Em seu quarto CD (a rigor, um SMD, tabelado em R$ 5) ele faz a festa com aguçada visão, desenvolvida sob a ótica de seu mundo, um rico universo todo particular. Apesar do abrangente rótulo anunciado na capa (Brazilian Eletro / Funk / Disco / Reggaeton / Afoxé), Terceiro Mundo Festivo não patina no ecletismo ou no exotismo. São as referências - mais do que suas levadas - que são múltiplas. Wado tangencia o samba em faixas como Fortalece Aí e Faz me Rir. Mas está longe de ser um sambista. Usa recursos eletrônicos, e estes saltam aos ouvidos em faixas como Reforma Agrária do Ar (em que o artista alfineta o sistema radiofônico nacional), mas não faz bate-estaca para as pistas. Usa referências do funk em Teta, inclusive no teor erótico dos versos, mas não reproduz pura e simplesmente o batidão que pulsa nos bailes da periferia carioca. É pena que a voz do cantor não acompanhe a força das letras ácidas do compositor, mas Wado tem muito o que dizer. A letra de Fita Bruta, das melhores do disco, sinaliza que ele não é dos que calam e consentem. Vale baixar o disco no site oficial do artista. O seu manifesto da arte periférica é interessante.

7 de maio de 2008

Êxito do CD de Takai motiva coletânea de Nara

A grande repercussão do disco em que Fernanda Takai recria o repertório de Nara Leão (1942 - 1989) já motivou o lançamento de nova coletânea da emblemática cantora. O Melhor de Nara Leão (capa à esquerda) chega às lojas pela gravadora Som Livre com 14 sucessos da artista. A seleção combina standards da Bossa Nova (O Barquinho, Garota de Ipanema, Wave) com músicas da fase em Nara tomou posição mais engajada (Opinião, Carcará, Marcha da Quarta-Feira de Cinzas), gerando um racha entre os bossa-novistas. Da seleção, o samba Diz que Fui por Aí é uma das poucas músicas recorrentes no festejado disco de Fernanda Takai.

Uma coleção do cancioneiro popular de Greyck

Cantor e compositor mineiro, em evidência na década de 70 com sucessos românticos como Impossível Acreditar que Perdi Você, Márcio Greyck tem seu cancioneiro popular compilado pela Som Livre em coletânea da série Sempre. O disco rebobina gravações originais de temas como Aparências, grande hit radiofônico de 1981. Mas, diferentemente de coletâneas anteriores editadas pela Sony Music (atual Sony BMG), nem todas os registros de Sempre são originais. Algumas músicas, como O Infinito, aparecem em regravações feitas por Greyck nos anos 90 via gravadora Albatroz. No auge, Greyck foi gravado por Roberto Carlos. O Rei pôs voz em músicas como Tentativa, incluída no CD.

Sai CD com trilha instrumental de 'Duas Caras'

Embora a novela Duas Caras já esteja na reta final, chega às lojas neste mês de maio um terceiro CD com músicas da trama exibida pela Rede Globo às 21h. O disco Duas Caras Instrumental reúne vários temas incidentais usados para pontuar as cenas do folhetim de Aguinaldo Silva. O álbum tem 16 faixas. Há versões instrumentais de músicas como E Vamos à Luta (o samba de Gonzaguinha propagado na abertura da novela 18 anos depois de seu lançamento), Coisas que Eu Sei (hit de Danni Carlos) e Folhetim (a composição de Chico Buarque regravada por Luiza Possi para a novela). Completam a seleção temas incidentais intitulados com os nomes das personagens a que se referem. Entre eles, Tema de Maria Paula - de fato, bonito - e Tema de Claudius.

Dance of Days abre o 'Álbum Virtual' da Trama

Cabe ao grupo paulista Dance of Days (em foto de Tadeu Garbes) inaugurar o projeto Álbum Virtual, desenvolvido pela gravadora Trama numa parceria com a empresa Extreme Days. A idéia é oferecer na internet discos inéditos no formato físico. O primeiro Álbum Virtual é A Dança das Estações, CD da banda Dance of Days que estará disponível (por tempo limitado) a partir de 15 de maio no site da Extreme Days. O álbum em questão tem 10 faixas.

6 de maio de 2008

Gravações do 'Trovador Solitário' chegam ao CD

Entre a dissolução do lendário grupo Aborto Elétrico e a formação da banda Legião Urbana, Renato Russo (1960 - 1996) encarnou nos palcos de Brasília (DF) a personagem do Trovador Solitário. Foi sob essa alcunha que o cantor fez seus primeiros shows individuais. Gravações caseiras dessa fase do artista - feitas em 1982 com voz e violão - vão ser editadas em CD pelo selo Discobertas, do pesquisador musical Marcelo Fróes. O lançamento está previsto para julho. A família de Russo avaliza.

Paixão não cega a visão de fãs sobre os Stones

Resenha de livro
Título: Sexo, Drogas
e Rolling Stones
Autor: José Emilio
Rondeau e Nélio
Rodrigues
Editora: Agir
Cotação: * * * *

Os autores do livro Sexo, Drogas e Rolling Stones são fãs declarados dos Rolling Stones. Nem por isso, a paixão pelo quarteto britânico - que desafia o clichê de juventude associado ao rock - cegou José Emilio Rondeau e Nélio Rodrigues ao apresentar sua visão da banda de Mick Jagger neste relato saboroso. Para fãs de primeira hora, o livro pode servir como enxuta biografia do grupo que cobre 46 anos de História na cena pop mundial. Para fãs longevos, a narrativa tem seus momentos mais reveladores quando os autores esmiuçam as passagens dos Stones pelo Brasil. E foram muitas, pois, décadas antes de aportar em solo nacional para fazer seu primeiro show no Brasil, em janeiro de 1995, Jagger e Cia. já buscavam refúgio no paraíso tropical. Que para eles logo virava inferno quando a imprensa os descobria e seguia os rastros da banda. Objetivo e informativo, o texto é ágil e envolvente porque escrito com elegância. Em ordem cronológica, a narrativa reúne histórias e causos sobre a banda sem deixar de oferecer visão crítica da trajetória fonográfica da banda. Difícil parar de ler, até porque a edição - feita quase na forma de um almanaque - facilita a leitura com várias seções que entremeiam o texto. Uma delas, No Escurinho com os Rolling Stones, dá pinceladas sobre os filmes feitos sobre e/ou com os Stones. Mesmo quem não se encanta especialmente pelo rock apoteótico do grupo vai encontrar interesse no livro, pois a caminhada dos Stones foi pontuada por overdoses de sexo, drogas e, claro, do velho (?) e bom rock'n'roll.

Prêmio Tim ignora Maria Rita, Toller e Teresa

Três - até certo ponto injustas... - ausências despertam a atenção entre as fartas 104 indicações da sexta edição do Prêmio Tim de Música. O corpo de jurados - que inclui nomes como Ana Costa, Charles Gavin, Daúde, Davi Moraes, Dé Palmeira e Marcelo Camelo, entre outros artistas e jornalistas vinculados à música - ignorou por completo os nomes de Maria Rita, Paula Toller e Teresa Cristina. É fato que o terceiro CD de Maria Rita (em foto de Tripolli), Samba Meu, dividiu opiniões, embora tenha renovado e rejuvenescido o público da cantora e a tenha ajudado a cortar o cordão umbilical que a ligava à mãe, uma tal de Elis Regina (1945 - 1982). Já Delicada - o quarto álbum de Teresa Cristina com o Grupo Semente - ganhou elogios unânimes da crítica, mas foi esquecido, mesmo com o prêmio tendo categoria inteiramente dedicada ao samba. Será que é pelo fato de ter sido editado pela EMI Music, a gravadora que andou se estranhando com a direção do Prêmio Tim? E o que pensar da ausência do segundo álbum solo de Paula Toller? SóNós foi um dos lançamentos mais sofisticados de 2007 no segmento pop. Mas o júri parece não ter pensado assim. Qualquer júri deve ser soberano, mas as ausências de Paula Toller e Teresa Cristina - e, em menor grau, a de Maria Rita - desvalorizam o 6º Prêmio Tim de Música. Embora isso jamais vá abalar o prestígio das três artistas.

Paulinho lidera as indicações no 6º Prêmio Tim

Com sete indicações ao todo, por conta de seu Acústico MTV, Paulinho da Viola saiu na frente na corrida pelos troféus do 6º Prêmio Tim de Música. Divulgada oficialmente nesta terça-feira, 6 de maio de 2008, a lista totaliza 104 indicados em 16 categorias. A seleção foi feita a partir da inscrição de 768 CDs e 114 DVDs. Deste total, o júri elegeu 394 CDs e 42 DVDs para avaliação. A cerimônia de entrega do Prêmio Tim - que em 2008 homenageia Dominguinhos - vai ser realizada em 28 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ), com show em tributo ao artista.

Concorrendo pela primeira vez ao Prêmio Tim de Música, Paulinho da Viola já pode contar com a vitória na categoria Melhor Canção. São de autoria do compositor as três indicadas (Bela Manhã, Talismã e Vai Dizer ao Vento). O artista disputa ainda os troféus de Melhor Cantor nas categorias Samba e Voto Popular. O Acústico MTV de Paulinho da Viola concorre aos prêmios de Melhor Disco de Samba e de Melhor Arranjador (Cristóvão Bastos). Na categoria dedicada ao samba, há também indicações para Luiz Melodia (provável dono do troféu de Melhor Cantor de Samba), Arlindo Cruz, Elza Soares, Fabiana Cozza e Alcione. Já Jair Rodrigues concorre com disco editado em 2008...

Campeã da edição de 2007, Maria Bethânia aparece na vice-liderança da lista de indicados ao prêmio de 2008, totalizando quatro indicações - marca também alcançada por Siba. O CD Dentro do Mar Tem Rio rendeu a Bethânia indicações aos troféus de Melhor Disco de MPB, Melhor Cantora de MPB e Melhor Cantora na categoria Voto Popular. A artista ainda contabiliza uma indicação na categoria Melhor DVD por Pedrinha de Aruanda / Bethânia Bem de Perto. Já Siba concorre por seu segundo álbum solo, Toda Vez que Eu Dou um Passo o Mundo Muda de Lugar, que lhe rendeu indicações nas categorias Melhor Disco Regional, Melhor Cantor Regional, Melhor Projeto Visual e Melhor Cantor na categoria Voto Popular.
Como de praxe, a lista de indicados inclui indicações discutíveis -embora a relação de 2008 seja das mais coerentes da história do prêmio. A questão mais discutível é a inclusão de Martinho da Vila na categoria Canção Popular. Embora seu CD Da Vila, do Brasil e do Mundo não seja exatamente um disco de samba, Martinho não deveria estar disputando troféus com artistas como Fafá de Belém e Waldick Soriano - estes, sim, mais adequados para a categoria (a rigor, um eufemismo para brega). Já Rodrigo Maranhão foi alojado na categoria Regional por conta de seu primeiro CD, Bordado. Veja a relação completa nos comentários.

5 de maio de 2008

Cure agenda seu 13º álbum para 13 de setembro

O quarteto britânico The Cure agendou o lançamento de seu 13º álbum - ainda sem título - para 13 de setembro. A partir deste mês de maio, o grupo vai lançar quatro singles - um a cada mês, sempre no dia 13. Em 13 de maio, já vai sair o single com The Only One (a outra música é NY Trip). Em 13 de junho, é a vez de Freakshow, o single que vai incluir também All Kind of Stuff. Já os dois últimos singles ainda não foram revelados.

DVD documenta os anos dourados de Marlene

Resenha de CD e DVD
Título: Marlene - A Rainha
e os Artistas do Rádio
Artista: Marlene
Gravadora: Edição
Independente
Cotação: * * * 1/2

Em 1948, ao conseguir um cobiçado contrato com a Rádio Nacional, Marlene iniciou a fase áurea de trajetória multimídia que - a partir de seu ingresso na emissora carioca, espécie de Rede Globo dos anos 40 e 50 - a levou para o disco, a televisão, o cinema e o teatro. A carreira multifacetada da intérprete é o mote do documentário exibido no DVD Marlene - A Rainha e os Artistas do Rádio, feito com o aval de Marlene.
Narrado pelo ator Gracindo Jr., o texto hiperbólico do filme é costurado com imagens de arquivo, entrevistas (há depoimentos inéditos de Marlene e de outros nomes associados à era de ouro do rádio brasileiro) com 16 números musicais captados em 11 de abril de 2007 no palco do auditório da Rádio Nacional, "cenário cheio de magia", como caracteriza o empostado texto dito por Gracindo. Oito destes 16 números foram gravados por Marlene. Com invejável vitalidade para seus presumíveis 83 anos, a intérprete faz saltar sua veia dramática em dois temas de Chico Buarque, Geni e o Zeppelin e O Meu Guri, além de reviver músicas emblemáticas de sua trajetória como cantora. Entre elas, Qui Nem Jiló, E Tome Polca, Lata d'Água e Zé Marmita, samba incluído no filme para exemplificar o sucesso feito pela artista nos antigos Carnavais. Além de pontuarem a narrativa, as inéditas gravações foram reunidas no CD que vem com o DVD. A edição foi produzida por iniciativa da AMAR, a atuante Associação Marlenista do Rio de Janeiro, incansável na divulgação da vida e obra de sua artista.
Embora centrado na figura de Marlene, o documentário também repõe em foco artistas dessa era dourada como as cantoras Carmélia Alves, Ellen de Lima e, claro, Emilinha Borba (1923 - 2005), a eterna rival de Marlene desde que o Guaraná Antarctica - então em fase de lançamento no mercado - comprou os votos que, em 1949, elegeram Marlene a Rainha do Rádio, derrotando a favorita Emilinha. O tom do filme peca pela nostalgia excessiva e pela superficialidade, mas prima por jogar luz sobre vida e obra de uma artista valente, cujo talento extrapolou as fronteiras brasileiras. A convite de Edith Piaf (1915 - 1963), Marlene chegou a fazer temporada no Olympia, em Paris. "Quem me despertou para a dramaticidade foi Edith Piaf", revela Marlene, na entrevista.
"Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia / Tudo passa / Tudo sempre passará". Ouvidos na voz de Marlene, ao fim do documentário, estes versos de Como uma Onda - o bolero havaiano de Lulu Santos e Nelson Motta, lançado por Lulu em 1983 - adquirem sentido mais profundo e fecha com emoção um DVD que documenta com saudade uma época dourada para os cantores do rádio. Em especial para os da lendária Rádio Nacional.

DVD com tributo a Piaf ganha edição brasileira

Em 2004, a diva Edith Piaf (1915 -1963) ganhou homenagem no Festival de Montreux, na Suíça, com show em que seis cantores reviveram músicas do repertório da intérprete francesa, acompanhados por quarteto de jazz liderado pelo pianista francês Baptiste Trotignon. O espetáculo foi perpetuado no DVD A Tribute to Piaf - Live at Montreux 2004 - ora editado no mercado brasileiro pela gravadora ST2. O time de intérpretes inclui a cantora africana Angelique Kidjo (em números como La Foule e Non, Je Ne Regrette Rien), a norte-americana Barbara Morrison (em Autumn Leaves), a alemã Ute Lemper (em músicas como Embrasse-Moi e L'Accordéoniste), o suíço Michael von der Heide (em temas como Mon Dieu) e as francesas Catherine Ringer (em C'est a Hambourg) e Regine (em números como Padan, Padan). No gran finale, todos cantam La Vie en Rose - o maior sucesso da grande dama da canção francesa.

Nine Inch Nails oferece seu novo álbum na rede

O grupo norte-americano Nine Inch Nails liberou para download gratuito seu nono álbum, The Slip, que somente vai estar nas lojas - nos formatos de CD e vinil - a partir de julho. A partir desta segunda-feira, 5 de maio de 2008, é possível baixar gratuitamente as 10 faixas do álbum no site oficial da banda. Ao informar um endereço de e-mail, o ouvinte recebe na sua caixa postal o link para fazer o download e um arquivo em pdf com as letras, a capa e a arte gráfica do CD, que traz músicas como Discipline e Echoplex. Tal iniciativa já é recorrente na carreira do grupo de Trent Reznor.

4 de maio de 2008

CD gospel de Warwick vai (re)converter seus fãs

Resenha de CD
Título: Why We Sing
Artista: Dionne Warwick
Gravadora: Rhino /
Warner Music
Cotação: * * * *

Antes de galgar a parada pop norte-americana a reboque de (deliciosas) canções da dupla Burt Bacharach & Hal David, Dionne Warwick - como muitas cantoras dos EUA - soltava a voz nas igrejas. A ponto de ter formado na adolescência um grupo, The Gospelaires, para cantar a música religiosa norte-americana e dar continuidade à linhagem gospel familiar (sua mãe e tias eram as Drinkard Singers, conjunto de gospel dos anos 50). Why We Sing, o novo álbum de Warwick, é salutar mergulho da cantora em sua herança gospel. A rigor, o álbum nem é novidade na discografia da artista, que, em 1968, no auge do sucesso de suas gravações das músicas de Bacharach e David, entrou em estúdio para gravar The Magic of Believing, seu primeiro disco inteiramente dedicado à gospel music. A voz já não é a mesma de 40 anos atrás, mas ainda brilha. E Why We Sing é capaz de (re)converter fãs da artista, pois é um dos poucos álbuns de Warwick nos últimos 15 anos em que ela não soa como clone de si mesma...
Why We Sing dialoga com o passado gospel de Warwick em várias de suas 12 faixas. Se Jesus Loves me é tema que ela cantava na igreja quando criança, Battle Hymn of the Republic - a primeira imponente faixa de abertura, capaz de converter até anticristãos - é o hino que a cantora já entoou em seu álbum gospel de 1968. Assim como Old Landmarks, faixa que, a exemplo da primeira, ostenta cordas e coro. Aliás, a produção do álbum é das melhores já obtidas por Warwick nos últimos tempos. O coral é arrepiante!!!
De caráter familiar, o disco Why We Sing reúne na faixa-título as vozes de Dionne e de sua irmã Dee Dee Warwick, que integrava com a mana o grupo The Gospelaires. Mas o CD busca também um tom mais contemporâneo nas três composições feitas por BeBe Winans, que faz dueto com Warwick em I'm Going Up, assina a balada The World Needs Jesus e ainda aparece na co-autoria de With All my Heart. Em qualquer tom, Dionne Warwick passa em Why We Sing um belo e genuíno sentimento de fé no que canta.

Menna busca superação com Garrido e Flausino

Ainda em processo de recuperação da parada cardíaca sofrida em decorrência infeliz de operação de lipoaspiração realizada em 2004, o cantor Marcus Menna - projetado como vocalista do grupo LS Jack - retoma sua carreira fonográfica neste mês de maio com o lançamento do álbum É Preciso Saber Viver - Marcus Menna Acústico, editado pela gravadora LGK Music, dirigida por Líber Gadelha, o executivo que apostou no LS Jack. No disco, Menna (no estúdio na foto de Marcos Hermes) busca a superação de sua tragédia pessoal em repertório de regravações registrado com intervenções de Rogério Flausino, Toni Garrido e Wilson Sideral. Flausino participa de O Sol (hit do grupo Jota Quest) e da faixa-título, É Preciso Saber Viver, de autoria de Roberto e Erasmo Carlos, lançada pelo Rei em seu álbum de 1974 e rebobinada pelos Titãs em 1998 no CD acústico Volume Dois. Garrido revive A Estrada, tema de sua própria autoria, gravado pelo grupo Cidade Negra. Já Sideral pôs voz em O Poeta Está Vivo, parceria de Frejat e Dulce Quental gravada pelo grupo Barão Vermelho em seu álbum Na Calada da Noite (1990). O disco traz regravação de Tempos Modernos, hit de Lulu Santos em 1982.

Zizi canta Gonzaguinha no toque de Ferragutti

No oitavo dos 12 shows programados na série Cantos e Contos, apresentada por Zizi Possi às terças-feiras na casa Tom Jazz (SP), a cantora recebeu como convidado o ótimo acordeonista Toninho Ferragutti (com Zizi na foto de Ronaldo Aguiar). Centrado no cancioneiro de Gonzaguinha (1945 - 1991), compositor recorrente na discografia da artista, o roteiro incluiu também músicas de Luiz Gonzaga (1913 - 1989) e de José Miguel Wisnik. "Cada vez que canto Gonzaguinha, a música se revela mais e mais profunda e envolvente. A poesia soma sentidos, cada vez mais abrangentes e pertinentes", relata Zizi em seu blog. Eis o roteiro do oitavo show:

1. Sangrando
2. Explode Coração
3. Viver, Amar, Valeu
4. Se Tudo Pode Acontecer
5. Sem Você
6. Mais Simples
7. Palavras
8. Vozes da Seca
9. Asa Branca
10. Assum Preto
11. Assum Branco
12. Baião de 4 Toques
13. Riacho do Navio
14. Instrumental de Toninho Ferragutti
15. Dois Corações
16. Amor da Minha Vida
17. Sabiá
18. Nem Sol, Nem Lua
19. A Saudade Mata a Gente / Espere por mim, Morena
20. Começaria Tudo Outra Vez
21. O Que É, O Que É

Sapucahy reúne Arlindo, D2 e Leci em seu DVD

Leandro Sapucahy está com seu segundo CD, +1 +Uma, pronto há meses. Mas o cantor exigiu da Warner Music que o disco fosse lançado juntamente com um DVD. Satisfeita a vontade do artista, a gravação do primeiro DVD de Sapucahy foi agendada para a próxima quinta-feira, 8 de maio de 2008, na Fundição Progresso (RJ). No roteiro, que mistura músicas dos dois CDs do cantor, haverá as intervenções de Arlindo Cruz, Leci Brandão, Marcelo D2, MC Marcinho e MC Marechal. A atriz Regina Casé faz parte da produção do DVD pelo qual Sapucahy bateu o pé.