15 de março de 2008

Tim continua único dez anos após sua morte...

Faz exatos dez anos neste sábado, 15 de março de 2008, que Tim Maia saiu de cena. Não fosse pelo fato de já terem vazado recentemente na internet gravações que seriam de um suposto terceiro bom volume do cult disco Racional, o silêncio em torno da data seria quase total. E injusto, pois, uma década após sua morte, Sebastião Rodrigues Maia permanece inimitável, insubstituível, único. É triste que a maioria de seus discos não esteja em catálogo. Sobretudo os dos anos 70, época em que o Síndico traduziu com maestria o soul e o funk norte-americanos para o idioma da música brasileira. A partir da década de 80, o vírus da música brega contaminaria, em parte, a música de Tim, que - vale lembrar - foi o intérprete de Me Dê Motivo (1983), um clássico do cancioneiro dor-de-corno que seria o primeiro dos muitos sucessos da dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas, donatários da parada popular naqueles anos em que a MPB se retraiu face à explosão do rock nacional. Brega à parte, o cantor - que brigou com toda a indústria fonográfica - não tem sua obra tratada por essa indústria com o respeito devido. Por ora, estão previstas somente a reedição do CD Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova (1990), pela Sony BMG, e o lançamento de (mais) uma coletânea inspirada na deliciosa biografia do artista escrita por Nelson Motta (Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, 2006). Já a reedição do Racional Vol. 2 e o lançamento formal do terceiro volume ainda estão incertos. É pouco para um nome de tamanha dimensão na música brasileira. Mas o fato mais relevante é que, dez anos depois daquele triste domingo de 15 de março de 1998, os sucessos do cantor continuam na boca do povo. Todo mundo sabe cantá-los. Esse é o maior retorno que poderia ser dado ao imortal Tim Maia.

DVD perpetua a viagem do Scorpions no tempo

Lançado este mês no Brasil pela major Sony BMG, o DVD Live at Wacken Open Air 2006 - A Night to Remember - A Journey through the Time perpetua o show feito em 2006 pelo grupo alemão Scorpions no festival Wacken Open Air. A viagem através do tempo prometida no subtítulo do DVD se refere ao fato de, no show, o quinteto receber - como seus convidados especiais - antigos integrantes. Eles são o baterista Herman Rarebell e os guitarristas Uli Jon Roth e Michael Schenker. O trio toca em números diferentes, mas se junta em demolidora releitura do Bolero, de Ravel. Completando a viagem no tempo, o Scorpions revive músicas de sua fase inicial, casos de Pictured Life (com Uli) e In Trance (com Uli e Shenker), sem esquecer hits como a balada Still Loving You (também com Uli e Shenker). O roteiro de 26 números inclui sucessos como The Zoo.

'Single' do Maná anuncia o álbum 'Arde el Cielo'

Arde el Cielo é o título do décimo álbum do grupo mexicano Maná. O disco tem sua chegada às lojas agendada para 29 de abril, mas seu primeiro single, Si No te Hubieras Ido, já será lançado de forma oficial pela gravadora Warner Music na segunda-feira, 17 de março. Trata-se do primeiro CD da banda desde Amar És Combatir (2006), que gerou bem-sucedida turnê mundial que já vai ser encerrada em Monterrey, no México, em 8 de maio.

Luis Miguel canta inéditas de Manuel Alejandro

Tradicional ídolo do sempre disputado mercado fonográfico latino formado pelos países de língua espanhola, o cantor mexicano Luis Miguel lança em maio, pela Warner Music, álbum de músicas inéditas compostas pelo maestro Manuel Alejandro. O primeiro single do disco é a balada Si Tú te Atreves, que chega às rádios em 7 de abril. No Brasil, por conta da barreira da língua, o cantor nunca conseguiu reeditar a projeção que obteve no valorizado mercado hispânico.

14 de março de 2008

Salmaso grava DVD em Sampa com Pau Brasil

Mônica Salmaso e o grupo Pau Brasil vão fazer no sábado, 15 de março de 2008, a gravação ao vivo do show Noites de Gala, Samba na Rua para posterior edição em DVD - o primeiro da cantora. O registro acontece durante a minitemporada do show no Teatro FECAP, em São Paulo (SP). Quem vai pilotar a filmagem é a produtora carioca Cineviola. O show Noites de Gala, Samba na Rua tem roteiro estruturado em torno do repertório do CD em que Salmaso (com o grupo na foto de Dani Gurgel) revisita a obra de Chico Buarque na companhia do Pau Brasil. A gravadora Biscoito Fino edita o DVD ainda este ano - possivelmente em julho.

Alanis recorda Gandhi em CD que sai em maio

Primeiro disco de músicas inéditas de Alanis Morissette em quatro anos, Flavors of Entanglement teve o seu lançamento confirmado pela gravadora Warner Music para 20 de maio. O primeiro single - Underneath, que reflete sobre um pensamento de Mahatma Gandhi ("Você tem que ser a mudança que quer ver no mundo") - chega às rádios dos Estados Unidos em 25 de março. Produzido por Guy Sigsworth, este sétimo álbum de estúdio da artista traz músicas como Versions of Violence, Citizen of the Planet (faixa que mistura cordas, percussão oriental e beats eletrônicos), Torch, Moratorium, Not As We, Tapes, In Praise of the Vulnerable Man, Incomplete e Giggling Again for Not Good Reason. "Este álbum me ajudou a atravessar momentos frágeis. Cada música foi como um barco", filosofa Alanis no texto enviado pela Warner Music para promover Flavors of Entanglement.

Acústico de Venegas sai em junho com Marisa

Artista já conhecida e respeitada no cenário internacional, Marisa Monte gravou participação no CD e DVD MTV Unplugged que a cantora mexicana Julieta Venegas vai lançar em junho. A gravação aconteceu em 6 de março, no estúdio Churubusco, no México. A intervenção de Marisa aconteceu na inédita canção Ilusión, apresentada em dueto bilingüe - em português e em espanhol - pelas cantoras. Já o compositor argentino Gustavo Santaolalla tocou banjo em outra música inédita, Algún Día. As outras novidades do repertório foram Mira la Vida e El Presente. A foto de Victor Chavez, da WireImage, capta o dueto das artistas.

Marina Machado lança disco por selo de Milton

Cantora projetada nacionalmente ao participar da turnê Pietá, em que dividiu o palco com Milton Nascimento, a mineira Marina Machado lança seu terceiro disco solo, Tempo Quente, pelo selo do padrinho, Nascimento Música, criado em 2001. Além de fazer dueto com sua afilhada em Discovery (Lula Queiroga), Milton aparece na ficha técnica como compositor das músicas Lília e Unencounter - regravadas por Marina (acima em foto de Bruno Magalhães). No eclético repertório filtrado por um tom de neo-bossa, a cantora enfileira A Paraíba Não É Chicago (Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle, Laudir de Oliveira e Ware Cetera), Assim (Moreno Veloso), Candura (Max de Castro), Disco Voador (Affonsinho, também autor de Vagalume), Simplesmente (Samuel Rosa e Chico Amaral) e Seu Olhar (Seu Jorge). Ex-vizinho de Marina, Samuel Rosa pôs voz em Grilos, lado B da dupla Roberto e Erasmo Carlos. Completando a turma de convidados, Seu Jorge engrossou os vocais de Otimismo (Célio José e Marisa dos Santos).

13 de março de 2008

Ney lança registro de estúdio de Inclassificáveis

Com bela capa em que posa com o figurino brilhante do show Inclassificáveis, que estreou em setembro em Juiz de Fora (MG) e continua em turnê nacional, Ney Matogrosso lança no fim de março via EMI Music o registro de estúdio do espetáculo. Enquanto preparava o DVD, gravado ao vivo, o cantor optou por fazer o CD em estúdio com 16 músicas extraídas do roteiro do show. A faixa eleita para promover o disco foi Veja Bem, meu Bem - o cover da seara do grupo Los Hermanos. Eis o repertório do CD:

1. O Tempo Não Pára (Cazuza e Arnaldo Brandão)
2. Mal Necessário (Mauro Kwitko)
3. Leve (Iará Rennó e Alice Ruiz)
4. Fraterno (Pedro Luís)
5. Ouça-me (Itamar Assumpção e Alice Ruiz)
6. Um Pouco de Calor (Dan Nakagawa)
7. Mente, Mente (Robinson Borba)
8. Lema (Carlos Rennó e Lokua Kanza)
9. Sea (Jorge Drexler)
10. Por que a Gente É Assim? (Cazuza, Ezequiel Neves e Frejat)
11. Existem Coisas na Vida (Alzira E e Itamar Assumpção)
12. Ode aos Ratos (Chico Buarque e Edu Lobo)
13. Inclassificáveis (Arnaldo Antunes)
14. Veja Bem, meu Bem (Marcelo Camelo)
15. Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
16. Coragem, Coração (Cláudio Monjope e Carlos Rennó)

Força percussiva da Timbalada é diluída ao vivo

Resenha de CD/DVD
Título: Ao Vivo
Artista: Timbalada
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2

Em 1998, a Timbalada lançou incendiário registro ao vivo, Vamos Dar a Volta no Guetho, que agregou estrelas como Caetano Veloso, Marisa Monte e Ivete Sangalo (ótima). Contudo, não havia na época a febre do DVD que assola o mercado fonográfico e a explosiva gravação foi editada somente em CD. Dez anos depois, o grupo criado por Carlinhos Brown em 1990 chega, enfim, ao DVD. O show captado para o vídeo foi feito pela Timbalada ao ar livre em 18 de agosto de 2007, não na Bahia, terra natal do grupo, mas em São Luís do Maranhão, a Jamaica brasileira. Aliás, o fraco reggae Regando-te é uma das novidades da mediana gravação, editada simultaneamente em CD e em DVD.

A força percussiva dos timbaus - marca registrada da Timbalada - está no palco, mas foi captada em segundo plano. As atenções das câmeras estão mais voltadas para o vocalista Denny Lima, que comanda o show como se estivesse em cima de um trio elétrico. Não está, mas é como se estivesse mesmo. A massa canta a plenos pulmões músicas como Minha História e Mimar Você. Em Faraó, os metais se impõem no arranjo. É fato que o repertório da Timbalada está acima da média rasa do cancioneiro de estrelas do axé como Cláudia Leitte e Ivete Sangalo. Mas é fato também que essa superioridade não transparece neste registro ao vivo. Mesmo quando o mentor Carlinhos Brown dá o ar da graça em Ashansu. Fica difícil dar a voltar no gueto... A Timbalada pode fazer melhor.

Trilha de Beleza Pura inclui Cañas, Céu e Frejat

Com direito à música inédita de Roberto Frejat, Dois Lados, composta e também gravada pelo Barão para ser o tema da personagem Norma (Carolina Ferraz), o disco com a trilha sonora nacional da novela Beleza Pura chega às lojas ainda neste mês de março pela gravadora global Som Livre. O CD vai oficializar a estréia da cantora Ana Cañas em trilhas de novela. Eis as 15 faixas do disco:

1. Dois Lados - Frejat
2. Beleza Pura - Skank
3. Independente (Ladies Night) - Wanessa Camargo
4. Vem pra Ficar - Mônica Besser
5. Madrugada - João Estrella
6. Veja Bem, meu Bem - Ney Matogrosso
7. Me Deixa em Paz - Teresa Cristina e Seu Jorge
8. Tu Sais Je Vais T'Aimer (Eu Sei que Vou te Amar) - Márcio Faraco e Nana Caymmi
9. Coisas do Coração - José Augusto
10. Acontece - Jane Duboc
11. Coração Vagabundo - Ana Cañas
12. Malemolência - Céu
13. Pé de Nabo - Palavra Cantada com Sandra Peres
14. Argumento - Paulinho da Viola
15. Esnoba - Moinho

MZA edita em abril primeira série de coletâneas

Desprezadas pelos críticos, mas sempre com boa saída nas lojas, as séries de coletâneas econômicas resistem ao vírus da pirataria. Em abril, chega às lojas a Vip Collection - a primeira série no gênero da gravadora carioca MZA Music, que atua já há 12 anos no mercado fonográfico. A coleção reúne compilações de Bebeto, Belchior, Chico César, Martinho da Vila, Renata Arruda, Rita Ribeiro e Zeca Baleiro, entre outros nomes que integram ou já integraram o elenco da MZA. A exceção é Jorge Aragão, que nunca foi artista da gravadora de Marco Mazzola, mas que terá uma coletânea incluída pela companhia na série Vip Collection.

12 de março de 2008

Bossa de Milton com Jobim Trio é, de fato, nova

Resenha de CD
Título: Novas Bossas
Artista: Milton
Nascimento e Jobim Trio Selo: Nascimento Música
Cotação: * * *


Ao fechar em 1970 seu disco Milton com regravação de A Felicidade, parceria de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Milton Nascimento sinalizou que haveria bossa nova no som já imaginado por ele para o que viria a ser o Clube da Esquina. Quase 40 anos depois, o trem mineiro volta a cruzar o trilho carioca de Jobim em disco idealizado em tributo aos 50 anos da Bossa Nova e gravado com o Jobim Trio, formado pelo baterista Paulo Braga e pelos filho (Paulo) e neto (Daniel) de Jobim. Novas Bossas chega às lojas nos próximos dias com uma bossa que é, de fato, nova. Nada é como antes na reunião de Milton com o trio para reviver músicas como Caminhos Cruzados, Inútil Paisagem e Brigas Nunca Mais. Entre as novidades, há Dias Azuis, interessante tema de Daniel Jobim que já tinha sido gravado pelo guitarrista de jazz Lee Ritenour no álbum Smoke 'n' Mirrors, editado em 2006 no exterior com a participação do próprio Daniel Jobim na gravação.

Oito músicas de Jobim ganham novas harmonias em disco de impecável teia instrumental. Inclusive um samba obscuro do maestro soberano, Velho Riacho (Para Não Sofrer). A simulação do barulho de um trem no arranjo de Chega de Saudade é exemplo do alto teor de novidade harmônica do álbum. O que tira parte do brilho do encontro de Milton com o Jobim Trio é a voz do cantor. Já há alguns anos Milton perdeu aquela força vocal que o tornava um dos maiores cantores do mundo por conta do desgaste natural do tempo (ele está com 65 anos) e por conta da luta cotidiana contra a diabetes. Até há nos falsetes da bela versão de O Vento - lembrança do pré-Bossa Novista Dorival Caymmi, louvado por Jobim e por João Gilberto desde as primeiras bossas - um leve resquício do Milton de tempos de maior fartura vocal. Mas a infeliz idéia de Milton de remexer na própria obra - ele regrava Tudo que Você Podia Ser, Cais e Tarde - apenas contribui para acentuar a sensação de que, no que diz respeito à parte vocal, o reencontro de Milton com a bossa de Jobim teria sido mais apoteótico anos atrás. Com toda sua criativa cama instrumental, Novas Bossas não soa tão revigorante na discografia de Milton Nascimento como Pietá (2002). Mas já tem lugar de destaque no balanço fonográfico de 2008 por redirecionar a mineira maria fumaça para os trilhos cariocas. Mesmo que o apito já seja fraco...

Leo volta ao disco com 'Interlúdio' após 13 anos

Interlúdio é o título do álbum que marca a volta de Leo Jaime ao disco após 13 anos de ausência (o último álbum do artista, Todo Amor, saiu em 1995). Gravado nos estúdios da Som Livre, em Botafogo (RJ), o CD terá na ficha técnica nomes como Alvin L., Leandro Verdeal (do grupo João Penca) e Leoni. Com exceção de Fotografia, parceria de Leo com Leoni já gravada por Leoni, o repertório é todo inédito e inclui músicas como Tudo, Pelo Rio, Nos Arredores do Amor e Se Ela Soubesse o que Quer. O CD Interlúdio também marca o retorno de Leo ao Rio de Janeiro (o cantor goiano viveu os últimos sete anos em São Paulo). O lançamento está previsto para abril ou maio. Na foto de Ana Luiza Sobreira, Leo Jaime posa no estúdio de gravação do esperado CD.

Zizi recebe Alcione para cantar Bosco e Nelson

Primeira artista a receber (bem) a então estreante Zizi Possi, na ocasião em que Zizi foi assinar seu contrato inicial com a gravadora Philips (hoje incorporada ao grupo denominado Universal Music), Alcione foi - por esse motivo - a convidada especial do primeiro dos 12 shows feitos por Zizi na série Cantos e Contos. Com a Marrom (clicada por Ronaldo Aguiar ao lado de Zizi), a anfitriã cantou sambas de Noel Rosa (Com que Roupa?), Nelson Cavaquinho (Juízo Final), de João Bosco & Aldir Blanc (Incompatibilidade de Gênios) e de Wilson Moreira & Nei Lopes (Gostoso Veneno), entre outras músicas como Madalena e Tanta Saudade. Este é o roteiro do show que reuniu Alcione e Zizi Possi na noite de 11 de março de 2008, na casa Tom Jazz, em São Paulo:

1. O Que É o Que É - Zizi Possi
2. Ar Puro - Zizi Possi
3. Porta-Estandarte - Zizi Possi
4. Mais Simples - Zizi Possi
5. Viver, Amar, Valeu - Zizi Possi
6. Lamentos - Zizi Possi
7. Escurinha - Zizi Possi
8. Resumo - Alcione
9. Seu Rio meu Mar - Alcione e Zizi Possi
10. Circo sem Lona - Alcione
11. Rebento - Zizi Possi
12. Gostoso Veneno - Alcione e Zizi Possi
13. Tanta Saudade - Alcione e Zizi Possi
14. Com que Roupa? - Alcione e Zizi Possi
15. Planos de Papel - Alcione
16. Sufoco / Linda Flor - Zizi Possi
17. Grande Grande Grande - Alcione e Zizi Possi
18. Incompatibilidade de Gênios - Alcione e Zizi Possi
19. Maria da Penha - Alcione
20. Juízo Final - Alcione e Zizi Possi
21. Não Deixe o Samba Morrer - Alcione e Zizi Possi
Bis:
22. Madalena - Alcione e Zizi Possi

Kenny, Pausini e Brightman no DVD de Bocelli

Em 5 de julho de 2007, o tenor italiano Andrea Bocelli voltou à terra natal e fez um concerto na Toscana que foi gravado em alta definição para edição em DVD. Vivere - Live in Tuscany aporta no mercado brasileiro neste mês de março de 2008 via gravadora Universal Music. No roteiro de 18 números, Bocelli recebe convidados como Kenny G (que sopra seu sax melódico em A Te), Heather Headley (em Vivo per Lei e em The Prayer), Sarah Brightman (em Canto Della Terra e em Time to Say Goodbye - a versão em inglês de Con te Partiró) e Laura Pausini, convidada de Dare to Live (Vivere). Nos extras, há imagens de bastidores do espetáculo e um (breve) documentário sobre a magia de Toscana.

11 de março de 2008

Zizi inicia série de shows que origina CD e DVD

Zizi Possi inicia nesta terça-feira, 11 de março, uma série de 12 shows na casa paulista Tom Jazz em comemoração aos seus 30 anos de bela carreira, iniciada de forma oficial em 1978 com o dueto feito com Chico Buarque em Pedaço de mim para o disco que o compositor lançou naquele ano. A idéia de Zizi (à direita em foto de Mila Maluhy) é editar CD e DVD com os melhores momentos dessa série de shows que serão apresentados sempre às terças-feiras - cada sessão com um convidado diferente. O primeiro espetáculo conta com a participação de Alcione. No time de convidados dos próximos shows, há Alceu Valença, Ana Carolina, Bibi Ferreira, Edu Lobo, Eduardo Dussek e Luiza Possi, filha de Zizi. José Possi Neto dirige o projeto - intitulado Cantos e Contos e em cartaz até 27 de maio.

Duo Assad insere Jobim em atmosfera erudita

Tema pouco conhecido de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), Jardim Abandonado é a música que dá título ao disco do duo de violonistas Sérgio & Odair Assad que chega ao mercado brasileiro dentro de um pacote de dez títulos clássicos editados neste mês de março pela Warner Music (os discos são vendidos separadamente). Entre temas de Claude Debussy (1862 - 1918) e de George Gershwin (1898 - 1937), o duo insere mais três músicas de Jobim - as também pouco conhecidas Trem para Codisburgo, Chora Coração e Milagres e Palhaços - numa atmosfera erudita que sempre foi ambicionada e perseguida pelo maestro soberano.

30 Seconds to Mars grava com Pitty para Brasil

A banda norte-americana 30 Seconds to Mars fez com Pitty (em foto de Carol Bitttencourt) uma gravação dirigida especialmente ao mercado brasileiro. Trata-se de uma versão acústica - com direito a arranjo de cordas - da música The Kill, o single do álbum A Beautiful Lie. Pitty canta em dueto com o vocalista e líder do grupo de indie rock, Jared Leto. A idéia da gravadora EMI Music é vender a gravação em formato digital e, na seqüência, inserir a faixa como bônus das próximas tiragens nacionais do CD do 30 Seconds to Mars. O registro acústico chega às rádios esta semana.

Danger Mouse vai produzir novo álbum de Beck

O camaleão Beck já começou a trabalhar em seu próximo álbum. A novidade é que o artista recrutou Danger Mouse para produzir o disco que vai suceder The Information (2006). Para quem não liga o nome ao som, Danger Mouse forma com o cantor Cee-lo a dupla Gnarls Barkley, que, aliás, lança em 8 de abril seu (esperado) segundo álbum, intitulado The Odd Couple.

10 de março de 2008

Goldfrapp volta interiorizado em etéreo tom folk

Resenha de CD
Título: Seventh Tree
Artista: Goldfrapp
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Os clubbers que sacolejaram aos som dos electro beats de Black Cherry (2003) vão estranhar este quarto álbum do Goldfrapp. Assim como os ouvintes que curtiram a atmosfera roqueira de Supernature (2005). Seventh Tree recupera a instrospecção de Felt Moutain (2000), mas num clima folk que soa como novidade no som da dupla formada por Alison Goldfrapp e Will Gregory. O fato é que o álbum é estranhamente bonito - beleza que salta aos ouvidos logo na primeira das dez músicas, Clowns. A sonoridade do disco é tão etérea que evoca a música de outra dupla, a francesa Air. É tudo muito delicado. Uma ou outra faixa, como Caravan Girl, até tem beat mais acelerado, mas, no todo, o Goldfrapp parece em outra onda. Seventh Tree é mais indicado para servir de trilha para lounges do que para bombar nas pistas.

'X' sedimenta a vitória pessoal de Kylie Minogue

Resenha de CD
Título: X
Artista: Kylie
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Difícil não ouvir Like a Drug, faixa deste décimo disco de Kylie Minogue, e não pensar na artista australiana como uma subMadonna. Mas X representa uma volta por cima de Kylie - agora sem o Minogue no nome artístico. Tanto na música como na vida. Kylie lutou e venceu contra um câncer de mama. X assinala um retorno vitorioso da cantora à cena inclusive por conta dessa batalha pessoal. Mas trata-se também de um disco superior ao fraco Body Language, o último álbum de inéditas de Kylie, editado em 2003. Em essência, ela continua fazendo música para as pistas eletrônicas. E basta ouvir faixas como Speakerphone para perceber que X não se desvincula delas, as pistas, ainda que seu som pop dance flerte com rock, o r & b e a disco music. Mas há no CD uma energia que havia se dissipado nos últimos álbuns da artista. E também alguns hits em potencial - caso de In my Arms, tema de pegada melódica. 2 Hearts, o primeiro single, combina beats de electro com uma ambiência roqueira e já pegou nas tais pistas, sedimentando a justa vitória de Kylie na música e na vida...

Cantores nem sempre são bons compositores...

Em simpósio promovido pela revista americana Billboard sobre questões empresariais relativas à indústria da música, Clive Davis - importante executivo que, no comando da Arista Records, descobriu cantores como Whitney Houston - alertou para o fato de que intérpretes devem se concentrar na arte do canto ("o que sabem fazer de melhor", de acordo com Davis) em vez de buscarem se firmar como compositores. Davis tem toda a razão. Cantores não são necessariamente bons compositores. Exemplo brasileiro recente da questão abordada pelo executivo - hoje no grupo Sony BMG - é o primeiro CD da paulista Ana Cañas (foto), Amor e Caos. O álbum frusta as expectativas de quem já viu Cañas ao vivo e conhece sua força como intérprete. Mas ela decidiu apostar em repertório majoritariamente autoral sem ligar para o fato de que suas músicas não são tão boas quanto sua voz. Ainda menos conhecida do que Cañas, que já adquiriu aura cult na noite paulistana, a mineira Gláucia Nasser também comete o mesmo erro em seu terceiro disco, A Vida num Segundo. Cantoras como Mariana Aydar e Roberta Sá tiveram mais humildade e salpicaram uma ou outra música autoral em seus repertórios. Estão certas. Afinal, nem todo mundo é - como Milton Nascimento, para citar um exemplo na ala masculina - dotado de um talento excepcional de compositor e de uma voz igualmente especial. A ponderação de Clive Davis deve ser levada em conta. Inclusive por todos os compositores que se acham bons cantores.

Salmaso brilha em CD que remói a velha bossa

Resenha de CD
Título: Um Cantinho, um Violão e Bossa Nova
Artista: Vários
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *

Com título inspirado em verso lapidar de Corcovado, o CD Um Cantinho, um Violão e Bossa Nova tem um subtítulo, Gravações Inéditas, que tenta dar um ar de novidade que, a rigor, não existe neste CD produzido por José Milton e editado pela Som Livre na carona das comemorações dos 50 anos da Bossa Nova. Desde que João Gilberto apresentou sua batida diferente num disco de 78 rotações por minutos lançado em agosto de 1958, muita música foi gravada com o rótulo de bossa nova sem ter a leveza e a própria batida do gênero. Não é diferente neste disco que junta intérpretes e violonistas em nome de um intimismo que nem sempre é bossa-novista. É o caso da faixa de maior beleza do disco. Na companhia do violão de Dori Caymmi, Mônica Salmaso oferece interpretação arrebatadora de Primavera - um dos melhores registros desta obra-prima de Carlos Lyra -num clima mais camerístico do que propriamente bossa-novista. Na mesma linha, Nana Caymmi, intérprete intensa por natureza, se destaca ao cantar Insensatez com o violão soberbo de Hélio Delmiro. E o casal Francis e Olivia Hime se harmonizam no dueto de Sem Mais Adeus gravado com o bom violonista Marco Pereira.
Rótulos à parte, há gravações inusitadas. O violão original de Guinga guia Leila Pinheiro pelos mares já desbravados de O Barquinho. Ao lado de Roberto Menescal, Emílio Santiago reedita seu padrão de afinação em parceria desconhecida de Menescal com Lula Freire, Amanhecendo. Já Daniel Jobim, neto de Tom, evoca sem esforço o canto personalíssimo do avô ao reviver Ela É Carioca acompanhado pelo violão de Ricardo Silveira. Enquanto Yamandu Costa põe a habitual energia nas cordas de seu violão ao tocar medley que une O Astronauta e Deve Ser Amor. Joyce nada inventa: canta Discussão tão bem, se acompanhando ao violão, que a faixa se impõe. O encontro de Danilo Caymmi com o grupo Os Cariocas em Chega de Saudade - faixa que agrega o violonista Eloy Vicente - também escapa de cair na vala comum em que derrapam, por exemplo, Carlos Lyra (Se É Tarde, me Perdoa - com sua filha Kay Lyra e o violão de Maurício Maestro) e Marcos Valle com trivial regravação de Samba de Verão (Valle apresenta seu hit nos shows com bossa mais nova). Enfim, são outros violões, às vezes outros intérpretes, mas o cantinho... Este ainda é o mesmo...
P.S.: É indesculpável a Som Livre ter deixado o CD chegar às lojas com capa em que o nome de Leila Pinheiro aparece grafado como Leila 'Pinhero'. O que revela total desleixo com a edição do disco.

9 de março de 2008

Moinho ergue a ponte entre Lapa e Pelourinho

Resenha de CD
Título: Hoje de Noite
Artista: Moinho
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

"Eu sou o Rio / E você é a Bahia / Eu sou a Lapa / E você o Pelourinho", diferencia a ex-vocalista da Banda Eva, Emanuelle Araújo, ao cantar O Vento e o Moinho, música de Moraes Moreira que integra o primeiro CD do trio carioca Moinho, formado por Emanuelle, a percussionista Lan Lan e o guitarrista Toni Costa. Os versos de Moraes traduzem o espírito deste disco que ergue boa ponte entre o suingue da Lapa - boêmio bairro carioca, berço da revitalização do samba entre o público jovem - e o balanço do som pop baiano que faz ferver o Pelourinho, cenário das tradições da antiga Bahia.

O Moinho (agora sem o 'Da Bahia' no nome) deixa boa impressão em sua estréia fonográfica. Esnoba, a música de Márcio Mello eleita para puxar o disco, é uma delícia. Às vezes, o balanço pende mais para a Bahia, como em Baleia da Sé (Riachão), mas há equilíbrio nesta travessia Rio-Bahia feita na companhia de Nando Reis (autor e convidado da suingante faixa-título) e Ana Carolina (parceira de Chacal na ótima Doida de Varrer, de tonalidade suave). Hoje de Noite, o disco, confunde os rótulos de samba e axé com as guitarras roqueiras inseridas por Toni Costa no meio de É Fim de Semana, parceria de Toni e Lan Lan que celebra a folia carioca de ritmos. Pena que haja uma ou outra música menos inspirada no disco. Pena também que o trio derrape ao tentar remexer no suingue de Saudade da Bahia sem levar em conta que a obra perfeita de Dorival Caymmi é pouco resistente a recriações. Xangô - colaboração de Mart'nália com Lan Lan e Toni - redime no fim qualquer eventual tropeço nessa travessia pop ao realçar a raiz africana que sustenta tanto a música da Lapa quanto a do Pelourinho. No geral, o Moinho sopra bons ventos na cena nativa.

Show de Dylan no Rio reacende aura mitológica

Resenha de show
Título: Never Ending Tour
Artista: Bob Dylan (em foto de divulgação de Marcos Hermes)
Local: Arena Rio (RJ)
Data: 8 de março de 2008
Cotação: * * * *

Depois de alguns longos minutos de espera por um bis, Bob Dylan reapareceu no palco da gigante Arena Rio, cantou Thunder on the Mountain, dirigiu algumas poucas palavras à platéia ao apresentar a afiada banda e atacou com turbinadíssima versão de Blowin' in the Wind. Nem todos reconheceram de imediato o maior clássico da fase folk do trovador - tal o grau de distanciamento em relação ao célebre registro original de 1963 - mas o número foi um fecho de ouro para a apresentação carioca da Never Ending Tour. Em sua quarta visita ao Brasil, Dylan fez show azeitado que reacendeu a aura mitológica em torno de sua figura tão emblemática quanto contraditória. E cantou Blowin' in the Wind, o standard que ficara ausente da primeira das duas sessões paulistas da turnê sem fim.

Era 21h40m - dez minutos depois da hora marcada para o show - quando, ao entrar no palco para cantar Rainy Day Women # 12 & 35, Dylan foi recebido com aplausos entusiásticos pela platéia que não lotou a Arena Rio. Não era uma platéia de senhores saudosos. Havia muitos jovens encantados de poder ouvir e ver ao vivo um dos maiores pensadores da música americana. Na seqüência, It Ain't me Babe, de 1964, sinalizou que - por melhores que sejam os últimos discos de Dylan, e os três últimos são excelentes - o bardo jamais pode se dissociar do repertório que criou na década de 60.

No terceiro número, I'll Be your Baby, Tonight, tal encantamento inicial de estar no mesmo ambiente que o homem já tinha passado e foi possível perceber como a voz de Dylan soa fanhosa e mastiga um inglês de pronúncia, por vezes, trincada. Contudo, nada disso pareceu importar. Era o mito que estava ali e que, com a sua aura reacendida, foi enfileirando rocks, baladas e blues. Se o manifesto antiguerra Masters of War foi momento forte, o primeiro grande momento veio com Spirit on the Water - anunciada pela gaita de Dylan. Na seqüência, versão matadora de Things Have Changed manteve o pique que caiu vez por outra em alguns números mais lentos. Embora a balada When the Deal Goes Down, destaque do majestoso álbum Modern Times (2006), tenha elevado as doses de encantamento da platéia. Que não se conteve e aplaudiu de pé Highway 61 Revisited, o magistral blues roqueiro do início da fase elétrica de Dylan. O rockabilly Summer Days agitou o público e o preparou para o grande final com Like a Rolling Stone. A platéia já estava toda de pé, lutando por um lugar à beira do palco para ver de perto o ídolo que saiu de cena com a aura mitológica com que entrou no palco carioca. E o mito já é tão grande quanto a música.

Akon e will ajudam Whitney a retornar ao disco

Amparada por rappers como Akon e will.i.am, a sumida Whitney Houston prepara seu retorno ao disco. O primeiro álbum de inéditas da cantora em seis anos deverá chegar ao mercado em meados de 2008. Akon e will integram o time de produtores e compositores do disco. De acordo com recente declaração de Clive Davis em um simpósio promovido pela revista americana Billboard, quatro faixas já foram finalizadas e outras quatro deverão ser concluídas neste mês de março. A dúvida dos fãs é se a luta contra as drogas - travada por Whitney nos últimos anos - teria afetado seu vozeirão.

Série de CDs revive música da era de D. João VI

A série de três CDs A Música na Corte de D. João VI vai reviver os sons da era imperial - 200 anos depois da chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. Dirigida pelo maestro Edino Krieger e coordenada por André Cardoso, a coleção chega às lojas este mês numa parceria da gravadora Biscoito Fino com a Zucca Produções. Dois dos três títulos - Modinhas Cariocas e Padre José Maurício Nunes Garcia - Te Deum & Requiem (capa à direita) - já foram gravados em dezembro, no Rio de Janeiro. O terceiro álbum, Padre José Maurício Nunes Garcia - Missa de Nossa Senhora da Conceição, foi gravado de 3 a 7 de março, na Sala Cecília Meirelles (RJ), com a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Roberto Minczuk. Este CD vai chegar às lojas ainda neste primeiro semestre de 2008.