15 de setembro de 2007

Seu Jorge retorna ao disco com 'America Brasil'

Com a participação de músicos como o guitarrista Max Viana e o tecladista Philippe Baden Powell, o terceiro álbum de inéditas de Seu Jorge, America Brasil - O Disco, apresenta onze músicas da lavra do compositor. Burguesinha, Só no Chat, Voz da Massa, Mina do Condomínio e Trabalhador são algumas faixas do álbum.

Fabiana Cozza chega ao segundo CD com Ivone

Ótima cantora de samba, cultuada mais em São Paulo (SP) e ainda sem merecida projeção nacional, Fabiana Cozza lança este mês o seu segundo CD, Quando o Céu Clarear - editado pela gravadora Eldorado. O compositor baiano Roque Ferreira assina a faixa-título. Com 15 músicas, de autoria de bambas como Jorge Aragão, João Bosco e Nei Lopes, o álbum conta com a adesão de Ivone Lara em Doces Recordações, samba de Ivone e Délcio Carvalho. O Quinteto em Branco e Preto participa de Novo Viver, um samba de seus integrantes Magno de Souza e Maurílio Oliveira. Fabiana Cozza também grava Nelson Sargento. O repertório inclui Canto de Ossanha, Incensa, Xangô te Xinga, Ponto de Nanã, Tendência, Nação e Agradecer e Abraçar. Ouça!!

Som Livre mostra ao Brasil o 'sonho' de Brown

Quinto disco solo da carreira de Carlinhos Brown, gravado para a Espanha e editado no exterior no primeiro semestre do ano, A Gente Ainda Não Sonhou ganhará edição nacional da Som Livre ainda neste mês de setembro. O repertório é autoral e apresenta 11 músicas. Lançada pelo grupo Timbalada, a bela Pedindo pra Voltar tem sido cantada em shows por Marisa Monte. Eis as 11 faixas do disco:

1. Goodbye Hello
2. Marina dos Mares
3. Pedindo pra Voltar
4. Te Amo, Família
5. Everybody Gente
6. Aos teus Olhos
7. Loved You Right Away
8. Garoa
9. Guaraná Café
10. Aroma da Vida
11. Mande um E-mail para mim

Ira! comunica que continua sem a voz de Nasi

Em comunicado oficial, o grupo Ira! anunciou que vai prosseguir suas atividades sem o vocalista Nasi, que já dissera estar saindo da banda de SP em declaração ora desmentida e ora confirmada pelo próprio Nasi. No tal comunicado, André Jung, Edgard Scandurra e Ricardo Gaspa garantem a continuidade da turnê do CD Invisível DJ, mas não esclarecem se o recesso previsto para 2008 vai - de fato - acontecer. Eis a íntegra da nota expedida pelo (agora) trio:

"Em virtude das dúvidas e incertezas suscitadas pelas seguidas declarações, documentadas na mídia impressa e eletrônica, nas quais o cantor Marcos Valadão, também conhecido como Nasi anuncia seu desligamento do grupo, nós - Ricardo Gaspa, contrabaixista, André Jung, baterista e Edgard Scandurra, guitarrista - declaramos que:
Em respeito aos nossos milhares de fãs, aos nossos familiares, ao nosso agente, à nossa gravadora, à nossa equipe técnica e a seus familiares, o Ira! vai continuar.
Cumpriremos todos os compromissos profissionais anteriormente assumidos, continuaremos a bem-sucedida turnê do álbum Invísivel DJ, obra que muito nos orgulha e que se encontra no início de sua divulgação.
A tristeza e a dor que esse momento provoca nos faz mais fortes e aguerridos.
Com quase 26 anos de estrada, sabemos que a garantia da continuidade do grupo sempre residiu na conduta democrática que, independentemente da circunstancial popularidade, ou do papel desempenhado, garantiu direitos, deveres e receitas iguais para todos os membros.
A vontade da maioria sempre prevaleceu sobre interesses individuais.
Ficar ou sair é uma decisão de foro íntimo, mas é uma decisão absolutamente individual, a continuação do grupo é uma decisão coletiva.
Em diversos momentos na nossa história tivemos que nos apresentar em shows sem que um integrante estivesse, por um motivo ou outro, presente.
Em nenhum dos shows citados, o público deixou de comparecer ou se entusiasmar com a força do repertório, ou a performance dos que se apresentaram então.
Essa é a certeza que temos de que nossa continuação será plena de energia criativa e que novas belas páginas serão escritas na obra do Ira!
Quanto aos problemas pessoais pelos quais está passando Nasi, estamos certos que, com a ajuda de seus familiares, ele os superará..
Repetindo a máxima do nosso métier, o show tem que continuar.
Paz, amor e Ira!" Grupo Ira!

14 de setembro de 2007

'Ensaio' encerra contrato de Teresa com a Deck

Teresa Cristina, que já estréia este mês na EMI Music com o álbum Delicada, encerra seu contrato com a Deckdisc com a edição em DVD da entrevista que deu ao programa Ensaio - em 2002 - ao lado do Grupo Semente. Entre os números musicais, há Você Chorou (de Brancura, obscuro compositor do Estácio), Dora (de Aniceto do Império), Adeus Mangueira (de Zé Espinguela), Com Lealdade (do portelense Alberto Lonato) e Falsas Juras (da dupla Candeia e Casquinha). Entre relíquias de Cartola (Chega de Demanda e Vai Amigo) e Nelson Cavaquinho (Juízo Final), Teresa apresenta ainda o Samba do Pescador, composto por sua mãe, Hilda Macedo. Dez!

Falta diversidade no bom samba de Maria Rita

Resenha de CD
Título: Samba Meu
Artista: Maria Rita
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

"Meu samba é de bossa e não de grito", já avisa Maria Rita em verso da faixa-título de seu terceiro CD, Samba Meu, nas lojas a partir desta sexta-feira, 14 de setembro, com tiragem inicial de 125 mil cópias. Ao abrir o disco com este samba do carioca Rodrigo Bittencourt, a cantora já revela sua carta de intenções neste trabalho salutar produzido por Leandro Sapucahy. Maria Rita tem bossa mesmo. Muita. A ponto de transformar um samba mediano como Num Corpo Só (lançado pelo grupo de pagode Samba Tri) num sambão quebrado à moda de Djavan. Mas o fato é que o CD cresce mais quando a intérprete sobe o morro. O Homem Falou, jóia do baú de Gonzaguinha (1945 - 1991), é um belo e festivo momento de Samba Meu. Inclusive pela presença da Velha Guarda da Mangueira com nobres vocais. Quando canta samba como se estivesse no interior de uma boate, como em Pra Declarar minha Saudade, o disco logo perde pique.

Se há (sério) problema em Samba Meu, é a falta de diversidade autoral do repertório. Arlindo Cruz é um inspirado compositor do gênero. Só que incluir seis sambas do bamba num CD de 14 faixas reduz o campo de experimentação - até porque, dos seis sambas, há uns ótimos (Maltratar Não É Direito é o melhor e tem acertado clima de pagode), mas há também uns bem dispensáveis - casos de O que É o Amor e de Trajetória, este já gravado por Elza Soares em 1997 e rebobinado por Rita em um clima de boate, com o piano de Tiago Costa em destaque no arranjo. Faltou maior rigor na seleção do repertório... Cria (de Serginho Meriti e César Belieny) também pouco acrescenta ao álbum. Faltou também coragem de ir além do universo de Leandro Sapucahy, amigo de Meriti e de Arlindo Cruz.

De positivo, há a opção de gravar o carioca Edu Krieger, dos mais talentosos compositores da geração projetada na Lapa. Maria do Socorro é uma delícia na voz de Rita com seu balanço contagiante. Já Novo Amor - e não há como não comparar - ficou muito aquém da leitura sublime de Roberta Sá, mesmo com o acompanhamento luxuoso do grupo de choro Galo Preto. Rita acelerou o andamento do tema e - com isso - se foi parte da beleza da música de Krieger. Em contrapartida, Mente ao meu Coração - antigo samba-canção gravado por Paulinho da Viola e Elizeth Cardoso (1920 - 1990) - se impõe como grande momento de um disco que começa e termina com a voz de Maria Rita a capella. E que distancia a intérprete do canto de sua mãe, Elis Regina - exceto talvez nos improvisos finais de Corpitcho, samba malandríssimo em que a filha da Pimentinha mostra que herdou parte da bossa da mãe. No todo, fica a certeza de que o samba de Maria Rita é bom, mas que poderia ser melhor.

Morte da mãe gera o novo CD de Stevie Wonder

Stevie Wonder trabalha em novo álbum, inspirado pela morte de sua mãe - Lula Mae Hardaway - em 2006. Já intitulado The Gospel Inspired by Lula, o CD vai ser lançado - em princípio - em 11 de janeiro de 2008, data em que Lula iria completar 77 anos. Contudo, o próprio Wonder - um perfeccionista extremado, espécie de Roberto Carlos da indústria fonográfica americana - já admite que o cronograma pode ser alterado se o disco não estiver terminado a seu contento... O repertório vai misturar inéditas do compositor com covers de algumas músicas preferidas de Lula. Apesar do título, o leque rítmico vai extrapolar o gospel.

CD de inéditas de Madonna é adiado para 2008

Embora duas músicas (Candy Shop e The Beat Goes on) até já tenham vazado na internet, o novo álbum de inéditas de Madonna teve seu lançamento adiado para início de 2008. A informação já foi confirmada pela Warner Music. Previsto inicialmente para chegar às lojas em novembro, o CD teria sido adiado por conta da atribulada agenda pessoal da estrela (às voltas com a burocracia exigida para obter a guarda definitiva do menino David Banda). Porém, sabe-se que as relações de Madonna com a Warner já foram mais amistosas. É provável até que o novo disco - cuja produção agrega Timbaland, o rapper Pharell e Justin Timberlake, entre outros nomes - vá encerrar o vínculo contratual da artista com a gravadora, à qual Madonna sempre esteve ligada.

13 de setembro de 2007

'Cê ao Vivo' corrige defeito do álbum de estúdio

Resenha de CD
Título:
Multishow ao Vivo
Artista: Caetano Veloso
Edição: Universal Music
Cotação: * * * *

, o CD editado por Caetano Veloso em 2006, foi cultuado instantaneamente pela crítica por conta da atmosfera roqueira e da sonoridade jovial. exalou sexo e foi, de fato, lufada de ar fresco na longa discografia do velho baiano. Mas havia um grave defeito ignorado em favor da postura salutar adotada pelo artista no disco: a irregularidade melódica do repertório. Caetano não apresentou uma safra de inéditas à altura do som tocado pela moderna banda, creditada com justo destaque no encarte deste registro de show, captado na Fundição Progresso (RJ) em 12 de junho de 2007, com a produção de Moreno Veloso.

No CD ao vivo, que precede o DVD que será lançado em outubro, o artista consegue corrigir o grave defeito do álbum de estúdio. Para montar o roteiro, selecionou as melhores músicas do CD anterior - Rocks, Odeio, Não me Arrependo e a sublime Minhas Lágrimas - e associou temas de antigos álbuns roqueiros à sonoridade indie do atual projeto. De Transa (1972), há Nine out of Ten. De Velô, há O Homem Velho. Some-se ao repertório uma única inédita apenas razoável (Amor Mais que Discreto, que retrata o amor gay com... discrição) e alguns hits seus (Sampa, Desde que o Samba É Samba, London London) que se adaptaram bem ao som de . A releitura bluesy de Como Dois e Dois - grande música que Caetano deu para Roberto Carlos nos anos 70 - é um dos muitos exemplos do acerto de , caso incomum em que a gravação ao vivo, longe de parecer redundante, aprimora o que foi ouvido no original CD de estúdio.

Jornalista arranca confissões das vozes do Brasil

Apresentadora do cult programa Vozes do Brasil na rádio paulista Eldorado FM, a jornalista Patrícia Palumbo pegou emprestado, em 2002, o título do programa para dar nome ao livro em que reuniu entrevistas com nomes da música brasileira. Cinco anos depois, a jornalista apresenta o segundo volume, com prefácio de Lenine, a propósito um dos entrevistados do primeiro livro. "É a continuação de uma peça fundamental para entender a música brasileira", conceitua o compositor a respeito do sedutor Vozes do Brasil 2 (Editora DBA, 204 páginas, R$ 69).

Com amplo conhecimento da obra dos entrevistados, a jornalista extrai boas confissões de Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Jussara Silveira, Mônica Salmaso, Nando Reis, Pato Fu, Rita Lee, Tom Zé e Zizi Possi. Confissões que não entram no terreno sensacionalista, mas que revelam o modo com estes artistas pensam, vivem e fazem música (nos casos dos compositores). Eis relatos das vozes entrevistadas pela jornalista:

"Claro que, para o compositor, a Bethânia gravar a música dele é um rito de passagem. Não sei se confirmação é a melhor palavra, mas, evidentemente, ninguém nunca mais é o mesmo depois de ter música gravada por Maria Bethânia...". Adriana Calcanhotto

"Compor canções populares, simples, é coisa bem natural. Eu as faço como se isso fosse uma dor, mas também as faço com prazer - eu gosto de falar às pessoas, de me comunicar com elas dessa forma. Sou uma apaixonada, sinto amor...". Ana Carolina

"Sempre acho que meus discos são fracos. Mas tem um disco meu que é muito bom, que eu elegeria como o melhor de todos: o 'Solar', que tem duas fases, uma ao vivo e outra em estúdio. Esse é bom pra caramba, é bem-feito, bem-produzido". Elba Ramalho

"Na música, um cantor sempre começa imitando outro. Eu não consegui imitar. Sempre gostei muito mais de homem cantando do que de mulher. No palco, os meus ídolos são Mick Jagger, Michael Jackson e Prince, mais que Madonna". Fernanda Abreu

"Em nenhum momento, procurei imitar Gal. Ela é uma referência natural, assim como Bethânia - que, por mais explosiva que seja, é às vezes a coisa mais cool do mundo. Por incrível que pareça, alguns homens me ensinaram mais que as mulheres a cantar. Foi o caso de João Gilberto, Paulinho da Viola e outros que nem são considerados grandes cantores. Como Péricles Cavalcanti. Assistir a um show dele é aprender a cantar...". Jussara Silveira

"Sou menos cantora arquetípica e mais musicista. Quando já sabia que queria cantar e estava xeretando, surgiram modelos que me serviram de escola. A Zizi Possi com 'Sobre Todas as Coisas', que é maravilhoso. E o Ney Matogrosso, que já fazia esse tipo de coisa, com 'Pescador de Pérolas', que era um disco ET - um cantor popular que grava um concerto". Mônica Salmaso

"A Nara Leão, eu comecei a ouvir a por causa dos meus pais, e ela me apresentou ao Roberto Carlos. Eu era pequena e, até então, achava que a Nara era supermais importante que o Roberto. E, de certa forma, é - porque é outro tipo de importância, de intérprete, que é fundamental. As primeiras coisas que você escuta são as coisas que tocam na sua casa. Felizmente, o que tocava lá em casa era muito bom: Nara, Paulinho da Viola, Clara Nunes...". Fernanda Takai (do Pato Fu)

"...O melhor lugar do mundo é o palco. Nossa! É uma coisa de louco mesmo. Eu tinha cólicas todos os meses, dor de cabeça, dor de dente, dor de tudo. Todo o mundo meio que sabia das minhas nóias, mas eu entrava no palco e acabava tudo. Tenho pavor de barata, mas, se eu vejo uma no palco, sou capaz de pegá-la. É sensacional. Perdi a vergonha e estou sem ela até hoje". Rita Lee

Em dezembro, o DVD da Timbalada com Brown

Com inéditas como Regando-te, um reggae romântico, a Timbalada lança em dezembro seu primeiro DVD, que traz o registro do show captado não na Bahia, a terra natal do grupo, mas no Maranhão - mais precisamente no São Luís Guetho Square, em São Luís, a capital da Jamaica brasileira. Fiel ao grupo, do qual é criador e mentor, Carlinhos Brown (foto à esquerda) é o convidado de temas como Bumba Meu Boi de Timbalada. No roteiro, a banda revive sucessos como Água Mineral, Margarida Perfumada e Mimar Você. A gravação - feita em 18 de agosto - também vai ser editada em CD, como usual.

Gavin revive som do vinil com 10 discos básicos

Charles Gavin é do tempo do LP. Ainda... Por isso mesmo, o baterista dos Titãs - hoje já convertido pesquisador musical e produtor de reedições de raridades - estréia no Canal Brasil nesta quinta-feira, 13 de setembro, uma série de dez programas sobre álbuns raros dos anos 70. O programa começa com foco no primeiro disco solo de Raul Seixas, Krig-ha, Bandolo! (capa à direita). No programa, exibido às 21h de quinta-feira com reprises ao longo da semana, o titã desvenda histórias sobre o LP, relata sua importância e mostra a cópia em vinil. Eis a lista dos dez álbuns escolhidos para a série, na ordem em que serão enfocados:

1. Krig-ha, Bandolo! (Raul Seixas, 1973)
2. Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972)
3. Pérola Negra (Luiz Melodia, 1973)
4. Clube da Esquina (Milton Nascimento e Lô Borges, 1971)
5. África Brasil (Jorge Ben, 1976)
6. Tim Maia (Tim Maia, 1970)
7. Secos & Molhados (Secos & Molhados, 1973)
8. Estudando o Samba (Tom Zé, 1976)
9. Fa-Tal / Gal a Todo Vapor (Gal Costa, 1971)
10. Transa (Caetano Veloso, 1972)

12 de setembro de 2007

Flor do Sereno faz desabrochar marcha-rancho

Resenha de CD
Título: Rancho
Carnavalesco
Flor do Sereno
Artista: Rancho
Carnavalesco
Flor do Sereno
Gravadora: Acari Records
Cotação: * * *
Gênero associado aos ranchos aparecidos no Carnaval no fim do século 19, a marcha-rancho foi sendo suplantada pelo samba-enredo com o declínio dos ranchos, a partir dos anos 40. Estes temas de cadência lenta são tidos como coisa da antiga. Entretanto, desabrocham belos no primeiro CD do Rancho Carnavalesco Flor do Sereno, grupo carioca formado em 2001 que preserva as tradições da marcha-rancho sem se ater ao repertório do passado. Ao contrário, embora reaviva clássicos do gênero como Ameno Resedá (aliás e a rigor, uma polca composta por Ernesto Nazareth em 1912 para o rancho Ameno Resedá) e Os Rouxinóis (peça de 1958, da lavra profícua de Lamartine Babo), o repertório do álbum apresenta nove temas criados originalmente para o Flor do Sereno por compositores como Maurício Carrilho, Paulo César Pinheiro, Cristóvão Bastos, Aldir Blanc e outros. Flor de Serenata - de Carrilho e Pinheiro, na interpretação de Amélia Rabello - é o destaque entre as novidades. E, para quem imagina apenas a cadência lenta típica do gênero, vale dizer que São Jorge Guerreiro (outra música da dupla Carrilho e Pinheiro, entoada por Pedro Paulo Malta) tem a ginga realçada pelo arranjo de Carrilho. Há um tom meio nostálgico no disco, mas o Flor do Sereno mostra que a marcha-rancho ainda desabrocha vivaz no tempo presente.

Olodum lança CD e DVD gravados em Montreux

Uma das mais usuais traduções da música brasileira para ouvidos estrangeiros, o baticum afro-baiano do Olodum - bem conhecido no mundo todo - foi ouvido em julho na edição 2007 do Festival de Montreux. A apresentação do grupo baiano no evento suíço foi gravada para dar origem ao DVD e ao CD ao vivo Internacional - O Poeta Olodum, na loja em novembro. O repertório concilia várias músicas novas tocadas nos ensaios do bloco (Eu Digo Dja, Coração Rastafari, Povo de Benguela, Feliz a Cantar, Telegrama Olodum, Poeta Olodum) com os sucessos reunidos pela banda em irregulares 20 anos de carreira fonográfica (Requebra, Rosa, Vem meu Amor, I Miss Her, Nossa Gente - Avisa Lá e Alegria Geral). O DVD O Poeta Olodum é o segundo vídeo do grupo. O CD é o 15º.

'Coisa de Jorge' chega ao disco com Gil no DVD

A EMI vai pôr nas lojas no fim de setembro o CD e o DVD Coisa de Jorge - Ao Vivo na Praia de Copacabana, gravados em 23 de abril no show feito em tributo a São Jorge - na orla carioca - com a reunião de Jorge Aragão, Jorge Ben Jor, Jorge Mautner e Jorge Vercilo. A inédita Líder dos Templários (parceria de Aragão, Ben Jor e Vercilo) foi eleita a música de trabalho do projeto. Além de Jorge da Capadócia, tema de Ben Jor bem adequado ao roteiro, o repertório inclui outra inédita, São Jorges (de Aragão e Vercilo). A imprevista canja de Gilberto Gil no show entrou apenas no DVD.

Fighters bisa parceria com Norton em 'Echoes'

Nas lojas mundiais a partir de 25 de setembro, o sexto CD de estúdio do grupo Foo Fighters, Echoes, Silence, Patience & Grace chegará ao mercado puxado por The Pretender - a faixa eleita o primeiro single do álbum. A produção é de Gil Norton, que já pilotou um dos grandes (e mais cultuados por fãs) álbuns da banda de Dave Ghrol, The Colour and the Shape, de 1997. Dez anos depois, a retomada da parceria com Norton sinaliza que o Foo Fighters quer recuperar a pegada de outrora. Resta aguardar 25 de setembro...

11 de setembro de 2007

Falta harmonia entre Nasi e seus colegas do Ira!

O triste disse-me-disse em torno do recesso do Ira! sinaliza falta de harmonia entre o vocalista Nasi e seus colegas no grupo paulista. Bandas entram em recesso a todo momento - algumas, sem prazo determinado para retomar as atividades, caso do quarteto carioca Los Hermanos - mas é na maneira como a história é apresentada à mídia que se detecta a harmonia (ou, no caso, a desarmonia) entre os integrantes do grupo. Para quem não acompanhou a história do Ira!, Nasi disse (ou teria dito) que estava saindo da banda. Depois, desmentiu o que disse (ou teria dito) e alegou tratar-se de recesso. Sim, o fato (o único confirmado) é que o Ira! vai mesmo entrar em recesso em 2008 (a turnê do CD Invisível DJ vai se encerrar em dezembro). Em 2009, a banda se reunirá para avaliar se continua trajetória que já soma 25 anos. O anúncio da parada não seria feito agora. Só que Nasi se adiantou e revelou os planos do tal recesso. Seja como for, os músicos do Ira! não estão afinados. E a falta de harmonia entre músicos costuma ser fator decisivo, crucial, para determinar o fim de uma banda quando esta já se mostra insegura quanto ao futuro. Se o fim do Ira! for inevitável, que seja digno!!...

Sai primeira caixa de discos estrangeiros do Rei

Os já raros discos em italiano, em inglês e em francês ficaram para uma futura caixa de data ainda incerta. Já os 22 álbuns gravados por Roberto Carlos para o rico mercado de língua hispânica foram agrupados em duas caixas da valiosa coleção Pra Sempre. Com 11 discos editados entre 1965 e 1981, a primeira chega às lojas neste mês de setembro. A segunda sai até o fim do ano. Eis os 11 títulos da caixa Pra Sempre em Espanhol Volume 01, que reedita os discos no gracioso formato de miniLPs com as capas originais:

1. Roberto Carlos Canta a la Juventud (1965)
Es Prohibido Fumar / Un Leon se Escapo / Rosa, Rosita / La Chica del Gorro / Jurame / Mi Grande Amor / Mi Cacharrito / Mi Historia de Amor / Naci para Llorar / Amapola / Loco no Soy Mas / Desamarra mi Corazon

2. Un Gato en la Oscuridad (1972)
Un Gato en la Oscuridad / Amada Amante / Jesucristo / Yo te Amo, Yo te Amo / Rosa Rosita / Mi Cacharrito / Una Palavra Amiga / Nunca Mas te Dejare Triste Amor / Del Otro Lado de la Ciudad / La Palavra Adios / Detalles

3. En Español (1973)
La Ventana / Que Sera de Ti / La Montaña / Estas tan Linda / Por Amor / La Distancia / Usted ya me Olvido / Negra / Las Flores del Jardin de Nuestra Casa / Te Dije Adios

4. El Dia que me Quieras (1974)
Actitudes / Propuesta / Amigos, Amigos / Palabras / La Gitana / El Dia que me Quieras / El Hombre / Rutina / Sueño Lindo / Yo Show yá Termino

5. Quiero Verte a mi Lado (1975)
Quiero Verte a mi Lado / Juego de Damas / Es Preciso Saber Vivir / Usted / Despedida / Yo te Recuerdo / Resumen / Ternura Antigua / El Porton / Yo Solo Quiero / El Tiempo Borrara / Como Es Grande mi Amor por Ti

6. Tu Cuerpo (1976)
Tu Cuerpo / El Humahuaqueño / Que se Vaya Todo al Infierno / Inovidable / No te Quiero Ver Triste / Detras del Horizonte / Sera el Destino Quien Dira / Mira / El Jardin del Vecino / Existe un Problema entre los Dos

7. En Español (1977)
El Progreso / La Niña y el Poeta / Un Modo Estupido de Amar / Eres Reservada / Los Botones / Necesito Llamar su Atención / Ilegal, Inmoral o Engorda / Mi Tia / Tu en mi Vida / Por Motivo de Fuerza Mayor / Comentários

8. Roberto Carlos (1978)
Amigo / Solamente una Vez / Muy Romantico / Hablando en Serio / Ternura / Cabalgata / No te Olvides de mi / Siento Mucho, Amiga Mia / Hacerte mi Mujer / Otra Vez / Aquellas Tardes de Domingo

9. Roberto Carlos (1979)
Fe / La Primera Vez / Una Vez Mas / Viviendo por Vivir / Lady Laura / Musica Suave / Desayuno / Por Fin Mañana / Intenta Olvidar / Fuerza Estraña / Todos tus Rumbos

10. Mi Querido, mi Viejo, mi Amigo (1980)
La Paz de Tu Sonrisa / Abandono / El Año Passado / Esta Tarde Vi Llover / Cuentame tu Historia / Desahogo / Hoy Volvi a la Pasado / Mi Querido, mi Viejo, mi Amigo / Costumbre / A Veces Pienso

11. Roberto Carlos en Castellano (1981)
La Guerra de los Niños / El Sabor de Todo / La Isla / Me Vuelves Loco / Pasatiempo / No te Apartes de mi / Se Busca / Amante a la Antigua / Y Tengo que Seguir / Confesion

Pequenas mudanças no segundo álbum de Leela

Resenha de CD
Título: Pequenas Caixas
Artista: Leela
Gravadora: Arsenal Music /
Universal Music
Cotação: * *

No texto que escreveu para apresentar o segundo álbum de sua banda Leela, a vocalista Bianca Jhordão fala em mudança, que seria o tema mais recorrente de um trabalho que também sinalizaria novidades nos tons, vocais e instrumentos tocados pelo grupo carioca, projetado no mercado fonográfico em 2004, a partir do lançamento de seu primeiro álbum, Leela. Tais mudanças não são irreais, mas seus efeitos no som da banda foram diluídos pela produção linear de Rick Bonadio - ele, também, já recorrente na discografia da Leela, que repete os padrões do primeiro disco neste segundo trabalho. Inclusive a salutar parceria com o poeta Fausto Fawcett, co-autor das músicas Amor Barato, 1 Beijo Pede Bis e Delirium. Entre hard rocks (Garota-Espelho é destaque do álbum no gênero) e uma ou outra balada, como Mundo Visionário, Pequenas Caixas deixa a sensação de que a Leela precisa se libertar das amarras de Bonadio para efetivamente andar para frente. Há futuro à espera da Leela.

Vercilo e Dylon tentam brilhar com 'Luz do Sol'

Como a Rede Record já firmou parceria com a Sony BMG para a edição das trilhas sonoras de suas novelas, os CDs começam efetivamente a chegar às lojas. Se o disco de Vidas Opostas pecou por ser lançado com o folhetim já fora do ar, o CD de Luz do Sol já estará à venda a partir de 1º de outubro. Jorge Vercilo regravou a música que batiza a história, composta por Caetano Veloso para o homônimo filme de Fábio Barreto e lançada pelo autor em 1982. Por sua vez, Felipe Dylon tenta voltar à tona nas ondas da Garota Dourada, hit do Rádio Táxi na década de 80. Outras faixas não foram reveladas.

10 de setembro de 2007

Milton grava 'Raça' com Fafá para CD de novela

Bela música de Milton Nascimento e Fernando Brant, lançada por Milton em disco feito em 1976 para o mercado norte-americano e regravada já no ano seguinte por Fafá de Belém no álbum Água, Raça ganhou novo registro do compositor. Em dueto com Fafá, o autor regravou sua música para a trilha da novela Caminhos do Coração, em que a artista paraense atua como atriz. Fafá encarna a palhaça Ana Luz, a dona do circo enfocado na trama da Record. Na foto, de Remo Brandalise, um flagrante dos artistas em estúdio.

Korn se reinventa com peso e experimentação

Resenha de CD
Título: Korn
Artista: Korn
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Depois do flerte com o rap e o som industrial de See You on the Other Side (2005) e de um bom e recente Acústico MTV (2007), o Korn tenta se reinventar com peso e alguma experimentação neste oitavo CD de estúdio. Já se foram o guitarrista Brian Head Welch e o baterista David Silveria. Permanece o vocalista e líder Jonathan Davis, que dispara farpas contra Welch (Silveria se afastou em paz). Korn, o disco, é bacana. Nem todas as 13 músicas do álbum têm a pegada contagiante de Evolution e Starting Over - as melhores faixas, com destaque ainda para Kiss - mas é fato que o CD exala vitalidade, em que pese a (eventual) irregularidade do repertório. Inclusive por conta da produção azeitada de Atticus Ross. O Korn sobreviveu...

Tatit rodopia ao vivo com Ná, Ceumar e Wisnik

Inspirado compositor egresso do grupo Rumo, Luiz Tatit lança o primeiro DVD de sua coerente trajetória solo. Gravado num show no Sesc Vila Mariana, em São Paulo (SP), Rodopio (capa à esquerda) apresenta 20 números captados com as afetivas adesões de Ná Ozzetti, Ceumar, José Miguel Wisnik, Suzana Salles e do grupo Palavra Cantada. Nos extras, há a biografia e discografia do compositor. A gravação ao vivo também já está sendo editada em CD pela Dabliu Discos. Eis as 20 músicas de Rodopio:

1. Baião do Tomás
2. Final Feliz
3. Perdido
4. Esboço
5. As Sílabas - com Suzana Salles
6. Rock de Breque - com Suzana Salles
7. Dodói
8. Alguém Total - com Ceumar
9. Achou - com Ceumar
10. Atração Fatal - com Ná Ozzetti
11. Brincadeira - com Ná Ozzetti
12. Minta - com Ná Ozzetti
13. Rodopio - com Ná Ozzetti
14. Capitu - com Ná Ozzetti
15. Baião de Quatro Toques - com Ná Ozzetti, Suzana Salles e Ceumar
16. Trio de Efeitos - com Ná Ozzetti, Suzana Salles e Ceumar
17. Mestres Cantores - com José Miguel Wisnik (extras)
18. Dentro e Fora - com Dante Ozzetti (extras)
19. Fome Come - com Palavra Cantada (extras)
20. Release - com Palavra Cantada (extras)

Na loja, duas coletâneas simultâneas de Daniel

Duas compilações simultâneas de Daniel já estão chegando às lojas neste mês de setembro. A Som Livre agrega 14 sucessos românticos do cantor suposto sertanejo em novo CD (capa à direita) da série Em Foco. Na seleção, Adoro Amar Você, Os Amantes, Estou Apaixonado (em gravação ao vivo) e o duo com Almir Sater em Tocando em Frente. Já a major Warner Music contra-ataca com a coletânea O Melhor do Bailão do Daniel, que traz repertório de músicas animadas, próprias para festas de rodeios. No repertório, Vou de Fusca, A Gata do Milênio, Já Tô no Grude e Eu me Amarrei. Ainda que o conceito seja diverso, tal coincidência é rara no mercado...

9 de setembro de 2007

Samba de Rita vem de Arlindo, Krieger e Meriti

Em 1965, quando lançou o disco Samba Eu Canto Assim, Elis Regina (1945 - 1982) não cantou somente samba - como sugeria o título do álbum - mas uma MPB de tom adulto que a libertaria do repertório juvenil de seu titubeante início de carreira. Em 2007, 42 anos após o ingresso definitivo da intérprete gaúcha na MPB, a filha de Elis, Maria Rita (em foto de Tripolli), canta somente samba em CD de título, Samba Meu, que remete ao nome do álbum que dividiu águas na carreira de sua mãe. Com a faixa-título assinada pelo carioca Rodrigo Bittencourt, Samba Meu chegará às lojas na sexta-feira, 14 de setembro, em lançamento da Warner Music.
O terceiro CD de Rita agrupa 14 sambas que vão parecer inéditos. Mas quase metade já foi gravada em discos de pouca ou nenhuma repercussão entre o público. Casos de Num Corpo Só, o samba de Arlindo Cruz e Luis Cláudio Picolé lançado pelo grupo de pagode Samba Tri em seu primeiro CD, Só Alegria (2004). Arlindo, aliás, é o compositor predominante no repertório, assinando - ao lado de parceiros como Franco e Serginho Meriti - seis das 14 faixas do disco. Entre elas, sambas inéditos como Tá Perdoado (a música de trabalho de Samba Meu - já enviada às rádios em 7 de agosto), Pra Declarar minha Saudade, Maltratar Não É Direito e O que É o Amor (gravado simultaneamente por Rita no novo CD de Arlindo, Sambista Perfeito, nas lojas a partir de outubro via Deckdisc). Já Trajetória, do trio Arlindo-Meriti-Franco, é o samba que deu título ao álbum lançado por Elza Soares em 1997. Sem Arlindo, porém já com outros parceiros, Meriti assina Cria e Casa de Noca.
Entre as regravações, há dois sambas de autoria do talentoso Edu Krieger, gravados pelo autor em seu primeiro e único disco. Maria do Socorro traça na letra o perfil da personagem-título, musa dos bailes funks de sua comunidade. Já Novo Amor é o sublime samba que Roberta Sá também gravou em seu recém-lançado disco Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria. Em tempo: Krieger é o autor da Ciranda do Mundo, incluída por Rita em seu Segundo.
De Gonzaguinha (1945 - 1991), Rita selecionou O Homem Falou, belo samba que o autor lançou em 1985 no LP Olho de Lince - Trabalho de Parto. A letra é um convite à festa e à reflexão. A cantora convocou a Velha Guarda da Mangueira para a faixa. Já Mente ao meu Coração é um antigo samba-canção de Francisco Malfitano e de Pândia Pires que já fora gravado por nomes como Elizeth Cardoso (em disco de 1972 dividido com Silvio Caldas) e Paulinho da Viola (no álbum Memórias Cantando, de 1976). A participação de Paulinho da Viola, aliás, foi cogitada, mas acabou não se concretizando. Leandro Sapucahy produziu Samba Meu.

Suzano e Ramil conciliam estéticas e latitudes

Resenha de CD
Título: Satolep Sambatown
Artista: Vitor Ramil e Marcos
Suzano
Gravadora: MP,B / Universal Music
Cotação: * * * *

Concebido a partir de bem-sucedido show que juntou Vitor Ramil e Marcos Suzano na cena carioca em 2006, o CD Satolep Sambatown concilia estéticas e latitudes de pólos e temperaturas diversos. O gaúcho Ramil traz do Sul a estética do frio com que ornamenta suas lindas milongas (Satolep é Pelotas ao avesso). O carioca Suzano entra com percussão climática do Rio, a cidade do samba (Sambatown evoca no nome o balanço tropical). No caso, uma percussão suave, de calor dosado pela pouco usual combinação de timbres acústicos e eletrônicos. Não por acaso, é um samba cool, intitulado Livro Aberto, que abre o primeiro CD gravado em dupla por Ramil e Suzano. A faixa sintetiza o espírito do álbum, urdido com 11 composições criadas por Ramil com alta voltagem poética e harmônica. Algumas, como Astronauta Lírico, já valem o CD. O repertório aproxima sambas - entre eles, O Copo e a Tempestade, calcado no pandeiro - e milongas (Invento é das mais belas), como são denominadas as canções da estética do frio sulista. No meio, há (breve) poema da escritora norte-americana Emily Dickinson musicado por Ramil, A Word Is Dead, e salutares intervenções de Katia B (em Que Horas Não São? - milonga de leve acento oriental) e do autor uruguaio Jorge Drexler (pela primeira vez cantando em português - no caso, o samba A Zero por Hora). Enfim, um disco refinado, cool e charmoso cujo maior mérito é a convergência harmônica de dois estilos de temperaturas distintas.

Caixa condensa a monumental obra de Gonzaga

Era 1988 e Luiz Gonzaga (1912 - 1989) ainda estava vivo quando a BMG editou a caixa 50 Anos de Chão, que compilou a vasta obra do Rei do Baião em cinco LPs. Em 1996, esta caixa foi adaptada para o formato digital, tendo todo seu repertório agrupado em três CDs. Onze anos depois, a Sony BMG lança outra caixa com a obra do imortal Lua. Monumento Nordestino apresenta três CDs temáticos - com 42 fonogramas, ao todo - e o DVD Danado de Bom, lançado originalmente em 2003 com a gravação de especial feito por Gonzaga em 1984 para a Rede Globo com adesões de Elba Ramalho e Gonzaguinha (1945 - 1991).

Em que pese o repertório (por vezes) coincidente, Monumento Nordestino encaixota a obra de Gonzaga sob um prisma diverso. O CD 1, O Rei do Baião, está centrado no gênero que Lua criou nos anos 40 e propagou em todo o Brasil. O CD 2, Na Toada do Xote, já condensa no título os dois ritmos enfocados no repertório de hits. O maior destaque é a gravação original de Asa Branca, de 1947. O registro é pouco ouvido, já que, normalmente, o maior clássico do cancioneiro de Luiz Gonzaga aparece em coletâneas e em caixas na gravação de 1952. Já o CD 3, Lua do Brasil, enfatiza a amplitude do leque rítmico da discografia de Gonzagão, que gravou samba, choro, valsa e até marcha carnavalesca em sua obra monumental.

Zeca vincula selo à EMI e continua na Universal

Um dos grandes vendedores do elenco brasileiro da Universal Music, Zeca Pagodinho quis vincular a distribuição do primeiro produto de seu recém-criado selo, ZecaPagodiscos, a uma outra major, a EMI Music. Trata-se do DVD e do CD ao vivo Cidade do Samba, idealizados por Max Pierre - à esquerda na foto clicada durante a assinatura do contrato e que mostra o sambista ao lado de Marcello Castello Branco, presidente da filial brasileira da EMI, e de Jorge Lopes (à direita), diretor de vendas da multinacional. Selo à parte, Zeca continua firme no elenco da Universal Music...